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sexta-feira, 31 de maio de 2013

A VIDA " DE FILME " DO HOMEM QUE ESTÁ A AGITAR O FUTEBOL EUROPEU (VÍDEO)


Dmitry Rybolovlev Mónaco

Rybolovlev, o russo do Mónaco: medicina, fertilizantes e o divórcio mais caro do mundo

A vida «de filme» do homem que está a agitar o mercado europeu de futebol

Nos Estados Unidos ele é conhecido pelas extravantes avanturas imobiliárias. Na Suíça abrem a boca de espanto com um divórcio multimilionário. Na Grécia querem impedi-lo de comprar uma ilha. Na Rússia, onde nasceu, passou onze meses preso por suspeita de ter mando matar um homem. Foi ilibado e deixou para trás uma licenciatura em medicina e uma fortuna feita com fertilizantes. No futebol, Dmitry Rybolovlev é o russoque anda a gastar dinheiro no Mónaco.

No dia em que decidiu ser mais um multimilionário no futebol, Rybolovlev já tinha muitas histórias para contar, algo muito comum entre os russos que enriqueceram (muito) na década de 90. Talvez valha a pena começar pelo princípio.

Russo de 46 anos, nasceu na região de Perm (nordeste da Rússia, duas horas de voo de Moscovo) onde estudou e chegou a médico em 1990. Podia ter sido apenas mais um, mas na Rússia os tempos estavam a mudar e as oportunidades abundavam. Rybolovlev tinha um negócio pequeno, com o pai cientista, e em 1992 criou um fundo de investimento e começou a comprar ações de indústrias. Tudo se alterava a uma velocidade por vezes assustadora. Foi mais um a conseguir fazer muito dinheiro em pouco tempo. Em 1995 liderava a Ukralkali, uma das maiores produtoras de fertilizantes.

Casado desde 1987, Rybolovlev viveu um dos piores momentos da sua vida quando em 1996 foi acusado de mandar matar um empresário local. Esteve preso durante onze meses, foi ilibado.

O casal passou a viver sobretudo na Suíça a partir de 1995, Rybolovlev diversificou os investimentos. Além da indústria, comprou quadros de Picasso, Van Gogh, Gauguin and Monet. Mais tarde adquiriu uma casa de Donald Trump, em Palm Beach, e uma ilha no Hawai, que se acredita ter pertencido ao ator Will Smith . Em 2011 pagou 88 milhões de dólares por um apartamento em Nova Iorque. Rezam diferentes notícias que nunca ninguém tinha empenhado tanto dinheiro numa casa, na cidade.

Tudo isto se tornou de repente público e notório porque ocasamento de 23 anos terminou

A mulher, Elena Rybolovleva, acusou judicialmente o marido de infidelidade. Não uma vez, várias e no iate do casal. Mãe de dois filhos, Elena conhecera Dmitry na universidade de medicina. Hoje ela dirige uma fundação cultural em Genebra, escrevem as revistas de economia, e a discreta cidade suíça surpreende-se com aquele que pode ser o divórcio mais caro de sempre. Afinal, Elena reclama metade da fortuna do russo, um valor próximo dos 4,5 mil milhões de dólares.

O dinheiro de Rybolovlev materializou-se quando o russo decidiu vender a posição que tinha na companhia, em 2010. Recebeu cerca de 6,5 mil milhões de dólares. Nos últimos anos tem integrado a lista da revista Forbes. Já foi o 93º mais rico do mundo, agora baixou um pouco, para a posição 119. Na Rússia há nove mais ricos, mas não se pode dizer que seja mau, não é? Afinal, está avaliado em mais de 9 mil milhões de dólares.

Com dinheiro na mão e um divórcio às costas, Rybolovlev começou a gastar em estilo. Além da mansão, do apartamento em Nova Iorque e da ilha no Havai, comprou recentemente uma ilha grega, até agora na posse da família Onassis. Um gesto que não entusiasmou Atenas. O governo está a investigar a possibilidade legal de o bem ser vendido sem que o Estado possa continuar a utilizá-lo. Em rigor, nem foi o russo a comprar, nem foi uma ilha, como explicou à revista Forbes um representante do milionário. «Uma companhia pertencente a um fundo em representação dos interesses de Ekaterina Rybolovleva (a filha, de 24 anos, não especialmente discrete), adquiriu o grupo de empresas detido pela senhora Athina Onassis. Entre os bens do grupo estão as ilhas de Scorpios e Sparti». Na prática, Rybolovlev era o nome que todos referiam.

Rybolovlev, o russo do Mónaco: a ilha de Onassis e o Banco de Chipre

O futebol apareceu agora, em força, com Rybolovlev a quebrar recordes, ao estilo de Abramovich de outros tempos. A compra de Moutinho e James por 70 milhões atraiu a atenção em Portugal e um pouco por toda a Europa. O anúncio da transferência de um dos maiores avançados do Mundo, Falcao, é a prova final de que algo muito grande e muito diferente está em curso no principado.

Mas a história começou antes. A viver no Mónaco, Rybolovlev assistiu ao declínimo do AS Monaco, o principal clube local. Campeão pela última vez em 2000, o Mónaco foi derrotado pela F.C. Porto de José Mourinho em 2003/04, na Liga dos Campeões, e desapareceu do mapa europeu. Voltou a ser falado quando desceu de divisão, fustigado por má gestão e escassa ligação aos monegascos, nem por isso fanáticos de futebol.

Em dzembro de 2011 a compra foi fechada e Rybolovlev ficou com 66 por cento do Mónaco, o que muito alegrou o sócio número 2 do clube, o princípe Alberto II: «Este acordo abre uma nova página na história do clube e espero que a equipa possa reencontrar o prestígio que a tornou uma jóia da vida desportiva do Mónaco», afirmou na altura, citado pela BBC. Já o russo confessou a «paixão» pelo futebol e o desejo de concretizar «o potencial do clube, nas competições internas como na Europa». Para já dinheiro não tem faltado.

Apesar de estar a ser processado pela mulher em cinco países diferentes, Rybolovlev continua a gastar sem discrição no Mónaco. Ainda não se compreendeu exatamente para quê, sendo certo que uma tão avultada soma jamais será recuperada. Depois, dificilmente se vê como poderá o treinadorClaudio Ranieri encontrar o sucesso em pouco tempo. Apesar de tudo o italiano tem do seu lado a experiência. Em 2003, quando Abramovich chegou ao Chelsea, também era ele quem estava sentado no banco. Infelizmente apenas um ano. Por enquanto, no Mónaco o maior desafio é mesmo garantir que a equipa poderá competir na Liga francesa em 2013/14.

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