No verão de 2007, depois de dois anos de empréstimo por parte da Juventus, Fabrizio Miccoli deixava o Benfica para rumar ao Palermo. Em entrevista exclusiva ao zerozero.pt, o «pequeno bombardeiro» revela que continuar na Luz para lá desses dois anos nunca foi uma possibilidade; e explica porquê.
É a única grande dor que tenho, porque gostaria imenso de ter ganho o campeonato pelo Benfica.
Fabrizio Miccoli
«Não acredito que tenha existido essa possibilidade, logo para começar. Depois o Palermo comprou-me e eu tinha ainda um situação familiar um pouco particular porque a minha filha era muito pequena ainda e a minha mulher, depois do segundo ano, queria voltar para a Itália. E com a minha filha era complicado, surgiu o Palermo e decidimos seguir esse caminho. Mas jamais vou esquecer esses dois anos», conta Miccoli ao nosso jornal.
Dois anos, 19 golos e alguns momentos inesquecíveis. «Liverpool é a minha melhor memória», conta, recordando a meia bicicleta em Anfield Road que abateu o campeão europeu à data. Mas o avançado italiano de 36 anos guarda uma mágoa dentro de si.
«É a única grande dor que tenho, porque gostaria imenso de ter ganho o campeonato pelo Benfica. Encontrámos, acredito, um dos melhores FC Porto de sempre e isso acabou por ter influência. Mas fizemos muitas coisas bonitas, como chegar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, ganhar em Liverpool...», recorda Miccoli ao zerozero.pt.
Fabrizio Miccoli. Para os cativos da Luz será sempre «o pequeno bombardeiro», que entre 2005 e 2007 transportou em si uma mística especial que saltou para as bancadas. É certo que marcou 19 golos em 56 jogos pelo Benfica, mas é a ligação emocional entre Miccoli e a nação benfiquista que perdura; até aos dias de hoje.
Em entrevista exclusiva ao zerozero.pt, o internacional italiano de 36 anos, atualmente a gozar os últimos jogos da carreira ao serviço do modesto Birkirkara, de Malta, procura explicar em palavras esse cordão umbilical com a plateia da Luz; mas não é fácil, admite.
qAssim que o Nuno Gomes e o Rui Costa me convidarem a ir à Luz, eu vou (risos). Eles que me convidem!
Fabrizio Miccoli
«Honestamente, não consigo explicar, não sei... Talvez porque viram em mim alguém que em todos os jogos dava 100 por cento dentro de campo. Mas talvez também porque fora de campo gostava de viver a cidade, de estar no meio das pessoas... Mas o carinho e afeto que eles têm por mim é o mesmo que eu tenho por eles e pelo Benfica. Foram dois anos belíssimos», desabafa.
Da estreia a marcar frente ao Lille à meia bicicleta imortalizada em Anfield Road, Miccoli registou alguns momentos inesquecíveis de águia ao peito. Mas nem é isso que mais recorda. «Quando se fala do Benfica a primeira coisa que me vem à cabeça são os amigos que fiz lá. Falo de Nuno Gomes, Rui Costa, Petit, Karagounis... tantos. Por isso, a primeira coisa que me vem à cabeça é a experiência que tive com eles», sublinha o italiano em conversa com o nosso jornal.
«Depois disso, muitos resultados bonitos: as vitórias na Champions, os golos que fiz... e Lisboa! Para mim, uma das cidades mais bonitas onde já estive. Foi uma experiência muito bonita e fiquei adepto do Benfica; sigo-o sempre», garantiu desde Malta.
Nuno Gomes e Rui Costa. Fabrizio recorda-os com especial carinho. Também por ambos terem feito carreira em Itália foram em Lisboa os primeiros a guiar o transalpino pela história do Benfica. «Foram muito importantes porque ajudaram-me muito. Fizeram-me perceber o quão grande é o Benfica e a responsabilidade de jogar naquela equipa. Ajudaram-me imenso e por isso vou sempre agradecer-lhes», assegura Miccoli.
E para que os adeptos do Benfica possam voltar a ver o «pequeno bombardeiro» na «sua» Luz basta apenas um simples convite. «Não sei quando vou aí, mas espero que seja em breve. Assim que o Nuno Gomes e o Rui Costa me convidarem a ir à Luz, eu vou (risos). Eles que me convidem!» Fica o desafio; a bola está agora do lado das duas figuras históricas do Benfica.
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