Páginas

sábado, 26 de dezembro de 2015

SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA DO BURRO DO C@RALHO



Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Bruno Carvalho manifestou confiança em ver o Benfica sagrar-se tricampeão, analisando os momentos de Sporting e FC Porto. Para o antigo candidato à presidência do emblema da Luz, o enaltecimento da estrutura do clube por Luís Filipe Vieira é um sinónimo de auto-elogio.

Foi candidato à presidência do Benfica em 2009 e planeia voltar a submetmer-se à vontade dos sócios no próximo sufrágio. em entrevista ao Desporto ao Minuto, Bruno Carvalho mostra estar atento à atualidade das 'águias', não se imiscuindo de comentar a forma de liderar de Luís Filipe Vieira, assim como o atual momento de Sporting e FC Porto.
Acha que o ‘ego’ de Luís Filipe Vieira fez com que Jorge Jesus saísse do Benfica e acabou por marcar o início desde ciclo menos entusiasmante?
Jorge Jesus foi empurrado pela porta fora porque o Vieira quis mostrar que era ele que ganhava e não o treinador anterior. Quando ele se refere à estrutura que diz ter sido ele a criar e, portanto, refere-se a ele próprio. Ele quer mostrar que o Benfica é ele e não lhe está a correr bem. Mas, neste momento, não adianta muito falar de Jorge Jesus porque isso já é passado e já toda a gente percebeu o que é que aconteceu.
Continua a pensar que o Benfica está ‘minado’ de pessoas que são prejudiciais ao clube? 
O Benfica está cheio de gente que pouco ou nada tem a ver entre si. A estratégia de Luís Filipe Vieira de pescar as oposições fez com que levasse muita gente para dentro do Benfica que não se revia minimamente na sua posição e que eram rostos visíveis da oposição. Dou-lhe o exemplo do Rui Gomes da Silva, que dizia muitíssimo mal do presidente, que saiu da administração da SAD, mas que ainda é vice-presidente do clube. Estou a falar do José Eduardo Moniz e do Varandas Fernandes, que integravam o movimento ‘Benfica vencer, vencer’ e acabaram por ir para dentro do Benfica. O Benfica tem esta estratégia de levar para dentro do clube tudo o que são vozes críticas e é evidente que o Benfica não pode ter uma equipa coesa e de liderança. 
Defendeu a contratação do Marco Silva no início da época. Acha que estaria a fazer um melhor trabalho?
Quando o Sporting disse que não queria o Marco Silva, pareceu-me uma opção evidente, não pela vingança mesquinha – apesar de ter um efeito psicológico que não se pode esconder -, mas sim porque era o melhor treinador em Portugal para substituir o anterior. Eu preferia o anterior, mas saindo o anterior, não há dúvida que Marco Silve era a melhor opção e eu disse-o e aconselhei o presidente do Benfica a contratá-lo. Mas ele queria um treinador mais moldável à sua personalidade, que ele pudesse controlar melhor e que ficasse mais grato pela oportunidade. Mas acho que o Marco silva vai chegar a um grande em Portugal, isso é uma questão de tempo.
