sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

OS TRÉS ESTAROLAS


"Repentinamente acabei por ter de conhecer o que poderei designar pelos três estarolas.
Surgiram no ecrã da televisão, sob a capa de um programa de certo canal temático, e fiquei absolutamente siderado.
A surpresa e o espanto eram tantos, a que acumulavam o ridículo e a encefalopatia, que numas vezes queria rir e noutras queria chorar.
Repentinamente, achei que devia ir pedir imunidade judiciária para o Principado da Pontinha! Mas não, era mesmo assim, e essa imunidade não era necessária.
Afinal, quem estava obstipado não era eu. A pergunta que imediatamente me surgiu foi esta - Mas aquilo é um programa? Que é que eles estão para ali a dizer?
Confesso que não conhecia nenhum deles, mas se eles estavam a falar daquela forma era porque era verdade. Que tristeza a que o canal temático tinha chegado.
Sobre o pretensa defesa de uma ideia construída com base no que não tinham percebido, arranjaram uma fotografia emoldurada de verde da minha pessoa e escreveram uma treta sem sentido nenhum.
A diferença entre o emissor e o receptor é a capacidade que o receptor tem de distinguir a parábola da aparência, saber o que é uma figura de estilo, saber português e ser estudioso. Quando o receptor não tem essa capacidade, até uma fatia de queijo pintada que se lhe exiba diz que é um pudim!
Haja paciência!"

Pragal Colaço, in O Benfica

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