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quarta-feira, 29 de setembro de 2021
terça-feira, 28 de setembro de 2021
RODRIGO PINHO | A ARMA SECRETA DE JESUS?
"Proveniente do CS Marítimo, Rodrigo Pinho deu o maior salto da sua carreira e chegou a um grande português após contar com passagens por SC Braga, CD Nacional e, por último, CS Marítimo.
Nas temporadas transatas, Rodrigo Pinho mostrou qualidade para voos maiores e a sua oportunidade acabou por chegar. Mas será que chegou mesmo o tempo do avançado brasileiro?
Pois bem, ainda que apresente qualidade, Rodrigo Pinho não é primeira opção de Jorge Jesus para a frente de ataque encarnada, até porque existem no plantel jogadores bem mais capazes do que Pinho. Ainda assim, o brasileiro nascido na Alemanha é uma boa adição que garante profundidade ao plantel encarnado.
O esquerdino de 30 anos mostra-se mais como uma segunda opção viável, capaz de brilhar em certas situações do jogo e não como um titular indiscutível. Aliás, o próprio deveria saber disso quando assinou pelo SL Benfica. Contudo, creio que haverá espaço, e minutos, para Rodrigo Pinho.
Poderá ser importante para fazer descansar os colegas de posição em jogos de taças e poderá também funcionar quase como que um elemento surpresa quando o jogo estiver “encalhado”.
Possante fisicamente, Rodrigo Pinho é também um avançado bastante móvel, nada normal para as caraterísticas que apresenta. Ainda que seja ponta de lança, tem a capacidade de jogar de costas para a baliza, sabendo temporizar o timing para soltar a bola para os colegas e ainda ser capaz de aparecer em zonas de finalização.
É de pensar que com a sua envergadura, Rodrigo Pinho fosse um homem de área, mas muito pelo contrário. É um avançado rápido e explosivo que sabe explorar bem as costas do adversário, para além de ser muito forte no duelo individual. Não temos aqui o próximo Cristiano Ronaldo, mas temos uma opção bastante viável para render Yaremchuk.
No plantel encarnado encontra a concorrência direta de Darwin Núñez, Haris Seferovic e Gonçalo Ramos, para além do supramencionado, Yaremchuk, o que torna os minutos de jogo ainda mais escassos, até porque Jorge Jesus tem apostado num sistema 3-4-3, sendo Yaremchuk o homem da frente e Rafa Silva e Darwin os jogadores que, não estando na ala, têm mais tendência para pisar esses terrenos.
Nesta temporada, ao serviço das águias, conta com três jogos disputados de águia ao peito, totalizando 82 minutos de utilização e um golo marcado. Quiçá registe números como na temporada passada, que em 21 jogos apontou 15 golos e uma assistência, mas não me parece provável, até porque não tem a mesma preponderância no SL Benfica que tinha no clube insular.
Assim, Rodrigo Pinho terá de lutar por um lugar no onze inicial, mas o que se prevê é que seja um jogador de rotação, tanto para jogos de menor calibre, como para entrar para mexer com o jogo. A qualidade está lá, mas não para ser titular indiscutível no Sport Lisboa e Benfica."
TÃO VERDE, TÃO VERDE, À BEIRA DE CEGAR
"Ao vê-lo jogar com a camisola do Torino, o presidente do Valência quis saber: ‘Quantos sacos de laranjas querem por ele?’
Se Amesterdão tinha um Ajax, por que diabo não haveria Roterdão de ter um Xerxes? Não vou pôr-me aqui a comparar a popularidade do herói grego, que aliás é uma figura mitológica, o mais belo e perfeito guerreiro que surgiu na Terra depois de Aquiles, com a de Xerxes, filho de Dário, xá dos aqueménidas, continuamente envolvido em guerra contra os gregos, este sim, personagem histórica.