Como analisa os rivais do Benfica, Sporting e FC Porto?
Eu vejo um Sporting muito diferente do do ano passado. O Jorge Jesus foi muito rápido a implementar o seu modelo de jogo. Que ninguém queira comparar o plantel do Sporting e do Benfica e o que ele fez no Sporting foi reavivar rapidamente uma coisa que não ia acontecer assim tão rapidamente. Ou seja, conseguiu queimar muitas etapas em três meses e dar vida ao Sporting. Não sei se se vai conseguir aguentar ou não, mas a verdade é que conseguiu isso.
O FC Porto tem já, há dois anos para cá, plantéis muitíssimo bons. Tem um treinador que eu acho que não consegue rentabilizar o potencial dos plantéis que tem à sua disposição e, por isso, este ano, tudo pode acontecer no campeonato nacional. Para mim Lopetegui está ótimo no FC Porto (risos). O Sporting conseguiu tornar-se candidato quando não o seria nos próximos anos, o FC Porto não tem o futebol correspondente ao investimento que tem, e o Benfica, com o seu estofo de campeão e por ter mudado poucos jogadores, pode ser que consiga ser tricampeão.
Como vê as acções de Bruno de Carvalho à frente do Sporting?
Não quero falar do presidente de um clube adversário, sendo que é um estilo de presidência na qual não me revejo e que me faz lembrar alguns tiques que vi num antigo presidente do Benfica [n.d.r. Vale e Azevedo] e que acabou mal. Mas esse é um problema dos sportinguistas. Parece-me evidente que ele sabe usar os média (em seu favor) e o Benfica também sabe, mas para manipular os seus próprios sócios.
Pinto da Costa tem andado muito desaparecido nas últimas épocas e o FC Porto não tem ganho títulos. Acha que a estrutura sente a falta de um presidente mais interventivo como Pinto da Costa era?
Não faço ideia, não quero falar no FC Porto. Não sei se é devido a isso, mas acho que o Benfica tinha encontrado uma estabilidade importante, teve ótimos jugadores e teve um treinador que conseguiu rentabilizar muitos desses jogadores. Lembro-me do Matic, do Enzo Pérez, por exemplo.
Está a planear recandidatar-se à presidência do Benfica nas próximas eleições?
Sim, planeio.
Quais seriam as suas primeiras acções assim que fosse eleito?
Há duas coisas que para mim são essenciais. Tenho um modelo definido que apresentarei na altura em que me candidatar, pois pretendo reequilibrar as contas do Benfica aumentando a credibilidade. Seguiria uma estratégia muito diferente da do Benfica [atual direção], porque o Luís Filipe Vieira compra muito. No início da época, o Benfica já tinha gasto imenso dinheiro a comprar mais de dez jogadores e nenhum deles era para ser titular. Eu apostarei na qualidade. Portanto, em vez gastar dez ou 15 milhões em vários jogadores que só servem para agradar a algumas clientelas, apostaria na qualidade. E, já agora, ter um treinador de inquestionável qualidade no Benfica.

