quarta-feira, 7 de junho de 2017

O QUE MUDARIAM OS ADEPTOS NO FUTEBOL?


"As respostas ao desafio que lancei foram brilhantes. É a voz de quem dá alma ao jogo.

Lancei, como habitualmente faço na minha página oficial do Facebook, um desafio ao chamado adepto comum. A ideia era que sugerissem uma alteração (apenas uma) que fariam às Leis do Jogo, caso tivessem essa possibilidade.
As respostas, quase quatro centenas, foram absolutamente brilhantes. Algumas mais idealistas e arrojadas, outras bem pensadas e fundamentadas. Hoje todos nós, agentes directos ou indirectos do jogo, pensamos saber tudo sobre futebol: o que deve manter, o que precisa dispensar e o que pode criar, construir. Mas a verdade é que muito raramente nos predispomos a ouvir a voz daqueles que verdadeiramente alimentam o jogo. A voz daqueles que lhes dão alma, alegria e substância: os adeptos. Deixo-voz com um apanhado de vinte dessas sugestões, comuns a muitos dos participantes. Preparados? Então vamos a isso:
1. Pontapés de penálti (ou pontapés livres directos) a partir da décima falta colectiva de uma equipa (e/ou a partir daí, de cinco em cinco ou dez em dez infracções);
2. Fim do cartão amarelo para o jogador que dispa a camisola para festejar um golo;
3. Cronometragem do tempo útil de jogo (nesta foram propostas várias ideias distintas);
4. Fim das substituições após o minuto 90 (para evitar perdas de tempo);
5. Lançamentos laterais efectuados com o pé;
6. Fim do fora-de-jogo ou aplicável apenas dentro das áreas;
7. Fim do pontapé de baliza (recomeço feito, pelo GR, com as mãos como se fosse uma defesa, sobre a qual aplicava-se a regra dos 6');
8. Jogador que lesionasse outro teria que sair do terreno por igual período ao do lesionado;
9. Suspensão temporária (5' ou 10') para determinada infracções - exibição de cartão azul;
10. Assistência em campo sem interrupção de jogo (para os casos menos graves e à excepção do GR);
11. Substituições volantes (sem paragem de jogo e controlada pelo 4.º árbitro, à excepção do GR);
12. Árbitros falarem sobre as incidências dos jogos (flash interview ou conferência imprensa);
13. O 4.º árbitro passaria a autorizar a entrada em campo das equipas médicas:
14. Fim dos pontapés livres indirectos - todos passariam a ser directos;
15. Fim do limite das substituições (se fossem volantes);
16. Vermelho directo para simulações evidentes;
17. Só o capitão poderia falar com o árbitro: qualquer outro jogador seria punido com advertência;
18. Introdução obrigatória do Cartão Branco, exibido apenas em gestos de Fair Play: quem o merecesse, limparia cadastro disciplinar até aí acumulado;
19. Protestos com o árbitro sobre faltas assinaladas punidos com pontapé livre 5 metros à frente do local original;
20. Colocação de uma câmara no árbitro, junto à vista, para que o adepto pudesse ver qual a perspectiva que este teve num lance de análise difícil ou discutível.


Deixem-me que vos diga uma coisa: esta última é qualquer coisa de genial... Mas todas as outras são a prova cabal que, quando distantes da dor do clubismo e da poderosa influência do mundo da bola, os adeptos são, na verdade, quem mais percebe de futebol. Alguém duvida que, no prazo de cinco/dez anos, algumas destas ideias vão mesmo ser implementadas?"



Duarte Gomes, in a bola

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