domingo, 12 de março de 2017

LEONOR TOCA NO PONTO CHAVE


Pela valia do adversário, o jogo de Dortmund tornou mais evidente o óbice maior deste Benfica que vai discutir, no derradeiro terço da época, os títulos que sobram - campeonato e Taça de Portugal, enfim, nada mau... - depois de ter sido despedido da Taça CTT em janeiro e da Liga dos Campeões na quarta-feira. A questão é que, mesmo com Fejsa operacional, o que nem sempre é o caso, o Benfica tem um problema de monta no seu meio-campo, onde parece faltar sempre alguém. E, na realidade, falta. Alguém capaz de carregar a equipa. De esticar o jogo sem tibiezas. Foi esse o papel de Renato Sanches, um médio, na segunda metade da época de 2015/16 valendo ao Benfica uma recuperação que lhe garantiu a conquista do título interno e um percurso honroso na Europa. Era esse também o papel de Gonçalo Guedes, um avançado, na primeira metade de 1016/17 valendo ao Benfica uma lideranda que, entretanto, se esboroou. Nem Sanches nem Guedes alguma vez foram goleadores natos mas eram rápidos, fortíssimos nas situações de um para um que desbloqueiam os emaranhados no miolo do jogo e projetam a equipa para a frente arrastando tudo e todos atrás de si. Aparentemente, no atual quadro de jogadores do Benfica, sendo um quadro riquíssimo, não existem jogadores com o reportório bravo de Sanches & Guedes. Sem maquinistas para o comboio, o Benfica perde-se agora nas dificuldades de estnder a sua presença no campo. Pior do que isso, perde frequentemente a bola nos momentos de transição ofensiva e não se vê maneira de o jogo chegar em substância aos homens da frente, que até são muitos ao dispor. E bons. Em Dortmund, o melhor que o Benfica conseguiu foi obrigar o árbitro a mostrar um cartão amarelo a Gonzalo Castro e um outro amarelo a Dembélé. Curiosamente, nenhuma destas sanções se ficou a dever a arrancadas letais dos seus dos seus alas ou a desequilíbrios fulminantes nascidos dos pés dos seus médios-ofensivos. Foi André Almeida quem provocou o amarelo a Castro e foi Eliseu quem provocou o cartão amarelo a Dembélé. E ainda foi o mesmo Eliseu quem provocou um segundo amarelo a Dembélé a que o árbitro amavelmente, se escusou. Almeida e Eliseu, imagine-se, dois jogadores a quem não se exige mais do que competência defensiva a fazer o trabalho do desequilíbrio que competia aos companheiros mais avançados. Se a bola lá chegasse, evidentemente.

Leonor Pinhão , in record

2 comentários:

  1. Rui Vitória nunca deu por essa deficiência no miolo e a "estrutura" também nunca deu por essa falta provocada pela saída do Renato.

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  2. Época passada, havia um motor no meio campo, vendeu-se cedo demais e agora nem serve ao Benfica nem ao Bayern. Está na incubadora.
    Esta época, havia outro que estava a despontar e vá de o vender a meio da época como se no final da mesma não houvesse compradores para o rapaz.
    E agora lá vai fazendo uns minutos na nova equipa enquanto cresce.
    Vendeu-se o rapaz e não se foi buscar ninguém.
    E sobra-nos a alma penada do Pizzi que só serve para jogos das taças.
    Esta situação lembra-me os tempos da tropa em que a malta, depois de receber o pré, ia para a camarata jogar à lerpa.
    Quando me apercebi que já estava com 3 contos de ganho e o pré não andava acima dos 400 escudos, fiquei com pena dos camaradas que não iam ter dinheiro para o tabaco nem para o café durante o mês e comecei a ir a jogo "à bruta" até ficar só com perto de mil escudos.
    Parece que não há interesse no tetra ou os corruptos e os sapos entram em falência técnica e anímica e o "sistema" (bancário e chularia) não quer isso.
    Vou olhar para o resto do campeonato como um peixe que tenho no aquário olha para mim.

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