Um responsável da FIFA - Marco Van Basten, que foi um jogador excecional - defendeu esta semana o fim da lei do fora-de-jogo face à necessidade de "reinventar" o futebol, como se o futebol, que é um sucesso há mais de um século, precisasse de ser reinventado. É, precisamente, a lei do fora-de-jogo que confere inteligência ao jogo e marca a diferença da categoria dos jogadores. Sem a lei do fora-de-jogo qualquer estúpido pode ser um bom jogador de futebol, o que seria uma afronta à essência do espetáculo. Um outro responsável - neste caso do Sporting - afirmou ontem à TSF que "só quem não está no futebol é que acha que os jogos se ganham dentro das quatro linhas".
Disse-o, certamente, por óbvia necessidade de corrigir o que o próprio tinha anunciado na véspera como um dos 111 objetivos do seu próximo mandato e que, literalmente, se resumia ao imperativo presidencial de "alimentar a entrega e os níveis de acerto técnico-tático dos jogadores" da equipa principal do clube que dirige.
Fez muito bem o presidente em desmentir na sexta-feira o seu postulado de quinta-feira. Se os jogos não se ganham em campo não há qualquer necessidade prática de os jogadores se entregarem mais ao jogo dentro das quatro linhas nem, muito menos, de corresponderem a indicações tático-técnicas que lhes são fornecidas pela via administrativa e que, na realidade, não servem para nada. É a modernidade. O que também já não serve para nada é o treinador. Perante as ideias de Van Basten para a "reinvenção" do futebol e perante a filosofia do cambalacho permanente do presidente do Sporting, o treinador vai treinar o quê? E, para quê, se o resultado foi decidido nos bastidores antes de o árbitro apitar para o pontapé de saída? Até os jogadores inteligentes, outrora endeusados, já não servem para nada. Sem necessidade de elaborar em geometrias que legitimem a sua posição em campo e desresponsabilizados de todas as suas ações porque o resultado está predestinado, no futuro qualquer estúpido poderá ser jogador de futebol. E não só.
por falar em estupidez, como se poderão classificar os primeiros vinte minutos da exibição do Benfica no jogo com o Boavista depois da dupla jornada vitoriosa de Guimarães? Uma equipa que sabe reagir tão bem aos rigores da crítica e que se deixa adormecer com elogios bem merece um puxão de orelhas. Mas se vendermos o Gonçalo Guede, como anunciam os jornais, vamos puxar as orelhas a quem?
Leonor Pinhão, in record
Pela minha parte 'puxei-as' logo na Catedral ao Rui Vitória e antes do início do jogo, quando vi a equipa escalada ... nunca ao mesmo tempo poderão jogar Jonas; GG; Rafa e este Sálvio !... e comentei para os amigos de bancada "ou marcamos primeiro e rapidamente, o que poderia ter acontecido, ou vamos sofrer muito para vencer!!!
ResponderEliminarSe, neste momento, e com Fejsa lesionado e na ausência do puto, vou puxá-las ao 'Orelhas'...