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domingo, 26 de fevereiro de 2017

DOURO, LUZ E LEICESTER


"Na passada sexta-feira, num Estádio da Luz uma vez mais muito bem composto, assistimos a um bom jogo de futebol.

1. (...)

2. Na passada sexta feira, num Estádio da Luz uma vez mais muito bem composto - mais de cinquenta e três mil! -, assistimos a um bom jogo de futebol. Ricardo Soares mostrou-nos um Chaves bem organizado e com um meio campo que combinou agressividade com talento. Rui Vitória, mantendo a base do onze que vencera o Sporting de Braga - com excepção do lesionado Fejsa - viu, uma vez mais, Mitrolgou ser determinante. Nélson Semedo motivante e Luisão liderante. E Rafa, jogo a jogo, vai mostrando o seu imenso talento e suas intrínsecas qualidades. Agora o Benfica começa um ciclo relevante fora da Luz, Estoril, Feirense e Dortmund são os seus próximos adversários. Sabendo, sempre, que cada jogo é uma final. Em Dortmund é mesmo uma final. No que concerne à presença na Liga dos Campeões. No Estoril é o arranque de outra final, já que o Benfica tem todas as condições para ser um dos finalistas da presente edição da Taça de Portugal. E frente ao Feirense o Benfica tem de manter a liderança da nossa Liga. E sabendo que há, em permanência, vozes que no fundo e ao fundo não reconhecem o valor das vitórias, a convicção do balneário, a força dos adeptos. E 
estas vozes, fazendo coro, descobrem, em cada dia, novas não verdades e acrescentando conceito como o de pessoas de bem, como se fossem virgens imaculadas ou como não houvesse memória - boa memória - no panorama desportivo português, incluindo no audiovisual. Mas o que fica, da noite de sexta feira, é um jogo disputado, competitivo, renhido, atractivo.
Ou seja, o que motiva milhares, numa fria noite de sexta feira, e no arranque de umas mini férias, a ir a um jogo de futebol de 'primeira'! Mesmo de primeira. Com magia e erros. E sabendo nós que o carro do ano é o Peugeot 3008! Tão só. E bem!

3Claudio Ranieri conheceu, em Leicester, o que é a euforia. E o que é ser considerado bestial. E viver e sentir um conto de fadas. Foi campeão. Foi o melhor treinador do Mundo. Levou, em 133 anos de história, asa faixas de campeão a um clube e a uma cidade que passaram a ser conhecidos em todo o Mundo. Mas, como escreveu, «sonho está morto». Em Leicester vive-se e agonia do campeão. Com ele sabemos, uma vez mais, que o futebol tudo devora. Da loucura da festa, com a voz intensa e profunda de Andrea Bocelli, à dor da saída foram, tão só, nove meses. Foi, acredito firmememte, uma aventura maravilhosa. Que Leicester sempre recordará. Já que, como escreveu, «foi uma prazer e uma honra ser campeão convosco»! Agora é o próximo jogo. Sem Ranieri. Frente ao Liverpool amanhã à noite. Cujo treinador Klopp, com a sua audácia e liberdade, falou de coisas estranhas nos últimos meses, como «o Brexit, Trump, Ranieri»! Muito certeiro este alemão... a falar de um italiano... em Inglaterra... e de um clube cujos donos são asiáticos! Que novo Mundo este!!!

4Benfica e Futebol Clube do Porto estão nos quartos de final da Youth League, uma das mais recentes e prometedoras competições da UEFA. Que é uma verdadeira exposição para os jovens talentos da formação das grandes marcas do futebol europeu. Renato Sanches, acreditem, também foi referenciado, na época passada, em dois ou três jogos desta jovem Liga, como num jogo fantástico que presenciei na periferia bem árabe de Istambul! Esta época, para além dos dois clubes portugueses, dos oito finalistas três são espanhóis - Barcelona, Real e Atlético de Madrid -, um russo - CSKA -, um austríaco - Red Bull Salzburgo - e um holandês, o Ajax. Como nos recorda, com a sagacidade de profundo conhecedor o Armando Carneiro, estão de fora desta atractiva competição os clubes ingleses, alemães, italianos e franceses. E o Benfica é o clube com mais jogos disputados nesta competição, trinta e quatro. O Seixal, e a sua Academia, a mostrar a sua relevância e a sua força. E a indicar o caminho do futuro. Onde a formação é determinante e motivante. Como escreve Pierre de Ronsard, «o verdadeiro tesouro do homem é a verde mocidade. Os anos que nos restam são apenas invernos»!"

Fernando Seara, in a bola

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