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terça-feira, 28 de abril de 2015

INTRATÁVEL TRUMP MOSTRA CANDIDATURA AO MUNDIAL


O inglês Judd Trump, de 25 anos, número seis do ‘ranking’ mundial, demonstrou esta terça-feira a razão de ser apontado como dos mais sérios candidatos a suceder ao compatriota Mark Selby como campeão, ao conseguir esmagadora vantagem (12-4) sobre Ding Junhui, no grande duelo dos quartos de final, em Sheffield.

Ding, de 28 anos, terceiro do ‘ranking’, responsável pela eliminação do escocês John Higgins, tetracampeão mundial, nos ‘oitavos’, e com uma exibição que fazia antever um duelo de titãs diante de Trump (vice-campeão mundial em 2011) viu o seu adversário disparar de entrada até 6-0, e o melhor que conseguiu na sessão matinal foi amenizar a diferença.

Mas Trump mostrou, na sessão noturna, que não era mera inspiração, antes consistência, e dobrou o marcador, com uma presença autoritária na mesa e a demonstrar toda a sua classe, para fechar a apenas um ‘frame’ (partida) dos 13 necessários para chegar às meias-finais.

Em problemas chegam ao segundo dia dos ‘quartos’ o australiano Neil Robertson, de 33 anos, campeão mundial em 2010 e quarto da hierarquia, que tão impressionante desempenho protagonizara até aqui no Mundial, e o atual vice-campeão e já cinco vezes triunfador do Crucible, o inglês Ronnie O’Sullivan, de 39 anos: ambos chegam à segunda sessão em igual desvantagem, por 3-5. 

Barry Hawkins, de 36 anos, quinto do ‘ranking’, e vice-campeão mundial em 2013, complicou a vida a Neil Robertson, que, depois de ver o inglês vencer a primeira partida, chegou a 3-1. Mas após o intervalo da sessão o ‘falcão’ (‘hawk) venceu os quatro ‘frames’, para surpreender um dos grandes favoritos à vitória final.

Outra surpresa, embora seja já habitual o ‘Rocket’ não jogar ao seu melhor nível e sentir sempre dificuldades perante o 10.º da hierarquia, foi o compatriota Stuart Bingham, de 38 anos, virar para as duas sessões finais do jogo em igual vantagem (5-3).

Depois do episódio de ter jogado um ‘frame’ de meias (sem sapatos), o ‘Rocket’ volta a ser notícia não exatamente pela genialidade que se lhe reconhece.

No sétimo ‘frame’ (partida), O’Sullivan arriscou uma punição(falta de sete pontos para o adversário), ao ir ao pano aferir a recolocação de uma bola e distâncias com o giz, o que não é permitido pelas regras. 

Valeu a O’Sullivan a bonomia (ou distração) de Terry Camilleri, que não penalizou a infração e ainda viu Ronnie, nesse ‘frame’ dirigir-se-lhe e mostrar desagrado verbal por a colocação do árbitro ao redor da mesa estar a importunar a sua posição para tacar, alegadamente. 

O que fica para quarta-feira foi um Bingham sólido, a aproveitar as suas oportunidades, e a certeza de que ou Ronnie eleva o seu nível de jogo ou fica pelo caminho. Depois destes episódios, o ‘Rocket’ não venceu mais qualquer partida, embora com algum azar à mistura.

Por último, mas não menos importante, enormíssimo duelo entre o ‘mágico, o inglês Shaun Murphy, de 32 anos, oitavo da hierarquia e campeão mundial em 2005 (quando veio das qualificações), e a revelação, o escocês Anthony McGill, de 24 anos, também oriundo do ‘qualifying’, ‘carrasco’ de Selby e 32.º da hierarquia, mas que até poderá acabar o Mundial no ‘top 16’, caso atinja a final.

O ‘cenoura’ escocês e Murphy terminaram a sessão matinal empatados (4-4), embora o inglês tivesse arrancado com dois ‘breaks’ (tacadas, ou entradas) centenários (de 100 ou mais pontos, ‘centuries’) para virar de 0-1 até 3-1 a seu favor. Reagiu o herói improvável deste Mundial, com três partidas de rajada (4-3), para chegarem à noite empatados.

A partir daí, foram ombro a ombro, sem mais de um ‘frame’ de diferença e sucessivas igualdades. Até que, na segunda parte da sessão noturna, Murphy acelerou de 6-6 para 9-6, demonstrando alguma superioridade sobre um escocês que nunca se rende e continua a surpreender e a prolongar o seu conto de fadas neste Mundial.

Todavia, no importantíssimo 16.º e último ‘frame’, uma oportunidade concedida por Murphy foi aproveitada por McGill para evitar um 6-10 que seria muitíssimo mais problemático de recuperar quarta-feira, na terceira e última sessão, do que o 7-9 e as duas ‘frames’ de desvantagem com que, tal como Neil Robertson e Ronnie O’Sullivan, chega ao segundo e último dia dos quartos’.

A diferença, para McGill, é o ‘centurião´(Robertson) e o ‘Rocket’ (O’Sullivan) ainda disporem de duas sessões e de possíveis mais 15 partidas para recuperar, enquanto McGill precisa de ganhar seis das nove partidas possíveis ainda por disputar no embate com Murphy.

Os quartos de final terminam quarta-feira e são disputados à melhor de 25 ‘frames’ (partidas): vence o primeiro a somar 13 vitórias (de 13-0 a possíveis 13-12). 

As meias-finais, que se iniciam quinta-feira (dia 30), são jogadas à melhor de 33 ‘frames’ (de 17-0 a possíveis 17-16) e a final à melhor de 35: vence o primeiro com 18 vitórias (de 18-0 a possíveis 18-17).

O 77.º Campeonato do Mundo de Snooker distribui 1,9 milhões de euros de prémios. O campeão levará 411 mil euros para casa, o ‘vice’ 171 mil euros e a presença nas meias-finais vale 82 mil euros. A presença nos ´quartos garante um prémio de 41 mil euros. 

O Mundial disputa-se pelo 38.º ano seguido (desde 1977) no Crucible Theatre, de Sheffield (Inglaterra), iniciou-se a 18 do corrente mês e irá concluir-se a 4 de maio: quarta-feira será o 12.º dia de jogos, além do ‘qualifying’.

QUARTOS DE FINAL (a concluir quarta-feira):

Shaun Murphy-Anthony McGill, 9-7 (14.30 horas)
Barry Hawkins-Neil Robertson, 5-3 (10 e 19 horas)
Ding Junhui-Judd Trump, 4-12 (10 horas)
Stuart Bingham-Ronnie O’Sullivan, 5-3 (14.30 e 19 horas)

MEIAS-FINAIS:

Vencedor do jogo Anthony McGill/Shaun Murphy-Vencedor do jogo Barry Hawkins/Neil Robertson
Vencedor do jogo Ding Junhui/Judd Trump-Vencedor do jogo Stuart Bingham/Ronnie O’Sullivan

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