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domingo, 26 de agosto de 2012

DESCONFIADO, ME CONFESSO

Desconfio da isenção da justiça portuguesa e não confio nos órgãos que tutelam a justiça desportiva.Sempre que ajustiça julga,a justiça é julgada.O julgamento que a opinião pública faz da justiça desportiva é mau,é péssimo.
Quando há agentes desportivos (dirigentes,árbitros,futebolistas...) que fazem do atropelo à verdade uma prática corrente e louvada,a responsabilidade é de uma justiça permissiva,conivente e que se esconde e emaranhados legais para, envergonhadamente,continuar a permitir a prática do crime.
Deste modo,a permissividade acaba por ser um incentivo.
Desconfio e não confio nos próprios órgãos de tutela política.Chega a ser indecoroso ver o beija - mão a que o poder político se sujeita perante agentes desportivos de conduta aparentemente duvidosa e realmente criminosa.Pior do que os actos públicos de lavagem da imagem é a tentativa de, com o passar do tempo, conduzir gente espúria aos altares das capelinhas.Lavando a imagem na barra do tribunal,fazem um estranho percurso entre o lupanar e o altar. E lá vão ficando,ora um ora outro,os " santos de ocasião " com os pés de barro e mãos sujas,colocados no altar por diligentes e temerosos fiéis que escarram na coisa pública que juraram defender. É assim,na perpétua beatificação da atitude criminosa,vamos observando atónitos à multiplicação de actos criminosos no Futebol português. Para que o descrédito seja completo, só falta o dia em que se crie um Tribunal Arbitral do Desporto em Portugal com juízes escolhidos e indicados pelos mesmos que serão julgados.


TEXTO DE PEDRO F. FERREIRA

FONTE : JORNAL O BENFICA

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