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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

PREJUÍZO DA SPORT TV AUMENTA PARA 6,2 MILHÕES DE EUROS EM 2014


O resultado afundou cerca de meio milhão de euros, enquanto as receitas dos canais recuaram 12,5 milhões.

Os prejuízos da Sport TV voltaram a aumentar em 2014. A empresa detida em partes iguais pela Controlinveste de Joaquim Oliveira e pela NOS fechou o último ano com um resultado líquido negativo de 6,2 milhões de euros, quase meio milhão acima do registado em 2013.

São já cinco anos consecutivos em queda para a empresa que registou lucros pela última vez em 2011 (6,5 milhões de euros). Os canais ‘premium' de desporto têm sido penalizados sobretudo pela perda de subscrições, a sua principal fonte de receita. Em 2014, os proveitos da Sport TV caíram 12,5 milhões de euros, para 111,4 milhões de euros, o que prejudicou o resultado dos canais apesar do corte de 12 milhões nos custos operacionais.

Na base desta quebra está a diminuição do consumo privado e o aumento da pirataria - potenciada pela propagação da banda larga nas casas portuguesas -, mas também a entrada no mercado, em Julho de 2013, da Benfica TV ‘premium'. O impacto da concorrência será sempre o saldo entre o investimento que o canal deixou de fazer nos direitos de transmissão dos jogos realizados no Estádio da Luz - uma vez que o clube decidiu mantê-los em casa - e os assinantes que terá perdido.

Estes resultados são más notícias para a Sport TV que, já este ano, viu confirmada pelo Tribunal da Concorrência e mais tarde pelo Tribunal da Relação a condenação, aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC), por abuso de posição dominante no mercado nacional de canais de acesso condicionado com conteúdos desportivos ‘premium' durante mais de seis anos. A empresa terá agora de pagar uma multa no valor de 2,7 milhões de euros ou recorrer ao Tribunal Constitucional.

Entretanto, a Sport TV foi também alvo de uma acção popular, a primeira em Portugal, que pretende obrigar a empresa a indemnizar os clientes por alegadas práticas anti-concorrenciais. A iniciativa do Observatório da Concorrência, criado em Novembro do ano passado, pretende que, numa fase inicial, seja declarada a violação do direito da concorrência e a obrigatoriedade de ressarcir os clientes lesados para, mais tarde, definir o valor a pagar a cada um. Caso o Observatório vença a causa, será o tribunal a decidir sobre a indemnização.
Mas, os problemas com a Concorrência não se ficam por aqui. A Sport TV viu também impedida a operação que visava a entrada da Portugal Telecom (PT) no capital da empresa. A AdC considerou que aquela que ficou conhecida como Operação Triângulo criava entraves significativos à concorrência no mercado, decisão que também foi confirmada pelo Tribunal da Concorrência após o recurso apresentado pelas empresas.

A vida da Sport TV pode complicar-se ainda mais se a centralização dos direitos de transmissão avançar, tal como está a ser estudado pela Liga Portuguesa de Futebol. Na prática, este modelo de negociação colocaria o monopólio da negociação dos direitos nas mãos da Liga retirando margem de negociação aos canais de Joaquim Oliveira. Até ao fecho da edição não foi possível obter qualquer comentário da empresa que, actualmente, tem cinco canais nacionais em alta definição - Sport TV 1, Sport TV 2, Sport TV 3, Sport TV 4 e Sport TV 5 - e três internacionais - Sport TV África, Sport TV África 2 e Sport TV Américas.

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