quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

500 LUISÕES


O quingentésimo jogo oficial de Luisão no Benfica, ao longo de 14 temporadas e um dia depois de perfazer 36 anos, é um marco assinalável. Para o atleta, para o homem e para o clube. Sobretudo num tempo em que a permanência num clube é uma ideia que se esvanece com uma ligeira brisa de vento, quer dizer de dinheiro, em que a transumância clubista é alucinante e em que as juras de fidelidade eterna são um devaneio de um qualquer entusiasmo de momento.
Gostei de ver as imagens de Luisão no fim do jogo para a Champions a falar embargado pela emoção. Gostei, porque senti autenticidade naquela sua maneira muito peculiar de ser e de estar.
O mágico número 500 é, em numeração romana, D. Neste caso de Dortmund, depois da belíssima assistência para o golo de Mitroglou. No sistema binário corresponde a 111110100, o que não deixa de ser curioso porque o Benfica venceu por 1-0 e nós, no Estádio gritámos efusivamente o 1 (golo) e Ederson, Luisão e & C.ª asseguraram o 0, igualmente festejado com alegria e sorte.
Chegado à Luz com 22 anos, não se pode dizer que chegou, viu e venceu. Precisou dessa variável às vezes tão traiçoeira, que é o tempo. Hoje é vertiginosa a velocidade com que se transforma um jogador banal num astro e se reduz a pó uma antes cognominada estrela. Luisão teve de convencer, com inexcedível profissionalismo, perseverança, determinação e exemplar respeito pela camisola que enverga, o exigente tribunal encarnado. Passo a passo, soube conquistar a consideração e gratidão dos adeptos e construir uma carreira brilhante, enquanto jogador e (eterno) capitão de equipa.
Por tudo, obrigado Luisão!

Bagão Félix, in a bola

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