Da mesma forma, comparar a popularidade do Ajax de Amesterdão com a do pequeno Xerxes de Roterdão, seria absurdo. Mas há algo de que os adeptos do Xerxes se orgulham e com toda a razão: ainda antes de o Ajax ter dado ao mundo os nomes de Cruyff, Neeskens, Krol e o diabo a quatro, o Xerxes exibia na sua equipa um tal de Servaas Wilkes, nascido no dia 13 de outubro de 1923, e durante anos a fio considerado a grande estrela do futebol daqueles que nós, por cá, resolvemos de um dia para o outro começar a tratar por Países Baixos quando sempre foram para si próprios os Países Baixos – Netherlands.
Em campo, Wilkes ganhou a alcunha de Faas. Para azar dele, a Holanda (desculpem lá a informalidade) do seu tempo não era lá das tais coisas. Uma renitência excessiva em entrar pelo caminho do profissionalismo manteve o futebol da região num atraso considerável em relação ao resto da Europa central e, para não ir mais longe, em relação aos vizinhos belgas, por exemplo.
Era um tipo grande, com mais de um metro e noventa, jogava a avançado centro, e às vezes parecia um tudo nada trapalhão até na forma como ia fazendo as bolas entrarem dentro das balizas em quantidades industriais. Ninguém ficou muito espantado quando, em 1949, se tornou no quarto jogador holandês a transferir-se para o estrangeiro. Foi para Milão, para o Inter, onde jogou três anos e continuou a marcar golos.
O meu querido Carlos Mendes é um amigo muito especial, mas vendo bem todos os meus amigos são especiais, sorte a minha. No fundo, há uma velha verdade que diz: cada um de nós é para cada um dos outros cada um de si. Agora que o sol estala na minha varanda de Alcácer, depois da tempestade ter assombrado a madrugada, lembro-me dele aqui sentado, de viola na mão, dedilhando cordas sobre o Sado.
Ele que cantou:
«Em Alcácer eram verdes as aves do pensamento
Eram tão leves tão leves como as lanternas do vento
Em Alcácer eram verdes os cavalos encarnados
Eram tão fortes tão negros como os punhos decepados».
Era de outra Alcácer que falava Joaquim Pessoa, que escreveu a letra, mas as aves do pensamento sempre transportaram consigo aquele homem muito grande que todos conheciam pelo pequeno nome de Faas.
«Em Alcácer eram verdes os homens que não voltaram
Eram tão verdes tão verdes como os campos que deixaram...».
Em Turim, em 1952, ainda se choravam os homens que não voltaram da tragédia de Superga que destruiu a totalidade de uma das melhores equipas da história. Na vontade extrema de recuperar da morte, os dirigentes do clube procuravam contratar estrelas que brilhassem por entre tal escuridão. Faas foi uma delas. Esteve lá um ano e foi um fracasso.
Não havia avançado que pudesse fazer esquecer Mazzola, muito menos um holandês corpulento que não sabia da arte requintada do drible e apenas da matemática dos golos. Só marcou um pelo Torino mas, numa viagem a Valência, caiu no goto dos valencianos: o presidente do Valência perguntou, candidamente – «Quantos sacos de laranja querem por aquele avançado grandalhão?».
Em Valência, Faas Wilkes recuperou a alegria, fazendo parelha no ataque com um espanhol chamado Manuel Mestre Torres que, quando o viu jogar pela primeira vez, exclamou: «Joder! Eres el único jugador del mundo capaz de hacer una pared consigo mismo». Faas fez tabelinhas consigo mesmo, mas sobretudo com Mestre. A populaça adorava-o. Diziam aos quatro ventos: «Se o Real tem Di Stáfano e o Barcelona tem Kubala, nós temos Faas Wilkes».
O falso trapalhão, que tirava adversários da frente com movimentos que pareciam involuntários, viveu quatro anos de felicidade plena. Aos 33 anos regressou à Holanda, para jogar no VVV, mas dois anos mais tarde estava no Levante.
Queria jogar, jogar sempre, se possível até ao dia de morrer em campo, de velhice. Em 1964, com a camisola do Xerxes, disse finalmente adeus à verdura dos relvados. Salvaas Wilkes fora uma espécie de poeta da grande área, o homem que completava o soneto do golo. À sua volta a relva era tão verde, tão verde, quase à beira de cegar..."
