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terça-feira, 20 de novembro de 2012

10.000 ESCOCESES FORAM AO JAMOR REVIVER CONQUISTA DE 1967

Cerveja anima peregrinação de fãs do Celtic ao Jamor
mais de 10 mil escoceses


 
Mais de 10.000 "devotos católicos" do Celtic Glasgow rumaram esta terça-feira ao Estádio Nacional para celebrar o título europeu conquistado há 45 anos pelos "Leões de Lisboa", antes da visita ao Benfica, para a Liga dos Campeões.

O cinzento e algo degradado recinto do Jamor foi tomado pelo verde e branco, os cânticos escoceses e a cerveja, sob todas as formas: mini-barris, caixotes de mínis e de médias, latas...

Apesar de só perto de 4.500 fãs terem tido acesso a bilhetes para a partida do Grupo G da Champions, pelas 19H45, no Estádio da Luz, muitos mais viajaram para Portugal para terem a honra de segurar o histórico troféu e pisar aquela mítica relva, independentemente da idade ou do género.

"É fantástico. Toda a minha vida quis vir aqui para ver onde ganhámos a taça europeia. Estamos todos contentes. É a minha primeira vez em Portugal, mas voltarei. As pessoas são lindas, muito calorosas e simpáticas. É tão bom que o pessoal do hotel diz que nem temos de pagar", brincou Peter Fyfe, um polícia de Glasgow, com 46 anos, hoje "fardado" com a típica saia das montanhas da Escócia.

O "kilt" com os "hoops" (aros, como chamam às listas horizontais verdes e brancas das camisolas) e um cachecol na cabeça não impediram o agente de disputar mais uma cerveja do saco partilhado com os seus cinco amigos - já nada "beatos", em termos de grau de alcoolemia, pelas 13:00. "Fantástico.

Já cá estive várias vezes, mas estar aqui com estes adeptos maravilhosos é uma bela sensação", descreveu um dos heróis do Celtic, o extremo esquerdo que disputou a final de 1967, Bobby Lennox.

Por entre numerosos pedidos de autógrafos e fotografias, salientou o momento do "apito final, porque significou mesmo a vitória" sobre o Inter Milão (2-1).

Crianças, adolescentes, homens, mas também mulheres, todos a exibir com orgulho as cores da primeira equipa britânica a ganhar a maior competição europeia de futebol, comemoraram, recolheram "provas" para memória futura e até participaram em animadas "peladinhas" e "pontapés de canto", à espera que a fila para tocar na taça ficasse menos concorrida.

"É uma oportunidade absolutamente fabulosa de estar realmente aqui e até pegar na taça da Europa", disse Jackie Johnston, de 53 anos, ladeada pela sua colega no consultório de dentistas, Allison Macaulay, de 52.

Encantadas com a "grande atmosfera" e "esperando uma grande festa logo à noite", as especialistas em saúde oral sublinharam a final da Liga Europa, em Sevilha, apesar da "deceção de perder o jogo", diante do FC Porto (3-2, após prolongamento), em 2003, como um dos grandes momentos já vividos.

"Estive no Algarve, quando tinha cinco anos, mas aqui [Lisboa] é a primeira vez. Muito bom, muito simpático. A cerveja é a um euro em Faro. Aqui é bem melhor", ironizou Tony "o Papa", envergando traje completo de Chefe de Estado do Vaticano.

O jovem canalizador escocês veio mesmo com uma missão, em jeito de promessa por cumprir.

"É o local onde ganhámos a taça. Estamos aqui em festa. O meu avô esteve cá e eu vim para levar-lhe um pouco de relva", explicou, antes dos eufóricos cânticos, afinados pelos litros de cerveja consumidos, com mais um animado grupo de amigos:

"Só há um Jorge Cadete, ele coloca a bola nas redes, é português, marca bem, vamos passear no País das Maravilhas do Jorge."

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