"Ao longo da História, e um pouco por todo o Mundo, as lutas para chegar ao poder têm intervenientes com visões diferentes do exercício dessas lideranças. Basta observar as eleições presidenciais francesas, perceber o posicionamento de Macron e Le Pen em relação à UE ou as hesitações de Mélenchon para não dar indicação de voto na segunda volta, para ficarmos esclarecidos sobre a forma como pretendem chegar à liderança do país. O sistema presidencialista francês, como todos os sistemas democráticos, mais presidencialistas ou parlamentares, obrigam a escolhas. Por vezes não se trata da opção que mais gostamos, é a possível no momento, e como tal a menos penalizadora. Contudo, há questões em que não se admite essa hipótese, como quando se trata de optar entre a liberdade e o totalitarismo.
No futebol também todo o processo implica escolhas. Não há uma única via para se chegar ao objectivo, seja o da competição, seja de um dos competidores. Para se conseguir melhorar a Liga é necessário perceber que só elevando o nível de todos os concorrentes se poderá atingir esse objectivo. Na verdade, o comportamento dos que pensam em reduzir todos os outros a um nível inferior, para poderem ganhar sempre, tem como consequência não criar valor global na competição. Ou seja, eles próprios se prejudicam pela sua reduzida visão.
Estes comportamentos, nos diferentes países, na versão macro, ou nos diversos sectores de actividade, como o futebol, numa versão micro, têm consequências nefastas. A diferença entre mandar e comandar resume-se, talvez de forma muito redutora, mas verdadeira, em exercer o poder com ou sem conhecimento. Esse é o maior problema das nossas elites dirigentes, pouco humildes, para aceitarem o contraditório. Não é por se fazerem muitas reuniões que se consegue provocar alterações de comportamento de quem não tem respeito pelos adversários. Dos que só querem mandar mas não sabem comandar!"
José Couceiro, in a bola
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