"PRONTO, SE FOR PRECISO"
"O homem que, por três vezes, assumiu inteiramente o cargo de presidente da Direcção do Benfica
António Afonso da Costa e Sousa nasceu em 19 de Maio de 1906 na Quinta da Portucheira, em Torres Vedras. A sua actividade de atleta resumiu-se ao futebol, que praticou na escola. na adolescência foi para um colégio interno, em Lisboa, onde estudou economia, o que lhe possibilitou vir a trabalhar no Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa.
Os estudos não lhe permitiram dedicar-se ao desporto. No entanto, fez-se sócio do Benfica em 1922, onde foi figura de relevo até à sua inesperada morte, em 19 de Novembro de 1958.
A partir de 1937 passou a integrar os órgãos sociais do Clube, desde suplente do Conselho Fiscal a vogal da Direcção, tendo assumido a tesouraria por demissão do efectivo, em 1940.
Em 1944, ocupando o cargo de suplente da Direcção havia três gerências, foi efectivado para a chamada 'Direcção dos Suplentes', quando toda a Direcção foi castigada com uma suspensão de três meses pela Federação Portuguesa de Futebol, devido a um comportamento excessivo do secretário Júlio Ribeiro da Costa, num jogo frente ao Belenenses. Em 26 de Outubro de 1944, Costa e Sousa, como primeiro suplente, foi elevado a presidente interino da Direcção, cargo que assumiu durante o tempo imposto, presidindo a banquetes de homenagem e confraternizações. Foi nesse período que a equipa feminina de Tiro do Clube conquistou o seu primeiro título.
Foi eleito vice-presidente da Direcção nas eleições de 1946, pela primeira lista opositora da história do Benfica. Em 30 de Julho, Costa e Sousa voltou a assumir o cargo de presidente após a demissão de Manuel Conceição Afonso, mantendo-se até Janeiro de 1947. Durante estes seis meses, encabeçou dois momentos importantes para o Clube: a escritura da compra da sede da Avenida Gomes Pereira, me Novembro de 1946, e, no mês seguinte, a inauguração da primeira pista de atletismo do Clube.
Enquanto vice-presidente, assumiu uma terceira vez o cargo mais alto da Direcção durante o mês que decorreu entre a morte do presidente Tamagnini Barbosa e as eleições de Janeiro de 1949. Aí, presidiu a um banquete em honra de Ferreira Bogalho, com quem se envolveu em debates saudáveis ao longo dos anos, nas Assembleias Gerais. Foi a sua última posição nos órgãos sociais do Benfica.
De carácter cauteloso e desembaraçado, seria convidado a integrar uma lista em 1950, tendo afirmado que se encontrava 'pronto se for preciso' para ajudar no desenvolvimento do Clube.
Conheça os nomes que dirigiram o Benfica na área 28 - Homens do Leme, no Museu Benfica - Cosme Damião."
Pedro S. Amorim, in O Benfica
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
REGABOFE TOTAL DO SC PORTUGAL E DA BANCA
"A banca prepara-se para atribuir novo perdão bancário ao Sporting. Eis os contornos do escândalo:
Dívida: 240 milhões. ✅
VMOCs: 128 milhões.✅
Valor pago pelo Sporting: 38.4 milhões.✅
Valor perdoado pela banca: 89.6 milhões.✅
Desconto das VMOCs: 70%. ✅
Mais, o Sporting irá comprar a sua própria dívida, de 135 milhões de euros, por 40,5 milhões de euros. Os bancos ficarão a perder, portanto, em mais de 94.5 milhões de euros. ✅
Contas somadas, o Novo Banco já perdeu mais de 92 milhões de euros com a dívida do Sporting e a este valor somar-se-á o novo perdão, podendo o valor atingir os 186.5 milhões de euros de perdas no total, que o Sporting beneficiará. ✅
Gostaríamos de perguntar quando é que os responsáveis por esta pouca vergonha irão sentar os costados na Comissão de Inquérito do Parlamento."
O CONFINAMENTO QUE NÃO SE FALA
"Os penaltis a favor do Benfica foram confinados e ninguém parece querer saber, falar, ou importar-se com o caso. Se o antigo Presidente do Benfica se compreendia que mantivesse em silêncio porque nem do Benfica era, já do Príncipe Herdeiro Rui Costa o silêncio é perturbador.
