Luís Castro tem um proposta de jogo bem definida. E essa proposta passa por jogar futebol de qualidade, atacar com futebol apoiado, com critério - ou seja, jogar como equipa grande, mesmo contra um dos grandes.
Mas se o futebol está lá, faltará ainda ao Chaves a endurance para aguentar 90 minutos no mesmo registo e com a mesma intensidade frente a uma equipa como o Benfica - não porque não haja qualidade, mas porque o físico não aguenta tudo isso. E se o Chaves perdeu este jogo, foi mesmo porque, em bom português, estourou.
Um estouro que o Benfica acabou por só aproveitar no final, mesmo ao cair do pano, com Seferovic a provar que também há felicidade reservada para os encarnados ao minuto 90’+2, uma felicidade encontrada no buraco da agulha, por entre as pernas de Ricardo, o único sítio por onde aquele remate do suíço poderia entrar.
Em boa parte do primeiro tempo, os papéis inverteram-se: o Chaves a jogar em ataque organizado, em poucos toques, a chegar com facilidade à área contrária, muito graças à qualidade de passe de Tiba e à magia nos pés de Jorginho e Matheus Pereira, enquanto o Benfica tentava aproveitar os pontos fracos dos flavienses, procurando jogar em profundidade, nas costas de uma sempre muito subida defesa dos da casa.
Em boa parte do primeiro tempo, os papéis inverteram-se: o Chaves a jogar em ataque organizado, em poucos toques, a chegar com facilidade à área contrária, muito graças à qualidade de passe de Tiba e à magia nos pés de Jorginho e Matheus Pereira, enquanto o Benfica tentava aproveitar os pontos fracos dos flavienses, procurando jogar em profundidade, nas costas de uma sempre muito subida defesa dos da casa.
E entre o ter e o haver, a verdade é que houve mais futebol do Chaves, mas as melhores oportunidades foram sempre do Benfica, com Salvio, em evidência, a falhar um punhado delas. Primeiro aos 8 minutos, num remate cruzado ao qual Ricardo se opôs bem. Dez minutos depois, de novo o argentino, que após um canto sacou de um daqueles remates raros que aliam força à colocação, esbarrando apenas e mais uma vez na atenção do guardião do Chaves. A maior de todas aconteceria, porém, aos 25 minutos, quando lançado em profundidade, o argentino rematou mal, mas a tabela em Ricardo fez a bola rolar caprichosamente para a baliza, com Nuno André Coelho a salvar praticamente em cima da linha.
Nos intervalos dos falhanços de Salvio, o Chaves jogava bem, bastante bem até. Jorginho, do lado direito, e Matheus, do lado esquerdo, iam dando água pela barba a André Almeida e Eliseu - que tantas vezes foram obrigados a jogar em falta para os travar - mas faltava sempre o último homem, o elemento que desse sequência à proposta de Luís Castro.
Com o Chaves a não materializar em golos a superioridade no chamado jogo jogado, o final da 1.ª parte trouxe mais dois lances de perigo do Benfica. Aos 40’, a bola só não foi direitinha para um Seferovic isolado em frente à baliza porque Nuno André Coelho fez um corte de belo efeito, de calcanhar - ou pensam que o bonito está apenas reservado aos atacantes? E cinco minutos depois, novamente Nuno André Coelho decisivo: Seferovic e aquela locomotiva que parece trazer no peito adiantam-se rumo à área, mas o central cortou bem, em carrinho, no momento certo.
AQUELE MINUTO 48… E O 90’+2
Os bons jogos são aqueles que não têm quebras, que recusam momentos mortos, que dizem que não ao controlo. E as duas equipas voltaram dos balneários sem vontade nenhuma de tornar o que estava a ser um belo jogo de futebol em outra coisa qualquer.
Os bons jogos são aqueles que não têm quebras, que recusam momentos mortos, que dizem que não ao controlo. E as duas equipas voltaram dos balneários sem vontade nenhuma de tornar o que estava a ser um belo jogo de futebol em outra coisa qualquer.
De alguma forma, a 2.ª parte foi ainda melhor que a primeira: foi, pelo menos, mais louca. E apesar do ascendente do Benfica, houve perigo nas duas balizas. Paradigmático do que acabei de escrever mesmo foi o minuto 48.
Primeiro, Jardel falha espectacularmente o corte a um cruzamento na esquerda do ataque do Chaves e Jorginho, rapaz de talento e que, nota-se, aprendeu umas coisas enquanto junior na academia do Manchester City, aproveitou o voo falhado do brasileiro para ficar bem colocado em frente a Varela. O remate saiu em jeito, com bom jeito, mas o guarda-redes encarnado esticou-se bem - foi a primeira vez que o Chaves criou perigo iminente na baliza do Benfica.
Primeiro, Jardel falha espectacularmente o corte a um cruzamento na esquerda do ataque do Chaves e Jorginho, rapaz de talento e que, nota-se, aprendeu umas coisas enquanto junior na academia do Manchester City, aproveitou o voo falhado do brasileiro para ficar bem colocado em frente a Varela. O remate saiu em jeito, com bom jeito, mas o guarda-redes encarnado esticou-se bem - foi a primeira vez que o Chaves criou perigo iminente na baliza do Benfica.
E nada mais do que na jogada seguinte, a resposta, com Jonas a acertar no ferro após um belo cruzamento atrasado de Salvio.
A partir daí houve mais Benfica ao ataque, com Cervi em bom plano até, de forma estranha, Rui Vitória optar por o tirar de campo. O Chaves ainda voltou a criar perigo num remate cruzado de Jorginho, mas a quebra física foi mais que evidente e a partir do último quarto de hora a ordem foi mesmo para aguentar e suster o ataque encarnado e confiar em Ricardo, guarda-redes experiente que foi respondendo com segurança aos remates mais perigosos.
E talvez por isso aquele minuto 90’+2 tenha sido particularmente inglório para o guardião do Chaves, ao ver um cruzamento de Rafa ser emendado por Seferovic, com um toquezinho subtil, suficiente para colocar a bola por entre as suas pernas, ali, no buraco da agulha.
Jardel garantiu, depois da vitória sobre o Chaves (0-1), que os encarnados sempre acreditaram num resultado positivo.
"Sabíamos que íamos encontrar uma equipa muito difícil, foi um jogo complicado em ambas as partes, mas tivemos as melhores oportunidades. O golo demorou um pouco a sair, mas ficámos felizes com a vitória e com o golo", começou por dizer na zona de entrevistas rápidas.
"Faz parte do trabalho da equipa, circular bem a bola, criar oportunidades de golos, foram 21. Por vezes, a bola demora a entrar, mas conseguimos, e ainda bem. Tivemos o apoio de um público fantástico, isso é que importa", analisou.
O defesa-central garante que a equipa confiou sempre num resultado positivo e correu atrás dele.
PS: A pergunta continua a ser feita, mas afinal onde pára o videovasco nos jogos do Benfica? Aquela cacetada no Jonas aos 56 minutos dentro da área é de bradar aos céus,onde andas pá?
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