sexta-feira, 17 de março de 2017

MODALIDADES MARGINAIS?


"O basquetebol é um dos mais competitivos e belos desportos. Pois, por cá, vem sendo reduzido a umas migalhas comunicacionais e a uma desesperante ausência televisiva. Bem sei que o futebol tudo absorve. E o que resta é destinado ao seu enteado, o futsal e, vá lá, ao hóquei em patins. Basquetebol, voleibol, andebol são modalidades quase renegadas pela televisão (exceptuando os canais desportivos e de clubes, obviamente).
O esforço de clubes para manterem de pé os seus projectos de uma ou duas modalidades em representação da sua terra é ciclópico. Umas migalhas de direitos televisivos e patrocínios, face aos milhões do futebol. Agora até temos a SIC radical (!) a transmitir o inebriante futebol no Brasil...
A verdade é que, mesmo assim, há quase milagres. Fonte do Bastardo, da ilha Terceira (Praia da Vitória), várias vezes campeão de voleibol, é, sem dúvida, o exemplo mais eloquente de que vale a pena lutar contra a hegemonia do território, de clube e de modalidade.
No basquetebol, tenho acompanhado mais de perto um clube: o da minha cidade, Illiabum Clube, no qual presido à mesa da Assembleia-geral. Está na Liga principal, venceu o poderoso Benfica, eliminou da Taça o campeão Porto em casa deste e na qual é, há 5 anos seguidos, um dos finalistas, ficou classificado para a fase dos 6 melhores da Liga. Tudo isto, com o sacrifício inesgotável de dirigentes, compreensão e profissionalismo de técnicos e atletas, persistente escola de formação de miúdos, mas - como outros - votado ao ostracismo perante a hegemonia do eldorado do costume. Uma lástima. É uma ausência incompreensível de serviço público televisivo."

Bagão Félix, in a bola

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