Estamos perante um quadro escandaloso e verdadeiramente paradigmático do que têm sido as arbitragens nos jogos do Benfica. São factos, meus amigos. E em dia de eleições, este cenário que vamos mostrar agora tem de originar Obrigatoriamente a demissão do Conselho de Arbitragem da FPF.
Então é o seguinte, desde que começou o confinamento de Março de 2020, fruto da pandemia, estes são os penaltis a favor assinalados para cada um dos 3 grandes:
Porto: 23
Sporting: 15
Benfica: 3
Se isto não é um cenário completamente pornográfico e que obrigaria a imediata demissão do CA da FPF por estar colocada em causa a verdade desportiva, o que mais será preciso para o Benfica oficialmente tomar uma posição? Bem sabemos que tudo isto é branqueado por toda a comunicação social, sector onde o Benfica (ou melhor, Luis Filipe Vieira) permitiu que se instalasse transversalmente uma teia infinita de pessoas afectas a Calor da Noite e Cashball nos últimos anos.
Aliás, para contextualizar, vamos até comparar com as 5 grandes ligas, em termos de penalties a favor desde o confinamento, para contextualizar Benfica, Calor da Noite e Cashball (só equipas que tenham estado na respetiva liga desde o confinamento)
Liga Portuguesa
Porto: 23
Sporting: 20
Rio Ave: 10
Tondela: 9
Famalicão: 12
V. Guimarães: 11
Aves: 1
Gil Vicente: 12
Santa Clara: 15
Vizela: 1
Farense: 8
Braga: 9
Portimonense: 6
Arouca: 1
Boavista: 6
Nacional: 2
Marítimo: 5
Moreirense: 10
Estoril: 2
P. Ferreira: 7
Belenenses SAD: 5
V. Setúbal: 1
Apenas equipas com uma época ou menos que uma época tiveram menos penalties a favor que o Benfica, desde o confinamento
Liga Inglesa
Man. United: 15
Man. City: 13
Leicester: 12
Chelsea: 13
Southampton: 10
Liverpool: 7
Tottenham: 6
Arsenal: 7
Wolves: 5
West Ham: 7
Crystal Palace: 5
Burnley: 4
Brighton: 11
Aston Villa: 8
Newcastle: 7
Everton: 8
LaLiga
Villarreal: 16
R. Madrid: 9
Athletic: 7
Celta: 13
Valencia: 13
At. Madrid: 11
Osasuna: 11
Betis: 13
Getafe: 8
Sevilla: 11
Barcelona: 10
Alavés: 10
R. Sociedad: 15
Granada: 7
Levante: 9
Bundesliga
Gladbach: 14
Freiburg: 6
Bayern: 13
Augsburg: 6
U. Berlin: 8
Leipzig: 11
Köln: 10
Hoffenheim: 8
Wolfsburg: 6
Hertha: 9
Mainz: 6
E. Frankfurt: 9
Leverkusen: 4
Dortmund: 8
Serie A
Lazio: 17
Genoa: 13
Roma: 13
Juventus: 16
Sampdoria: 10
Fiorentina: 12
Inter: 13
Atalanta: 10
Milan: 27
Hellas Verona: 7
Torino: 9
Cagliari: 8
Sassuolo: 18
Bologna: 6
Napoli: 12
Udinese: 5
Ligue 1
Monaco: 17
PSG: 14
Strasbourg: 14
Lens: 13
Metz: 12
Lyon: 12
Lorient: 11
St. Étienne: 10
Nantes: 10
Marseille: 7
Nice: 11
Angers: 7
Montpellier: 5
Lille: 6
Reims: 6
Brest: 5
Bordeaux: 4
Rennes: 3
Nota: a Liga Francesa não terminou a época 2019/2020, pelo que era bastante provável que com 10 partidas por jogar, o Rennes fosse ter mais penaltis, ultrapassando o Benfica.
Portanto, Calor da Noite e Cashball são, respetivamente, a 2ª e 3ª equipas com mais penalties a favor nas principais 6 ligas da Europa. O Benfica é a equipa com menos penalties a favor desde o confinamento. É a isto que chamam verdade desportiva?
