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quarta-feira, 3 de junho de 2015

ENTREVISTA AO CAPITÃO


Depois de completar a 12.ª temporada consecutiva no Benfica, Luisão elegeu o primeiro título, na época 2004/05, como o mais difícil de conquistar de águia ao peito.

«O Benfica vinha de alguma instabilidade, agora vive uma época totalmente diferente. Hoje, até dentro de campo é diferente, há estabilidade. Estávamos há onze anos sem ganhar o campeonato e havia muita pressão. O primeiro título foi o mais difícil», disse em declarações à Benfica TV, recordando o golo apontado ao Sporting, na penúltima jornada, decisivo para o desfecho do campeonato:

- Foi o melhor golo da minha carreira, uma satisfação enorme. Foi o coroar do nosso trabalho e coincidiu a ser na Luz. Foi uma festa muito grande.

Este ano, o ‘derby’ em Alvalade teve contornos igualmente decisivos. O empate (1-1) acabou por melhor servir os interesses do Benfica, apesar de toda a pressão que antecedeu o jogo: «Estivemos sempre na frente deles na classificação mas nas ruas as conversas é que eram eles os campeões. (...) Houve uma pressão de fora programada para desestabilizar (o guarda-redes Artur). No final do jogo, fomos todos abraçá-lo.»

Solidariedade é sentimento que reina dentro do balneário encarnado. Tal ficou patente no último jogo do campeonato, frente ao Marítimo, em que toda a equipa trabalhou para ajudar Jonas a ser o melhor marcador do campeonato: 

- Foi o jogo em que mais corremos, mesmo com título conquistado. Podíamos ter ficado acomodados, a pensar no próximo jogo (final da Taça da Liga). Mas queríamos jogar rápido para ajudar o Jonas nesse objetivo.


O capitão do Benfica acreditou sempre, desde o início da época, que o título de campeão não iria escapar aos encarnados.

«Estava confiante desde o início do campeonato. Mesmo quando tivemos resultados menos bons, mantivemos a tranquilidade e a serenidade. Foi um dos anos mais tranquilos do Benfica», disse em declarações à Benfica TV.

Conquistado o bicampeonato, o brasileiro aponta ao tri: «Temos vindo a construir uma boa história no clube. É difícil e complicado ganhar o campeonato português mas vamos tentar.»

Luisão reconhece que a desconfiança dos adeptos no início da temporada devido à saída de alguns elementos importantes no plantel não abalou a equipa.

«Saíram grandes jogadores e é natural os adeptos ficarem preocupados e desconfiados. Mas o Benfica está a tornar-se num clube coeso. O presidente (Luís Filipe Vieira) e o Rui (Costa) souberam criar um grupo forte. Essa desconfiança não chegou até nós», disse Luisão à Benfica TV, apontando dois exemplos: 

«O Júlio César e o Jonas trouxeram muita experiência. São jogadores muito rodados e sabem lidar com a pressão.»

Com a difícil missão de fazer esquecer Garay, Jardel acabou por fazer uma grande temporada ao lado de Luisão no centro da defesa do Benfica. O capitão elogia o compatriota. 

«Jardel esperou o momento dele, durante bastante tempo. Fez uma grande temporada, com golos que também ajudam a ganhar confiança. Fico feliz por ajudar», disse Luisão em declarações à Benfica TV

Em 12 anos de águia ao peito, Luisão teve muitos companheiros no eixo defensivo. Convidado a escolher o melhor, o brasileiro destacou dois: «A ligação com Garay era muito boa, foi quem mais encaixou na minha personalidade. Eu tenho o meu estilo, ele tem outro. Não tirando mérito a outros jogadores, como o David (Luiz), o Jardel fez uma grande temporada. Destaco Garay e Jardel.»

Já Javier Saviola foi o melhor jogador que viu passar pela equipa, por ser «muito difícil de marcar», e Geovanni o melhor amigo que fez no Benfica: «Foi ele que acolheu quando cheguei ao clube, abriu-me as portas da casa dele.»

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