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quarta-feira, 10 de maio de 2017

CORRER MUITO SEM VER A META


"Bruno de Carvalho, no final do encontro com o Belenenses, em declarações à televisão oficial do clube, levou tudo e eito. Criticou os dirigentes, ou seja, indirectamente ele próprio, jogadores e treinador, mas fez uma ressalva: «As pessoas estão muito crentes num projecto, num ideal e num caminho e não muito nos seus atletas ou treinadores».
Pois. Mas os projectos só sobrevivem com vitórias, ou com a subida até patamares muito próximos dela. Como alguém já disse, o mundo é composto de mudança. No entanto, no futebol, a história recente tem-nos dito que o conservadorismo e a manutenção de protagonistas dá mais resultado. Entre Bruno de Carvalho e Jesus as diferenças em termos de filosofia são muitas: um quer mais formação; outro maior aposta em jogadores feitos ou perto disso.
A conciliação dos dois caminhos não é impossível, basta ver o que fez o Benfica, principalmente nos últimos dois anos. Os resultados estão à vista: o tetra deve estar à distância de dias.
Aprender uns com os outros sempre fez parte da história da humanidade. Os encarnados aprenderam com o FC Porto que o recrutamento na América do Sul, ainda que a preços já generosos, pode ser muito rentável e com o Sporting o trabalho na formação e a posterior valorização de jogadores.
Como é óbvio, nunca algum dirigente encarnado admitirá uma coisa destas; como jamais algum responsável dos leões assumirá que existem boas ideias do outro lado da Segunda Circular.
De um e de outro lados, tudo o que é feito pelo rival é mal executado, por caminhos ínvios, com jogos pouco transparentes. Mas não é. O futebol é um mundo de emoções, mas convém ter alguma racionalidade, sob pena de a meta da vitória, por mais que se corra, ficar sempre mais longe."

Hugo Forte, in a bola

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