Ninguém faz nada? Vamos deixar que isto continue assim? Vamos já com 7 jornadas este ano e nenhum penalti por assinalar a nosso favor, uma vez mais. Pelo contrário, ainda ontem, um mergulho de um jogador adversário deu um penalti contra o Benfica. Um mergulho onde o único toque de raspão que se vê nas imagens é provocado pelo arrastar da perna do jogador do Guimarães. Seria obviamente revertido pelo VAR caso fosse a nosso favor. Até quando? Começamos a perder as nossas forças por estarmos sempre a bater na mesma tecla. O que fazem Fontelas, Paulo Costa e Bertino no CA da FPF ainda?!? O que é preciso acontecer mais para isto ser falado publicamente e se exigir o regresso da verdade desportiva aos relvados Portugueses?"
FESTIVAL ENCARNADO NO BERÇO
"Foram dois golos em quarenta e cinco minutos. Poderiam ter sido 5 ou 6, tantas foram as perdidas. Em Transição onde já se percebeu que Darwin, Rafa e Yaremchuk prometem dizimar oponentes (com espaço) e mais ainda em Organização, onde o ucrâniano começa a demonstrar grandes argumentos, e João Mário, os centrais e Grimaldo trazem qualidade enorme para as rotas ofensivas do Benfica.
Com os movimentos de João Mário, alternando entre apoio a Weigl e o saltar de mais uma linha para o lado de Rafa – Formando um 2+2 entre linhas adversárias – João Mário e Rafa nas costas de Darwin e Yaremchuk – o Benfica vai desenhando soluções de enorme calibre para desequilibrar os seus jogos. A série de vitórias, percebeu-se, trouxe confiança para a decisão e execução dos seus jogadores, e no Castelo não houve apenas competência, mas fluidez, confiança e um primeiro esboço do quão atrativo se pode tornar o novo Benfica de Jesus."
NO GOLO E NA PARTICIPAÇÃO - O CRESCIMENTO DE YAREMCHUK
"Em Guimarães rubricou e com larga vantagem sobre todas as outras exibições, a melhor performance desde que chegou a Portugal.
Roman Yaremchuk começa a ser compreendido pelos colegas, e a compreender a dinâmica pedida. A facilidade com que ganha a bola nas costas das defesas adversárias, onde já antes havia demonstrado poder fazer mossa, e agora também os excelentes timings para se mostrar também a pedir a bola no pé, para tocar em quem fica de frente a poder acelerar o jogo – Rafa e João Mário, maioritariamente – trouxeram Yaremchuk ligado e participativo na dinâmica encarnada. E marcou, pois claro."
BENFICA DE "CORREDOR CENTRAL" NO BERÇO
"Nova nuance de jogo com Rafa na posição “10” nas costas da linha avançada, transportou a criação dos encarnados no corredor central para outro patamar. E perante um corredor central tão preenchido e em superioridade numérica, porque Alfa baixava em organização defensiva, para junto da última linha, as dificuldades vimaranenses na abordagem à partida foram imensas. E nem foi preciso ao Benfica acelerar muito.
Se aos três centrais juntarmos João Mário e, agora, Rafa mais por dentro, verificamos com facilidade o porquê de o Benfica desta época ser uma equipa mais controladora e com, cada vez mais, capacidade criativa. Primeiro porque concentra mais gente no corredor central, onde tudo acontece, e porque, para além disso, perde muito menos vezes a bola que no passado, com elementos como Gabriel ou Taarabt.
Depois Lázaro. Não sendo um primor técnico, o austríaco é veloz, como Diogo, mas é muito mais forte nos duelos do que este ou Gilberto. Com e sem bola. Características às quais junta conforto em posse e alguma qualidade em associar-se, ligando com os colegas por dentro e, ainda, uma boa capacidade de cruzamento.
Yaremchuk a baixar em apoio e trazer o seu marcador, desmontando a última linha adversária, permitindo a Darwin e Rafa explorar o espaço atacando a última linha em diagonais sem bola que foram causando perigo e permitindo que ele próprio, numa segunda vaga, aparecesse a finalizar.
