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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O TALHANTE ESTÁ IMPARÁVEL

Eduardo Barroso (foto ASF)
«Vercauteren foi despedido e ainda não sabe» - Eduardo Barroso

O presidente da Mesa da Assembleia Geral faz uma viagem ao passado, ao presente e ao futuro do clube de Alvalade, que pode estar nas suas mãos. Critica Godinho Lopes e não tem pejo em dizer que se fosse o presidente do Conselho Diretivo já se tinha demitido. Uma entrevista em A BOLA e A BOLA TV que vai causar estrondo.

Comecemos pelo futebol. Como analisa a pontuação do Sporting e o rendimento geral da equipa de futebol esta temporada?

- Um desastre total. Qualquer sportinguista pensa assim. Estamos com um terço do campeonato a 20 pontos do Benfica e do FC Porto e a 11 do terceiro lugar. Jamais alguém terá pensado que fosse tão mau. Como diz o Pedro Baltazar mau era estar a dez pontos do primeiro! Houve medidas avulsas. Sei que vão perguntar-me do Jesualdo…

- Antes, fale de Vercauteren.

- Falarei: nunca pensei que fosse este o perfil desejado. Diria até que era o antiperfil…,tenho o direito de o dizer. O futebol profissional do Sporting não pode ter à frente treinadores para experimentar se são bons no futuro. Somos um grande clube que quer ser dos melhores da Europa e depois vamos ver se os treinadores são bons? Saiu bem o Paulo Bento, sim, mas... E eu defendi todos os treinadores, atenção. Ate o Sá Pinto, com aquele temperamento de coração de leão, mesmo sem experiência.

- O Vercauteren já não consegue defender tanto…

- Foi um soco no estômago. Quando soube lá me explicaram que tinha sido um jogador internacional e lá me lembrei. Mas um treinador belga? Mas quantos treinadores belgas há em bons clubes no Mundo? Que escola tem a Bélgica? Mas ele foi despedido.

- Foi despedido?

- Foi despedido.

- Mas ainda não sabe?

- Não. Não sabe. Houve o mérito do nosso presidente ter percebido que naquela SAD ninguém percebia de futebol. Mas foi passado atestado de incompetência a responsáveis da formação, aliás, com aquela história do treinador dos treinadores. Era preciso ter o cuidado de dizer que não; Jesualdo não era para a formação, que era para a transição para os seniores. Mas isto devia ter sido tudo decidido ao mesmo tempo.

- Jesualdo caiu numa fogueira?

- Não. Não discuto os conhecimentos do Jesualdo, a formação universitária, o passado de treinador, os clubes e seleções. Ele foi só muito feliz no FC Porto. E no SC Braga também. Ele sabe de futebol. Estou-me nas tintas que tenha estado ligado ao Benfica e ao FC Porto. Esteve quatro anos no FC Porto e foi campeão três anos. Alguma coisa deve ter ficado a conhecer. Se é que o deixaram conhecer muita coisa… Mas não se pode vir logo dizer que é o braço direito e esquerdo e tal.

- Que vai acontecer a Vercauteren?

- Não sei. Espero que nada. Ele vai ser supervisionado. Jesualdo é o treinador dos treinadores. O Sporting até pode estar a introduzir um pioneirismo grande, espero que resulte. Era importante que a ligação fosse clara e que tivesse tudo sido feito ao mesmo tempo e não foi. Isto não é atacar ninguém. É apontar erros evidentes, coisas que não lembram ao diabo.

- Sente-se desiludido com alguns jogadores?

- Nomes? Não. Isso é que seria desestabilizar. Os jogadores sabem lá quem é o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG)…

- Querem saber quem manda, quem lhes garante o ordenado e quem os coloca a jogar. E saberão?

- Pois querem. Muitos atravessam crise psicológica e crise física. Continuamos a olhar de forma insuficiente para a formação. Espero que Jesualdo perceba que também é por isso que vem, para a fase final da formação, repito, para a integração no plantel profissional. Não quero Jesualdo imiscuído no que têm feito as pessoas que há anos e anos trabalham ali e que não merecem que se lhes diga que tem de vir alguém por cima. Não pode ser. 



A BOLA

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