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domingo, 24 de setembro de 2017

UM AZAR DO KRALJ


O Chief Circle Officer (?) que há em Luisão, os técnicos da Pattex e o pé de Zivkovic, e a ideia de jogo do Mister (por Um Azar do Kralj)
Vasco Mendonça e Nuno Dias estão, enfim, felizes porque Fejsa voltou - e Fejsa faz dos outros melhores. Por isso, cá vai disto: "Bem vindo, meu amor".

JÚLIO CÉSAR
É sempre melhor ter na baliza um imperador entediado do que um estagiário com diarreia. Júlio César fez por não adormecer e presenteou-nos com a defesa da noite aos 92 minutos. E por defesa da noite entenda-se a única digna de registo.
ANDRÉ ALMEIDA
Exibição imensa de um dos grandes dartudistas do nosso tempo. Se ainda não percebeu, o dartudista é um praticante do dartudismo, corrente filosófica que nasce da expressão “dar tudo”, um fenómeno inexplicável ocorrido nos últimos anos que parece ter substituído o mui saudoso “comer a relva”. Mas então, André Almeida integrou-se lindamente na manobra ofensiva, fundamentalmente não roubando o protagonismo a quem joga melhor do que ele. Defensivamente, foi quase sempre mais rápido ou mais esperto do que os adversários, nenhum deles especialmente inteligente. É um bocadinho como aquele tema hard rock que acompanha os resumos dos jogos na BTV. Está longe de ser incrível, chega até a incomodar, mas a verdade é que a pessoa habitua-se.
RÚBEN DIAS
Boa exibição frente a uma equipa inofensiva do ponto de vista ofensivo. Serve para ganhar confiança, mas não demasiada porque confiança a mais é mau, quer do ponto de vista do jogador quer do ponto de vista do adepto, que, se não soubesse melhor, poderia entrar já numa espiral elogiosa que só terminaria com uma fífia do jovem Rúben frente ao Marítimo. Pareceu confortável na pele de titular do Benfica, ao ponto de em dois ou três lances termos dado por nós a pensar “sem stress, o Rúben está lá”. Lá está, confiança a mais pode ser perigoso, especialmente a uma semana de defrontarmos um adversário direto no acesso à Liga Europa.
LUISÃO
Em jogos como o de hoje, nem parece que está à espera de resposta da Caixa Geral de Aposentações. Mesmo que sofra penalizações, já tem novo cargo na estrutura benfiquista: responsável pela organização de círculos no final dos jogos. Chief Circle Officer, se quisermos.
GRIMALDO
Jay Z e Beyoncé, Ike e Tina, Butch e Sundance, Batman e Robin, Sócrates e Santos Silva, enfim, Grimaldo e Cervi. Se Rui Vitória e as lesões não voltarem a fazer das suas, o flanco esquerdo do Benfica está fechado até final da época. Vários lances individuais de encher o olho, duas dúzias de decisões acertadas a soltar a bola e a combinar, visão de jogo quanto baste para variar o flanco, um remate ao poste, e meia dúzia de combinações formidáveis com Cervi. Não mexe mais.
FEJSA
Que saudades. Tudo parece melhor com Fejsa em campo. Rúben Dias parece Lindelof. Luisão parece mais novo. Pizzi parece vivo. André Almeida parece um jogador de futebol. Enfim. Com Filipe Augusto, tínhamos dolo compressor. Com Fejsa, temos rolo compressor. Bem vindo de volta, meu amor.
PIZZI
Quem foram os idiotas que o assobiaram já perto do final? A sério. Queremos nomes e moradas.
CERVI
Melhor em campo. Golãozão a coroar uma primeira parte imparável da nossa pulga atómica. Estranho como um jogador tão acutilante e irrequieto consegue ser exactamente o ansiolítico de que os adeptos precisavam. Um comprimido de Cervipam por dia nem sabe o bem que lhe fazia.
ZIVKOVIC
Espera-se a qualquer momento a chegada ao estádio da Luz de uma equipa de técnicos da Pattex que irá tentar descolar a bola do pé esquerdo de Zivkovic, isto depois de dez adversários não terem conseguido.
JONAS
Participou como poucos no festival de oportunidades perdidas, levando ao desespero alguns adeptos mais dados a esse tipo de sentimento. O problema é mais deles do que de Jonas. O brasileiro pode não estar a viver o seu melhor momento no Benfica, mas ainda assim é o melhor marcador do campeonato. Assim sendo, estejamos todos caladinhos. O Pistolas sabe o que faz.
SEFEROVIC
Aos 26’ tentou o prémio Puskas num remate estupendo que infelizmente foi à trave. Tem sido mais útil a criar espaço para os outros do que a criar oportunidades para si. Os colegas aproveitam-se da sua generosidade e passam-lhe a bola porque sabem que ele a devolve muitas vezes em boas condições. Chega deste aproveitamento! Tem que ser menos altruísta e muito mais como aquele brutamontes ternurento e oportunista que vimos nas primeiras jornadas do campeonato.
JIMÉNEZ
Entrou em campo com cara de quem já percebeu que terá de matar Seferovic para chegar à titularidade. A garra foi a do costume. A vontade de aumentar a contagem no marcador/devolver alguma dignidade à equipa (escolher consoante o jogo) é indiscutível. Não interessa. Se fez o jogo da vida dele ou não, é pouco importante. Seria suplente na mesma.
KROVINOVIC
A primeira coisa que disse quando entrou em campo foi “calma”, anunciando aos colegas que não estava ali para agitar muito as águas. A dinâmica ofensiva do Benfica obrigou-o a ocupar espaços vazios que foram quase tão bem aproveitados como se ninguém lá estivesse. Tem uns pézinhos abençoados, mas ainda não está a carburar. O balneário do rio ave chamava-lhe Craquinovic, mas para já chamamos-te Filip e já é bom.
DIOGO GONÇALVES
Inserir afirmação exagerada sobre o Caixa Futebol Campus.
MISTER RUI VITÓRIA
Importante regresso às boas exibições e aos onzes titulares bem escolhidos. No final, dirigiu-se a um jovem adepto que exibia a cartolina “Rui, dá-me a tua ideia de jogo”, uma conversa que nos pareceu inconclusiva.

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