O Vitória entrou um pouco mais no jogo, na segunda parte, após ter subido a sua linha de pressão e, assim, condicionar a saída a três pelos centrais encarnados, que começaram a somar mais perdas de bola para as àguias, levando o jogo para um contexto de maior agrado para os vimaranenses: mais partido e, por isso, com mais transições.
Um contexto que se tornou mais evidente com as saídas de Weigl e João Mário. Meité e Gedson estão muito distantes dos colegas, sobretudo na gestão da posse. Foi, por isso, que os encarnados tiveram que sofrer um pouco mais sem bola e num bloco mais baixo, após o reduzir do marcador vitoriano.
Homem do Jogo
Yaremchuk trabalhou muito a baixar em apoio para ligar, mas depois apareceu naquilo para que foi contratado e naquilo que melhor sabe: finalizar. O ucraniano mostrou hoje os seus créditos de avançado que melhor define nas águias. Destaque para o primeiro golo. Pura classe a desviar a bola do alcance de Trmal."
SOLIDEZ.CRIATIVIDADE. TRÉS PONTOS!
"Jorge Jesus, não obstante o Barcelona figurar no horizonte mais próximo, asseverara que a prioridade seria dada ao Campeonato. E assim o fez, fazendo apenas uma troca no onze inicial relativamente ao jogo anterior (Valentino pelo lesionado Diogo Gonçalves).
No campo, em Guimarães, ante o sempre complicado Vitória, a nossa equipa, por seu turno, deu prioridade a construir, desde o primeiro minuto, uma vantagem robusta que lhe permitisse garantir o triunfo o mais cedo possível e, assim, poder gerir a partida conforme lhe conviesse.
Pedia-se à equipa, nesta difícil deslocação ao Estádio D. Afonso Henriques, foco, determinação, garra, organização, talento ao serviço do coletivo e eficácia, e a quase tudo ela respondeu com distinção. Faltou somente alguma eficácia, nomeadamente na primeira metade, o que não permitiu avolumar o resultado em função da enorme superioridade patenteada em campo em relação ao adversário.
"Nos primeiros 45 minutos foi tanta a superioridade do Benfica que o Vitória de Guimarães não teve hipótese, muita criatividade individual e coletiva. Sentimos que teríamos de ter feito melhor", resumiu Jorge Jesus, reconhecendo: "No segundo tempo, começámos a pensar no jogo de quarta-feira após o 0-3."
Yaremchuk bisou e João Mário fez o seu segundo golo da temporada, naquela que foi a sétima vitória consecutiva do Benfica desde o início do Campeonato. É apenas a quinta vez que conseguimos este registo na prova, a última havia sido em 1982/83 (anteriores: 1942/43, 1972/73 e 1980/81).
Os três golos marcados ao Vitória (tantos quanto o conjunto dos seis adversários anteriores dos vitorianos) elevam a contagem benfiquista para 19. Desde o início da década de 1990, só numa temporada foi superado este pecúlio ao fim das sete jornadas iniciais (2009/10) e as três em que esta marca foi atingida ocorreram todas sob o comando de Jorge Jesus (2011/12; 2012/13; 2014/15). Nota ainda para o 50.º jogo oficial de Darwin de águia ao peito.
Três pontos somados, objetivo cumprido!
Vamos, Benfica!
P.S.: Parabéns à nossa equipa feminina de basquetebol, que venceu a Supertaça pela primeira vez, num jogo deveras emocionante. Esta conquista surge na sequência dos também inéditos triunfos do Campeonato Nacional e da Taça de Portugal na temporada passada."
domingo, 26 de setembro de 2021
GOLEADAS EM ALCACETE
Derrota no dérbi
Jogo da 2.ª jornada da 1.ª fase da Liga BPI, Série Sul.
A equipa feminina de futebol do Sport Lisboa e Benfica perdeu (5-1) frente ao Sporting, em jogo a contar para a 2.ª jornada da 1.ª fase da Liga BPI (Série Sul).
Na tarde deste domingo, 26 de setembro, o Benfica entrou bem no encontro. No primeiro minuto Cloé Lacasse por pouco que não emendou um cruzamento da direita e aos 7' foi Ana Vitória, que, isolada perante Doris Bacic, ultrapassou a guardiã croata, perdeu ângulo de remate e o cruzamento junto à linha não chegou à cabeça da canadiana.
