sábado, 13 de janeiro de 2018

BENFICA DINAMITOU A PEDREIRA


Com uma exibição de qualidade, de sabedoria e de maturidade, o Benfica deu mostras de estar firme na luta pelo título, passando com distinção um dos testes mais complicados da época. Com o coletivo a sobressair, as águias estiveram em vantagem desde os 11 minutos e conseguiram, ora mais folgadas, ora mais apertadas, gerir para triunfar.
Quando a definição impede o espetáculo...
O Benfica marcou cedo e foi melhor no primeiro tempo. Essa era a primeira nota num jogo entre duas equipas que se apresentavam em desenhos distintos, com ideias diferentes, mas com idêntica vontade e aptidão para levar a bola à baliza contrária. Algo que, porém, não aconteceu tantas vezes quantas se esperavam.
O meio-campo do Benfica, com um enorme Fejsa, ganhou o duelo a um Braga que tentou várias incursões interiores por Danilo e Vukcevic, mas que falhou redondamente nesse aspeto. Ainda assim, a estratégia era clara (e distinta dessa alternativa de transporte): linha ofensiva colada à linha defensiva do Benfica em igualdade numérica e jogo direto à procura da velocidade de um ataque móvel, mas que foi quase sempre comido pelos defesas encarnados.
As exceções aconteciam quando Fábio Martins ou Xadas apareciam mais pelo meio à procura da triangulação. Daí resultaram dois lances, ambos pela direita, um a abrir e outro a fechar o primeiro tempo, onde o cruzamento saiu com perigo. Mas foi tudo o que a equipa de Abel conseguiu produzir.
De resto, era o Benfica a dominar. A força do meio-campo fazia a diferença e, com isso, eram os laterais do encarnados a levarem consigo os extremos arsenalistas. Contudo, a definição no último terço do ataque também poucas vezes foi famosa. Salvio marcou numa jogada em que o mérito se reparte com a recuperação de Jonas e a assistência de Cervi, houve depois a meia distância de Jonas e Grimaldo, mas pouco mais.
Aliás, Salvio fez o golo, mas a ele se deveu que vários outros lances não tenham merecido a entrada nos resumos televisivos. Mal o argentino nas combinações, se bem que decisivo com o golo que dava vantagem ao intervalo.
Para a segunda parte, mesmo sem alterações, houve diferenças de postura. Com a noção de que a pressão que tinha sido feita por Pizzi e Krovinovic tinha de ser controlada para que ambos aguentassem, as águias baixaram a linha ofensiva e deram bola ao Braga.




Por sua vez, a turma de Abel tornou-se mais dinâmica nas triangulações e ativa nas movimentações dos homens da frente, mesmo mantendo o desenho, que entretanto melhorou quando Xadas trocou com Horta.
Chegaram os goleadores
Numa altura em que os minhotos procuravam cimentar o seu jogo, o golo de Jonas, após um excelente cruzamento de André Almeida, parecia sentenciar o desafio. Uma demonstração de maturidade e de firmeza no jogo que foi prática nos anos anteriores e que agora finalmente se começa a ver nos encarnados, mas que podia ter sido abalada com o golo do Braga.
Não o foi, apesar de o cabeceamento de Paulinho ter deixado Bruno Varela aos papéis. E não o foi porque, apesar de os adeptos bracarenses terem renovado a sua esperança e de os encarnados se embrulharem em sofrimento, havia um Fejsa cada vez mais imperial, numa equipa que beneficiava da solidez de Jardel e Rúben Dias.
Com o Braga a instalar-se no meio-campo contrário, embora sem muitas ideias e a expor-se ao erro, foi depois um Benfica de contra-ataque o que primeiro ameaçou e depois marcou. Em ambas, Jiménez foi o protagonista, ele que entrou para a vez de Jonas e pontapeou as dúvidas com um golaço na entrada para os descontos.

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