O inglês Shaun Murphy parte para o dia decisivo do Campeonato do Mundo de Snooker, que segunda-feira termina em Sheffield, em ligeira vantagem (9-8) sobre o compatriota Stuart Bingham, na final da prova que desde 18 de abril prende as atenções de todos os amantes desta variante do bilhar no Crucible Theatre, em Sheffield (Inglaterra).
Murphy, o ‘mágico’, de 32 anos, número oito do ‘ranking’ mundial e já campeão há dez anos (2005) e vice-campeão em 2009, chega ao dia decisivo numa final em que esteve sempre na frente (3-0, 4-2, 8-4...) mas em que viu o experiente ‘Ball-run’ Bingham, de 38 anos, décimo da hierarquia e na sua primeira final em 20 anos de profissional, igualar o marcador (4-4) no final da sessão vespertina.
Diabólica primeira parte da sessão noturna valeu a Shaun Murphy descolar e disparar para 8-4, com dois ‘breaks’ (tacadas, ou entradas) de três dígitos (centenárias, ‘centuries’, de 100 ou mais pontos), de 106 e 121 pontos, esta última com direito a espectáculo numa azul longa e a embolsar a preta no canto superior esquerdo (o da bola amarela), depois desta embater em duas tabelas antes.
Quando se pensaria que a balança iria começar a inclinar, Bingham, que depois de ter derrotado Ronnie O’Sullivan e Judd Trump mas em jogos nos quais esteve quase sempre a liderar o marcador, mostrou toda a solidez e consistência.
Stuart não se deixou afetar e veio do intervalo qual rolo compressor, com três ‘frames’ (partidas) de seguida, a reduzir para 7-8 – com um ‘century’ pelo meio (131 pontos), o 84.º deste Mundial, novo recorde (o anterior era de 83, em 2009) numa edição no Crucible, sinónimo do elevado nível dos jogadores e prova este ano - e mostrar que está para lavar e durar:
Pecam por manifestamente exageradas as notícias sobre a ‘morte’ de Bingham nesta final, como diria Mark Twain. Está a dar tudo, o tal «sangue, suor e lágrimas» de 20 anos como profissional pela sua primeira final, «e talvez a última, não deve haver muitas mais chances», como disse aos jornalistas sábado, após vencer Trump na ‘negra’... e chorar.
O espetáculo agradece e está a ganhar, e a emoção promete adrenalina e ‘suspense’ à moda de Hitchcock como na granítica meia-final entre Bingham e Trump, provavelmente um dos melhores jogos de sempre, e que terá conquistado mais alguns milhões de apaixonados para a modalidade.
O Mundial-2015 conclui-se esta segunda-feira, com os dois gladiadores a voltarem à arena do ‘Teatro dos Sonhos’ às 14 horas, para jogar oito ‘frames’, e depois com a conclusão, com possíveis dez ‘frames’ por jogar, a partir das 19 horas, na sessão noturna.
O que fica do primeiro dia, também, e do equilíbrio no resultado, é a certeza que haverá quarta sessão, à noite.
Na certeza de que ‘underdog’ Bingham dará luta até à última bola, como mostrou este domingo e primeiro dia da final que 500 milhões seguem em direto pela televisão em todo o Mundo.
Lembremos que, na final, a maratona de ‘frames’ (partidas) será ainda maior que nas meias finais, onde tiveram de somar 17 vitórias: é jogada à melhor de 35 ‘frames’, com o campeão a ter de vencer 18 ‘frames’ (de 18-0 a possíveis 18-17).
O 77.º Campeonato do Mundo de Snooker distribui 1,9 milhões de euros de prémios. O campeão levará 430 mil euros para casa, o ‘vice’ 171 mil euros.
O Mundial 2014/15, prova mais importante da época da World Snooker, disputa-se pelo 38.º ano seguido (desde 1977) no Crucible Theatre, de Sheffield (Inglaterra).
A prova iniciou-se a 18 de abril e conclui-se segunda-feira. Segunda-feira será o 17.º e último dia consecutivo de jogos no ‘Teatro dos Sonhos’.
MUNDIAL-2015 – FINAL (conclui-se segunda-feira):
Shaun Murphy-Stuart Bingham, 9-8 (14 e 19 horas)
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