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o empresário lamentou a forma como foi contratualizado o negócio com a NOS, lembrou que Vieira está a tentar reescrever a história apagando o nome de Manuel Vilarinho, antecessor da Vieira. Bruno Carvalho ainda afirma que o objetivo do Benfica passa por vencer no imediato.

Bruno Carvalho é um acérrimo defensor do Benifca e, muitas vezes, um crítico dos caminhos tomados por Luís Filipe Vieira enquanto presidente do clube da Luz. O empresário concedeu uma entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, onde comentou os temas mais polémicos da atualidade encarnada, falando do contrato da NOS e afirmando mesmo que Vieira não é um mago da gestão.
Na sua página do Facebook falou em “manipulação dos sócios”, depois de Luís Filipe Vieira ter afirmado que o Benfica era candidato ao título e, mais recentemente, disse que este era um ano de transição. A que é que se referia?
Referia-me à maneira como o Benfica comunica. O Benfica comunica sempre de uma forma que visa manipular os sócios e dou-lhe dois exemplos. Um aconteceu quando foi dito que com Rui Vitória se ia para o tricampeonato e, quando viram as coisas mal paradas, começaram imediatamente a dizer que era o ano da transição, o ano zero. Portanto, foi rápido o ajustamento do discurso. Outra questão foi o contrato da NOS, ao dizerem que vão agora pagar o passivo com os 400 milhões [de euros]. O Benfica vive disto, desta manipulação concreta.
Como vê o contrato assinado entre o Benfica e a NOS? Foi bastante crítico em relação ao acordo, porquê? Um contrato durante dez anos é um problema?
Os 400 milhões são a dez anos, são 40 milhões por ano em média. O Benfica não pode pegar em 400 milhões e pagar o passivo, porque não são 400 milhões à cabeça. O Benfica não pode viver sem estas receitas de televisão no dia a dia. Isto é uma brincadeira para enganar os sócios. Aliás, todo o negócio é pintado sem a verdade toda. O Benfica recebia sete milhões pela Benfica TV da Meo e teve uma proposta de 22 milhões da SportTV em 2012. Neste momento, recebia 29 milhões de euros e 29 milhões vezes dez anos eram 290 milhões. Parece que agora pego no dinheiro e compro uma casa nova, como se não precisasse do dinheiro no dia a dia para cumprir as minhas necessidades normais.
A duração é o grande problema. Toda a gente que trabalha neste meio da televisão sabe que os direitos – até com as novas tecnologias – vão aumentar nos próximos anos e este contrato é muito interessante a três anos, mas muito pouco interessante a dez. É daquela informação que não serve para mais nada a não ser manipular.
Somos pioneiros no mundo. Se no futuro podemos voltar a ter os jogos na SportTV? Acho que não é possível os jogos regressarem à Olivedesportos. Este projeto da Benfica TV é irreversível”. Vieira disse-o, aquando do lançamento da Benfica TV, que este era um projecto irreversível. A venda dos direitos à NOS é um passo atrás na estratégia do Benfica?
Só não é um passo atrás [pior] porque neste momento o Benfica deixou de ter a fonte do financiamento que tinha que era o BES. Portanto, teve que ceder ao dinheiro rápido e aquela conversa de que o Benfica não precisa de dinheiro e com esse dinheiro vai pagar o passivo é uma brincadeira. É evidente que isso não vai acontecer e é, de facto, um passo atrás. No curto prazo, [a BTV} poderia não ser a estratégia que daria mais dinheiro, mas ia compensar muito o Benfica ser detentor dos seus próprios direitos a longo prazo. O presidente achou que ter agora 36 milhões face aos 29 [milhões}, que já tinha, era um grande negócio...
Quando o BES fechou a torneira, o Luís Filipe Vieira teve de pensar em alternativas. Vendeu os direitos televisivos e irá vender o ‘naming’ do estádio o mais rapidamente possível. O Luís filipe Veira não fez nada de extraordinário, porque qualquer pessoa faria este negócio dos direitos televisivos igual ou melhor. Não estamos aqui a falar em magos de gestão. Ele pegou num clube que tinha um passivo de 80 milhões de euros e elevou-o para 500 milhões, tem um estádio para pagar e isso não é destacado. Parece que o Benfica está ótimo e não está. Recorde-se que quem fez o estádio foi o Manuel Vilarinho, quem ganhou as eleições ao Vale e Azevedo foi o Manuel Vilarinho e foi reescrita a história como se o Manuel Vilarinho não existisse.
Os três grandes estão de formas diferentes a apostar nos jovens, não acha que o futuro é mais importante do que a estratégia a curto prazo, tal como a atual direção tem vindo a fazer?
O Benfica é um clube como o Barcelona, Real Madrid ou Bayern Munique e que, portanto, existe para ganhar. Se ganharem e puderem lançar jogadores portugueses, melhor. É evidente que se pudesse juntar o útil ao agradável seria fantástico. Agora, a missão do Benfica não pode ser a de lançar jogadores jovens. Isso foi a missão do Sporting durante muitos anos, nos quais não ganharam nada e era a conversa que eles tinham porque não ganhavam rigorosamente nada. O Benfica tem de ganhar e se, ao ganhar, conseguir lançar jovens talentos muitíssimo melhor. Mas não vamos confundir as coisas, a missão do Benfica não é andar a formar jogadores, é ser campeão.
Teme que uma ‘sportinguização’ do Benfica possa levar o clube a passar por um caminho complicado no que diz respeito a títulos?
Isso é o que eu tenho medo e os meus alertas são nesse sentido. Neste momento, ainda está muito longe de ser provado que o Rui Vitória tem o que é preciso para o Benfica ganhar títulos. Acho que o Benfica tem um futebol muito frágil e que está longe de me convencer, mas gosto da empatia que existe entre a massa associativa e o Benfica. 

1 comentário:

  1. http://global-vote.blogspot.pt/2015/12/FEYENOORD-vs-BENFICA.html?m=1

    COVEM IR VOTAR RAPIDAMENTE

    ResponderEliminar