Ao entrarmos em debates deste género, com amigos ou colegas de trabalho, temos tendência para seguir uma lógica posicional.
Formamos parcerias pela posição que os jogadores ocupam e privilegiamos a complementaridade (que é importante), mas deixamos de lado a cumplicidade que não tem fronteiras posicionais.
Uma cumplicidade que está na cabeça dos jogadores, na forma como pensam o jogo de forma idêntica. Aquilo que faz de Pizzi e Jonas a melhor dupla da Liga. Só assim. Sem mais nada à frente. A melhor dupla de pensadores, se quiserem.
Por mais injusto que seja reduzir a goleada ao Vitória de Guimarães a dois jogadores, o jogo que consagrou o «tetra» provou, uma vez mais, que esta «ligação directa» entre Pizzi e Jonas catapulta o Benfica para outro patamar.
O lance do terceiro golo é um bom exemplo desta empatia. A forma como Pizzi serve Jonas já a pensar no espaço que ia explorar a seguir; a perspicácia do brasileiro que, embora tenha dominado a bola para o lado contrário, de costas para o movimento de Pizzi, continua a ter noção exacta daquilo que o colega está a fazer.
Os três «bis» de Jonas neste sprint final para o «tetra» alimentam a ideia de que, não fossem as lesões, eventualmente o brasileiro teria sido novamente o melhor jogador da Liga.
Mas em 2016/17 a distinção merece ir para Pizzi. Até pelo peso acrescentado que teve aos ombros quando Jonas esteve de fora. A influência de Pizzi viu-se aí, como nas dificuldades que a equipa sentiu em alguns jogos mais “apagados” do médio. O “cérebro” da equipa foi ele, mais do que qualquer outro."
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