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domingo, 25 de setembro de 2016

ENTREVISTA A DOMINGOS SOARES DE OLIVEIRA


"DUAS VENDAS" PODEM CHEGAR PARA BATER RECORDE DE RECEITAS

Domingos Soares Oliveira explica como chegar a um resultado ainda mais positivo
O administrador executivo da Benfica SAD acredita que as receitas da sociedade podem, neste exercício (2016/17), serem superiores às do exercício anterior. Mas, para isso, as águias serão obrigadas a realizar "duas vendas", à semelhança do ocorrido nas épocas mais recentes, antecipa Domingos Soares de Oliveira, em entrevista à 'Antena 1' e ao 'Jornal de Negócios'. 

"Nós acreditamos ser possível ultrapassar as receitas deste ano. Dependerá obviamente das vendas que possamos fazer até ao final do ano. Ou seja, nós vendemos, no ano passado, 81 milhões de euros, no ano anterior tínhamos vendido 78… Precisaremos de ter também um bom registo, no fim deste exercício, em termos de vendas… Provavelmente, concretizar duas vendas", assume o responsável encarnado pela área financeira, reforçando a convicção de que tal desfecho é possível.

"Se isso se concretizar, quer em termos de receitas quer em termos de custos, acredito que continuaremos a ter todas as condições para termos um resultado positivo e para termos um aumento das receitas", acrescenta o dirigente do emblema da águia.


MENOS AQUISIÇÕES SIGNIFICAM MAIOR REDUÇÃO DO PASSIVO


Dirigente da SAD lembra que a sociedade abate anualmente 10 milhões de euros de capital à dívida

A redução mais rápida do passivo do Benfica está diretamente relacionada com o número de aquisições que a SAD encarnada venha a realizar nas próximas temporadas. Quem o assume é Domingos Soares de Oliveira.
"No plano acordado com o sistema financeiro, nós reembolsamos aos nossos parceiros financeiros em 10 milhões de euros de capital por ano. Essa redução tê-la-á, seguramente, nas nossas contas, porque nós não falhamos os nossos compromissos. Outras reduções que possam existir, dependem das aquisições que nós vamos fazer", assume o responsável pela área financeira da Benfica SAD, dando força às palavras de Luís Filipe Vieira, na entrevista concedida à TVI e à TVI24.
"O presidente referiu que acredita que não precisamos de fazer tantas aquisições como fizemos este ano. Eu acredito que temos condições para manter os gastos num nível idêntico, em termos salariais e, do ponto de vista de amortizações, por força de um menor investimento. Portanto , os resultados que conseguimos este ano vamos ter condições para mantê-los no próximo ano", assumiu o dirigente do clube da Luz.

SOARES DE OLIVEIRA RECUSA ESTRATÉGIA DO SPORTING QUANTO AOS VMOC


Benfica não irá transformar dívida em capital por uma questão de rumo
Domingos Soares de Oliveira garante,  não passar pela cabeça dos responsáveis encarnados seguir a estratégia do Sporting na emissão de 'Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis' (VMOC). Reconhece "o mérito de transformar dívida em capital", mas lembra que existe um risco, que as águias não querem correr.
"É uma medida perigosa, no seguinte sentido: se uma entidade fizer uma emissão de VMOC no valor de 100 milhões de euros, por exemplo, e se o seu capital for, neste momento, de 30 ou 40 milhões, quando esses valores mobiliários forem convertidos em acções, o detentor torna-se imediatamente o accionista principal dessa entidade", explica o administrador executivo da Benfica SAD, assegurando que esse não é o caminho que o clube quer seguir.

"Vai completamente contra as regras que defendemos, de que a SAD tem uma vida própria, mas, no fundo, é uma extensão natural daquilo que são as intenções do clube, relativamente à actividade do futebol", conclui Soares de Oliveira.
Dirigente encarnado insiste que os detentores de VMOC foram beneficiados pelas instituições financeira
Apesar de desejar que "o jogo se mantenha dentro das quatro linhas" e não que seja disputado nos "relatórios e contas", como tantas vezes sucede, Domingos Soares Oliveira insiste na teoria de que o Sporting - fala do clube sem nunca citar o nome - foi alvo de um "perdão da dívida" à banca.

O administrador executivo da Benfica SAD dá o exemplo de Portugal e da Grécia e ilustra o tema com uma conversa mantida com o administrador de uma instituição bancária.

"Ainda ontem um membro da administração de um banco me explicava isso: o sistema não é justo e, portanto, talvez aqueles que têm mais dificuldades em pagar sejam objeto de maior tolerância e da invenção de produtos - VMOC ou outros que possam existir - do que aqueles que não têm um incumprimento, não representam uma imparidade", argumentou o dirigente encarnado, sendo ainda mais concreto nas suas acusações.


"Se os clubes têm ou não têm sido objeto de maior tolerância por parte do sistema financeiro é questão de ver os relatórios e contas de cada um, é questão de ver o que é que cada um paga de encargos financeiros, é uma questão de ver onde é que houve perdão de dívida, mesmo que esse perdão de dívida seja através de VMOC. Esses dados são públicos", concretizou Soares de Oliveira, adotando ainda assim, um discurso apaziguador.