Gradualmente a equipa da casa reagiu e chegou à vantagem aos 10' por Brenda Pérez, com uma excelente finalização, fazendo um chapéu sobre Carolina Vilão. A guarda-redes das encarnadas evitou o segundo golo aos 19', perante Marta Ferreira, mas aos 37' cometeu falta na área sobre Diana Silva, permitindo o 2-0 a Joana Marchão na conversão da respetiva grande penalidade.
Antes o Benfica estivera perto do golo por Valéria, aos 36', mas Bacic sacudiu o disparo da brasileira, e Catarina Amado, aos 31' e 32', rematou duas vezes de longe. Na sequência de um choque frontal, a lateral-direita acabou por sair lesionada (de maca) antes do final da primeira parte, que terminou com o 2-1. Valéria aproveitou um erro defensivo da equipa da casa, isolou-se e não perdoou frente a Doris Bacic, aos 45'+8'.
Dois minutos após o reinício do encontro, Joana Martins, com um disparo fora da área, aumentou a vantagem para a equipa da casa (3-1). A partir de então, baixando o bloco e explorando a velocidade das atletas mais adiantadas, o Sporting aproveitou os momentos de desconcentração das águias e Diana Silva, aos 61' e 79', fixou o resultado em 5-1. Pelo meio, aos 57' e 70', o Benfica viu dois golos invalidados por fora de jogo.
DECLARAÇÕES
Filipa Patão (equipa técnica do Benfica): "Sem desculpas, mas é futebol. Somos a mesma equipa que está na fase de grupos da Liga dos Campeões e que ganhou o Campeonato, simplesmente a estratégia de jogo que adotámos não foi conseguida pelas nossas jogadoras, e com uma pontinha de azar. Tivemos a primeira oportunidade do jogo, com a Cloé Lacasse, que acaba por não fazer o golo. Corremos sempre atrás do resultado e cometemos alguns erros ao nível da nossa pressão, isso deitou abaixo a nossa estratégia. Queremos testar algumas coisas importantes para a época e nesta fase é que o podemos fazer. Não quisemos desmontar a estratégia. O 3-1 no início da segunda parte deu cabo psicologicamente e emocionalmente da equipa e cometemos ainda mais erros. Não é desculpa, mas é futebol. Criámos diversas situações para marcar e não conseguimos. Palavra de coragem para a Catarina Amado [que saiu lesionada com aparente gravidade], esperamos tê-la de volta rapidamente."
Pauleta (média do Benfica): "Penso que entrámos bem no jogo, tivemos uma grande oportunidade da Cloé Lacasse, depois sofremos o golo. Não reagimos bem. Conseguimos jogar depois, mas sofremos o penálti e isso tirou-nos um pouco do jogo. Depois sofremos o golo no início da segunda parte. Falhámos na nossa área e na do adversário. Temos de descansar o corpo, temos uma série de jogos feitos... agora é refletir sobre o que fizemos e a responsabilidade de cada uma, assumindo o que fizemos para regressarmos às vitórias."
Sporting-Benfica
5-1
Estádio Aurélio Pereira
Onze do Benfica
Carolina Vilão, Catarina Amado (Marta Cintra, 45'+7'), Ana Seiça, Carole Costa, Lúcia Alves (Lara Pintassilgo, 69'), Andreia Faria, Pauleta, Beatriz Cameirão (Francisca Nazareth, 46'), Ana Vitória (Christy Ucheibe, 69'), Cloé Lacasse e Valéria (Nycole 56')
Ao intervalo 2-1
Golo do Benfica
Valéria (45'+8')
sábado, 25 de setembro de 2021
CASTELO ASSALTADO...
Pressão, velocidade, eficácia e solidez: eis a sétima!
Mais uma vitória, 21 pontos em caixa! O Benfica, melhor ataque da Liga Bwin, ganhou por 1-3 no reduto do V. Guimarães em jogo da 7.ª jornada.
