À hora a que escrevo, não faço ideia de quem foi designado melhor jogador de futebol do Mundo, ‘eleição’ patrocinada pela FIFA. Escrevo eleição entre aspas pois todos sabemos – e neste todos incluo também o organismo que superintende ao futebol – como ela funciona.
Aliás, pouco me importa quem de entre os três ‘nomeados’ – Neymar, Messi e Ronaldo – será o escolhido nesta feira de vaidades que decorreu em Londres. Seja quem for, uns dirão que o mereceu por ter sido o melhor marcador e ter ganho tudo; ou que não o mereceu por ter mais força que técnica; outros que o mereceu por ser um jogador de magia inigualável; ou que não o mereceu pois não ganhou nada. Ou seja, haverá sempre quem concorde e discorde da escolha.
Eu discordo, não do escolhido, mas de todo o processo. Porquê? Porque antes do mais não entendo o que é isso de ser o melhor do Mundo. Depois, porque todo este processo de escolha está – como sabemos – completamente inquinado e influenciado por fatores estranhos e nada objetivos.
Para mim, os melhores do Mundo são os putos que em África, na América do Sul e na Ásia, por exemplo, jogam futebol na rua, descalços, rotos, com bolas de trapos, em campos improvisados, de terra, com paus ou latas a servirem de baliza. Estes, para quem uma camisola de qualquer dos escolhidos é uma relíquia, são, sim, os melhores e é para estes que a FIFA e os seus dirigentes devem olhar e apoiar.
Os outros são todos muito bons e até ótimos, dependendo dos gostos e das apreciações de cada um. Mas são, sobretudo, o expoente máximo de uma feira de vaidades e de uma mentira a que Infantino rapidamente deve pôr cobro.
Eládio Paramés, in Record
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