"Defendo muito que o futebol, em termos nacionais, devia pautar-se por muito maior entendimento naquilo que são as questões críticas. Tomara eu que todos os clubes possam cumprir com as suas obrigações. É mais importante do que propriamente andarmos a discutir se há contas consolidadas ou contas não consolidadas. Esse é um debate que não é aqui muito relevante", concluiu o administrador executivo da Benfica SAD.


 'NAMING' DO ESTÁDIO VAI TER DE ESPERAR

Há propostas em cima da mesa, 90% das quais oriundas do estrangeiro
Domingos Soares Oliveira revela que a venda do 'naming' do Estádio da Luz é um processo que continua em cima da mesa, mas assegura que a sua conclusão não ocorrerá "no curto prazo". A razão é simples: o valor pretendido é "muito elevado".

"É um valor que está ao nível do patrocínio das camisolas. Prefiro não divulgar, mas é um valor de largos milhões de euros. Não há entidades em Portugal preparadas para pagar esse montante e, portanto, andamos a trabalhar entidades internacionais", adianta o responsável pela área financeira da Benfica SAD, revelando que existem diversa propostas que estão a ser estudadas.

"Há propostas entregues. Nunca abandonámos esse processo, mas 90 por cento das propostas são de fora de Portugal. Não são de Portugal. É um processo muito demorado, muito complicado. Temos anos de discussões à volta deste tema", reconhece Soares de Oliveira, estabelecendo um paralelo com o patrocínio das camisolas da equipa principal.

"A camisola é um contrato interessante, mas é um contrato que começou a ser trabalhado com três anos de antecedência e, para conseguirmos concretizar a proposta de Emirates, o conjunto de propostas que tivemos de avançar, em termos internacionais, foi muitíssimo grande. Portanto, não há possibilidade de fecharmos uma coisa dessas no curto prazo", concluiu o dirigente das águias, 


«DIMENSÃO DO BENFICA É IGUAL À SOMA DOS OUTROS DOIS CLUBES»

Administrador recorre a um estudo de mercado elaborado por operadora de telecomunicações
Conforme Luís Filipe Vieira já assumira, em entrevista concedida à TVI e à TVI24, Domingos Soares de Oliveira reconhece que o contrato do Benfica com a NOS será revisto em breve, com uma natural melhoria das condições oferecidas pela operadora de telecomunicações ao clube.

O administrador executivo da Benfica SAD recusou-se, em entrevista à 'Antena 1' e 'Jornal de Negócios', a revelar a dimensão dessa melhoria, mas adiantando tratarem-se de "majorações normais" em contratos do género. Até porque, argumenta, falar do Benfica é diferente de falar dos outros 'players' do mercado futebolístico nacional.

"Não é a primeira vez que temos esse tipo de situação. Há já muitos anos estive envolvido em negociações com um potencial patrocinador que queria patrocinar os três clubes ao mesmo tempo. Estivemos os três clubes sentados à mesa com esse potencial patrocinador e todos de acordo relativamente ao peso do Benfica em relação aos outros dois clubes", recorda Domingos Soares de Oliveira, recorrendo a estudos de mercado recentes, para fundamentar o seu ponto de vista.


"Ninguém no Sporting, no FC Porto ou em nenhum clube contesta a dimensão do Benfica. Aliás, há estudos de mercado que dizem isso e que não são feitos por nós. Viu-se quando houve a possibilidade da Benfica TV deixar de ser distribuída em todos os operadores para passar a ser distribuída só na NOS. Os operadores fizeram estudos de mercado que demonstram que a dimensão do Benfica é, sensivelmente, igual à soma dos outros dois clubes", exemplicou o responsável da SAD encarnada, apressando-se a explicar que "não significa que sejam esses os fatores de majoração".

Em que fase se encontra este processo? Soares de Oliveira não dá muitos pormenores, mas sempre vai adiantando que está a analisar-se "se aquilo que foi assinado entre as partes vai ser respeitado". "Se der lugar a uma revisão de contrato, dá; se não der lugar a uma revisão de contrato, não dá", acrescenta o dirigente.


DOMINGOS SOARES DE OLIVEIRA REVELA NOVA EMISSÃO DE OBRIGAÇÕES EM 2017

Iniciativa só não é antecipada devido ao processo eleitoral que se conclui em outubro
Domingos Soares de Oliveira admite que, em 2017, a SAD encarnada irá proceder a uma nova emissão de obrigações, à semelhança do que sucedeu nos dois últimos anos. E só não antecipa esta operação, porque, em outubro, há eleições, "não apenas no Sport Lisboa e Benfica, mas também será eleita uma nova administração da SAD".
A lógica para uma nova emissão de obrigações é simples e bem explicada pelo dirigente benfiquista, na entrevista. "Fizemos uma emissão em 2015, que vence em 2018, fizemos uma emissão em 2016, que vence em 2019 e parece-me lógico, que pudesse haver uma emissão em 2017, que vencesse em 2020. E, portanto, a partir daí, temos todos os anos uma emissão e todos os anos um reembolso de uma emissão feita três anos antes", argumentou.

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DSO à antena 1 e jornal de negócios

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