Melhor ataque da Liga Bwin, agora com 19 golos, o Benfica expressou a qualidade da organização tática e da força ofensiva, partindo para um triunfo seguro (1-3) no terreno do Vitória de Guimarães. São sete vitórias em sete jornadas, 21 pontos recolhidos e que sustentam a liderança isolada num arranque perfeito no Campeonato.
Fiel ao que expusera na conferência de Imprensa de antevisão do jogo no Minho, Jorge Jesus deu primazia ao desafio com os vimaranenses (mesmo havendo um duelo com o Barcelona, na Champions League, agendado para a próxima quarta-feira, dia 29 de setembro), e as escolhas iniciais do treinador refletiram o caminho anunciado.
Num sistema com três centrais (Lucas Veríssimo, Otamendi e Vertonghen), Valentino foi o ala eleito por Jorge Jesus para preencher o corredor direito, promovendo-se assim a estreia do internacional austríaco como titular de águia ao peito. Sobre a esquerda atuou Grimaldo, enquanto a zona central do meio-campo ficou por conta de Weigl e João Mário. Mais adiantados, os velozes Rafa e Darwin perfaziam com Yaremchuk um trio de setas apontadas às redes do Vitória.
Em cima da meia hora de jogo, e depois de já ter enjeitado duas oportunidades claras para gritar "golo", o Benfica colocou-se em vantagem. Vertonghen, exímio na exploração de uma linha de passe, solicitou a fuga de Yaremchuk à linha defensiva vimaranense. Sozinho, perante o guarda-redes Trmal, o internacional ucraniano picou a bola com classe e deixou a sua assinatura no 0-1.
O Vitória esboçou uma reação, mas o Glorioso foi ainda mais forte na resposta e acabou o primeiro tempo em cima da baliza adversária. Fruto da pressão alta da equipa, Yaremchuk, aos 41', contribuiu na criação de condições para voltar a escapar e fazer o que melhor sabe (desmarcado por Rafa), confirmando o 0-2 já de ângulo apertado e com Mumin ainda a tentar o (corte) impossível. Foi o primeiro bis do avançado pelo Benfica!
A fechar a etapa inicial, novamente Yaremchuk em zona de finalização, servido por Rafa, mas desta feita a perder o duelo com Trmal, desperdiçando-se a possibilidade de as águias voarem para tempo de intervalo a vencer por 0-3.
Sem nada a perder, o Vitória voltou para a segunda parte com o objetivo de dar tudo por um golo que lhe restaurasse a esperança de discutir o resultado. Debalde. Na fase em que os vimaranenses se acercaram da grande área encarnada, o Benfica mostrou a capacidade dos seus recursos defensivos.
No contragolpe, as unidades mais rápidas do coletivo benfiquista também iam somando hipóteses de aumentar a contagem. Yaremchuk foi substituído por Pizzi aos 66', numa primeira decisão de Jorge Jesus para gerir o desgaste da equipa e renovar energias. O 0-3 surgiria ao minuto 73, num remate de João Mário (primeiro golo com o Manto Sagrado no Campeonato) que foi o corolário de uma rápida saída de Rafa para o ataque (segunda assistência do camisola 27). Em alta velocidade, o Benfica criou uma diferença inultrapassável.
Começando a orientar o seu pensamento para o jogo europeu que aí vem frente ao Barcelona, Jorge Jesus concretizou duas alterações aos 76': saíram Weigl e João Mário, entraram Meïte e Gedson.
Chegava o momento de gerir o físico dos jogadores e de controlar o jogo com bola, mas a verdade é que o Vitória nunca se entregou, foi sempre à procura da sua sorte e, aos 77', foi contemplado com um pontapé de penálti. Luís Godinho entendeu que Lucas Veríssimo cometeu falta sobre Rochinha, na área, e apontou para a marca dos 11 metros, de onde Bruno Duarte (78') reduziria para 1-3.
O golo insuflou a crença da equipa minhota, mas o Benfica foi eficaz e também suficientemente maduro para manter o resultado e os respetivos três pontos no bolso. Foi uma deslocação bem-sucedida a um recinto historicamente difícil para quem o visita (e onde, note-se, morava uma das defesas menos batidas nesta competição).