O mau desempenho da Honda neste seu regresso à Fórmula 1 tem sido causa de fortes embaraços para a marca japonesa, tanto a nível interno como externo. Ao contrário do que esperavam os media japoneses que têm na Fórmula Um o seu campo de ação, a Honda não investiu um iene em publicidade, não fazendo qualquer promoção que a ligue com os Grandes Prémios e nas pistas também se tem feito notar por raramente ter convidados, limitando-se a acolher, ocasionalmente, alguns dos responsáveis das suas representantes locais.
A falta de resultados e de progressos reais, sobretudo a nível de fiabilidade, da Unidade Motriz da Honda está a causar uma forte contestação interna na fábrica de Sakura e a liderança de Yasuhisa Arai começa a ser seriamente questionada. A manutenção de Arai á frente do projeto de Fórmula 1 foi sempre contestada pelos engenheiros mais veteranos da divisão de desporto da Honda, pois já tinha liderado o projeto do medíocre V8 que atirou a marca japonesa para fora dos Grande Prémios no final de 2008, mas os seus bons apoios políticos têm-no mantido no seu lugar, até porque sempre teve um bom relacionamento com o presidente Ito.
Ora a liderança da Ito chegou ao fim na semana passada, com o novo presidente, Takahiro Hachigo a iniciar as suas funções com uma visita ao Grande Prémio da Áustria. Uma decisão que foi um pesadelo para Arai, que teve de receber o seu novo chefe no dia em que Alonso e Button foram atirados para o final da grelha de partida por penalizações ligadas à falta de fiabilidade dos motores Honda. Assim Hachigo teve de ir até ao final da grelha de partida para ver os seus dois carros, o que esteve longe de lhe agradar.
Do Japão chegam-nos fortes indicações que o lugar de Arai está seriamente em perigo e que o seu afastamento poderá ocorrer a muito curto prazo. A ideia seria a de recuperar alguns dos veteranos que estão afastados do projeto de Fórmula 1 e promover os jovens engenheiros mais capazes, pois a situação atual é embaraçante para a Honda e o orgulho da marca está a ser seriamente beliscado pelo falhanço que está a ser o ser regresso aos Grande Prémios.
Em contrapartida Bernie Ecclestone fez de tudo para que Hachigo se sentisse bem vindo em Spielberg. Normalmente colocada no final do paddock, junto da motorhome da Manor, a Honda ficou surpresa quando chegou ao Red Bull Ring e viu que o lugar que estava reservado para a sua motorhome era no outro extremo do paddock, entre o escritório móvel de Bernie Ecclestone e a motorhome da Mercedes.
Resta esperar para ver que conclusões Hachigo retirou desta sua primeira visita a um Grande Prémio e de quanto tempo vai necessitar para tomar uma decisão quanto ao futuro da Honda na Fórmula 1, pois o atual estado das coisas não é aceitável para os nipónicos e todos esperam alterações importantes na estrutura da marca japonesa.
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