quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O SUCESSO LUSO NA YOUTH LEAGUE


Em 1994, na final do Campeonato do Mundo de futebol, quando já se decidia da marca dos onze metros quem seria o primeiro tetracampeão, se a Itália, se o Brasil, Roberto Baggio, il divino codino, atirou por cima da barra colorindo a copa de verde e amarelo. Seis anos depois, uma agência de publicidade imaginou um spot, para a empresa de telecomunicações Wind, em que a bola rematada por Baggio ia da trave às costas de Taffarel e entrava, tornando a squadra azzurra vencedora em Pasadena. No faz de conta é sempre possível reescrever a história; mas na vida real, de vez em quando também há algumas aproximações. Por exemplo, ontem em Eindhoven, na Youth League, PSV e Benfica decidiram a passagem aos quartos de final nos pontapés da marca de grande penalidade e a vitória sorriu aos portugueses, que já diziam mal do fado lusitano, recordando a tremenda desilusão de 1988, em Estugarda. Horas antes, em Gaia, o FC Porto para a mesma competição da UEFA, eliminara com toda a naturalidade os romenos dos Vitorul, clube fundado pelo mágico Gica Hagi, acedendo à fase seguinte. Quer isto dizer que nas oito melhores equipas da Europa até aos 20 anos, Portugal tem dois representantes. A formação, por cá, não deixa os seus créditos por pés alheios e aponta, de forma muito nítida, o caminho a seguir, a única via que pode manter os clubes nacionais mais perto dos que, por via dos direitos televisivos e de uma escala maior que a nossa, apresentam orçamentos que nem em sonhos podemos acompanhar. É verdade que depois custa vê-los partir, numa lista que vai de Figo a Guedes, passando por Cristiano Ronaldo. É a vida...

José Manuel Delgado, in a bola

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