Páginas
▼
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
OS NOSSOS ADVERSÁRIOS ESTÃO MAIS ATIVOS QUE NUNCA
Luís Filipe Vieira juntou esta quinta-feira, no Estádio da Luz, antigos e atuais órgãos sociais do Benfica. Ocasião para apelar à união em nome dos superiores interesses do clube.
«Dentro do Benfica temos direito a divergir, mas os nossos adversários estão lá fora, mais ativos do que nunca, o que nos obriga a estar mais unidos do que alguma vez estivemos na defesa do Benfica», alertou o presidente dos encarnados, frisando:
- O Benfica não tem aldeias, não tem fações. O Benfica é só um, e todos nós fazemos parte desta realidade».
No capítulo desportivo, salientou, atravessam as águias «um ano de transição». A exigência, porém, é a de sempre.
«Mas transição não significa menor ambição, ou menor exigência. Transição significa apenas uma mudança de paradigma, uma maior aposta na formação, menos compras, mais jovens. É isto que significa a nossa transição», esclareceu Luís Filipe Vieira, vincando:
- Esta é a visão que tenho e que desejo implementar para o futuro do Benfica. Mas esta visão não pode ser incompatível com resultados. Em alguns momentos temos de ser exigentes, e podem ter a certeza de que essa exigência existe cá dentro. Noutros momentos, temos de ser pacientes.
Leia o discurso na íntegra:
Quero começar por agradecer a vossa presença aqui hoje. Agradecer também a todos aqueles que, não podendo estar presentes, tiveram o cuidado de enviar mensagens públicas (como as que tivemos oportunidade de ouvir) ou privadas (como as que tiveram a amabilidade de me fazer chegar).
Este jantar tem um único propósito: deixar bem claro a todos que o Benfica se fez grande na união, construiu-se na diversidade de opiniões, na democracia das ideias, mas foi pelo empenho e pelo esforço de todos os benfiquistas que chegámos aqui.
O Benfica não exclui. No Benfica, ninguém é dispensável. Todos somos necessários.
Os que estão nesta sala servem ou serviram o Benfica. Alguns há muito tempo, outros há menos tempo, mas todos demos e damos o nosso melhor para que o Benfica se torne cada dia mais forte.
Todos nós tivemos de tomar decisões. Nem sempre acertamos, mas há uma garantia que tenho: assumimos sempre que a nossa decisão é aquela que melhor serve o Benfica.
Também já errei, e vou continuar a errar, porque os únicos que não erram são aqueles que nada decidem!
Quis promover este jantar, porque todos os que aqui estão contribuíram, no seu tempo e a seu modo, para que o Clube hoje seja um Clube admirado, respeitado, seguido a nível internacional, credível, inovador e, acima de tudo, a caminho de livrar-se da sua dependência do sistema financeiro.
Este mérito é de toda a equipa e de todos aqueles que me acompanharam a mim e ao Manuel Vilarinho nos últimos 15 anos, mas é um mérito que não exclui ninguém.
Dentro do Benfica temos direito a divergir, mas os nossos adversários estão lá fora, mais activos do que nunca, o que nos obriga a estar mais unidos do que alguma vez estivemos na defesa do Benfica.
Termos chegado aqui é sucesso e mérito de todos, independentemente da Direção que serviram, e é precisamente esta palavra que queria deixar.
O Benfica não tem aldeias, não tem fações. O Benfica é só um, e todos nós fazemos parte desta realidade.
A estabilidade dos últimos 15 anos permitiu-nos recuperar a nossa grandeza, permitiu-nos pensar e planear a médio e longo prazo, permitiu-nos voltar a ser um Clube global.
Em questões estruturais, nunca houve divergências. Foi necessário recuperar a credibilidade do Clube. Foi necessário construir o Estádio, os pavilhões, o Caixa Futebol Campus. Foi necessário pensar e fazer nascer a BTV. Foi necessário, quando houve capacidade, apostar na vertente desportiva.
Foi necessário fazer o Museu. Tudo isto foi feito de forma progressiva, de forma planeada. E nestas questões estivemos sempre em sintonia.
É chegado o tempo de pagar o passivo do Clube, de o recuperar para os seus sócios.
Ganhar é importante, é fundamental, é o que nos move diariamente, mas poder dizer que o Clube voltou a ser nosso, totalmente nosso, que vai poder, finalmente, livrar-se da sua dependência do sistema financeiro, é algo que me enche de orgulho.
No capítulo desportivo, este é um ano de transição.
Mas transição não significa menor ambição, ou menor exigência. Transição significa apenas uma mudança de paradigma, uma maior aposta na Formação, menos compras, mais jovens. É isto que significa a nossa transição.
Esta é a visão que tenho e que desejo implementar para o futuro do Benfica. Mas esta visão não pode ser incompatível com resultados.
Em alguns momentos, temos de ser exigentes, e podem ter a certeza de que essa exigência existe cá dentro. Noutros momentos, temos de ser pacientes.
É este equilíbrio que quero pedir a todos os benfiquistas. Sermos exigentes mas, ao mesmo tempo, compreender que nenhuma mudança se faz de forma instantânea e sem alguns custos.
Quanto ao acordo celebrado com a NOS na semana passada, queria reiterar o que já disse: à medida que as contrapartidas financeiras do acordo se forem cumprindo, vamos libertar o Benfica do seu passivo.
Permitam-me, a terminar, que destaque três pessoas nesta sala:
- Manuel Vilarinho. Foi pela sua mão que entrei no Benfica. O Manuel assumiu o Clube num momento muito difícil. Contou sempre com o meu apoio e a minha solidariedade nas grandes decisões.
- Mário Dias o “pai” deste Estádio. Sem a sua vontade e o seu empenho possivelmente não haveria novo Estádio.
- E, finalmente, o Domingos Soares Oliveira que lidera a Comissão Executiva e toda a parte operacional do Clube.
No exemplo destas três pessoas quero agradecer a todos nesta sala pelo vosso benfiquismo.
Independentemente do tempo e da conjuntura em que serviram o Benfica, todos fomos importantes para chegar aqui!
Obrigado pela vossa presença!
Só um exemplo recente. A decisão de antecipar o jogo na Madeira foi tomada para defender os superiores interesses do Benfica?
ResponderEliminarQuando a data aprazada tinha clara vantagem sob o ponto de vista desportivo, não foi só para as vedetas e a pseudo-estrutura irem de férias mais cedo?