terça-feira, 24 de janeiro de 2017

DO EQUILÍBRIO À GOLEADA ENQUANTO O DIABO ESFREGA UM OLHO


"Momento sublime protagonizado por Rafa após passe teleguiado de Jonas.

1Entrada dinâmica e forte do Benfica apostando na mobilidade ofensiva dos seus jogadores de ataque - reforçados pelo emergente Zivkovic -, para desmontar a densa organização defensiva de um aflito Tondela.
Após 10 minutos interessantes em que se perceberam as intenções do líder em cedo resolver o jogo e cavar o fosso pontual para os seus directos adversários, as ideias ofensivas dos da casa emperravam no forte dispositivo defensivo do Tondela, que, assertivo e concentrado, ia retirando clarividência e inspiração às iniciativas de Jonas e companhia.
A motivação e empenho dos beirões ia garrotando o cérebro e fonte de alimentação de todo o futebol ofensivo dos pupilos de Rui Vitória - Samaris e Pizzi - e ainda encontrava tempo para, em rápidas transições ofensivas, se aventurar e incomodar o sereno guarda-redes Ederson.
Este era o filme de uma equilibrada primeira parte, escrita de pouca inspiração benfiquistas e muito empenho e atrevimento beirão, apostado o conjunto forasteiro em repetir a façanha do Boavista na jornada anterior.

2Para a segunda parte o nó do jogo benfiquista pareceu desatado,mercê de uma abordagem mais eléctrica e intensa dos seus jogadores ao jogo. A bola circulava a outra velocidade e as dificuldades cresciam a um ritmo alucinante para os forasteiros. Os criativos jogadores encarnados acordavam da longa letargia em que pareciam mergulhados. O público vibrava e ao desinibido e afoito jogo do Tondela ia faltando oxigénio para incomodar as hostes caseiras.
A entrada de Salvio exponenciava a imprevisibilidade do jogo encarnado e a balança pendia definitivamente para os da casa.
A lógica imperava e, após uma bola parada, o golo surgiu e o mais difícil estava feito. A muralha defensiva de Pepa começava a desmoronar-se perante a avalanche das águias. Os golos foram surgindo de uma forma natural e os fantasmas trazidos da jornada anterior iam-se exorcizando, castigando um cada vez mais incapaz e encolhido Tondela.

3. De todos, realce para o momento sublime protagonizado por Rafa, após passe teleguido de Jonas a cereja no topo do bolo na fria tarde de domingo. Do equilíbrio à goleada enquanto o diabo esfregava um olho - assim decorreu a contenda ontem no estádio da Luz e, mesmo depois de um ténue reacção ao 1-0 pela equipa de Pepa, o colete de forças a que foi sujeito pelo vertiginoso jogo encarnado, ceifou qualquer tentativa de reacção à vincada superioridade do líder.
Grandes jogadores nem sempre constroem equipas maiores, mas, se eles não existem, torna-se impossível falar-se de equipas de excepção.

4. Este Benfica teima em ser um sólido colectivo, servido de unidades de valor superlativo. E quando saem Cervi e Mitrolgou e entram Salvio e Rafa, vislumbra-se a excelência do plantel à disposição de um tranquilo Rui Vitória e o porquê da liderança isolada no presente Campeonato.
Ontem o Tondela orientado por Pepa tentou mas encontrou um conjunto melhor apetrechado, com recursos dimensionados para outros objectivos, tanto colectiva como individualmente.
O passar dos minutos foram ajudando a vincar as diferenças abissais entre os dois conjuntos que continuam a ocupar os dois extremos da classificação."

Daúto Faquirá, in a bola

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