A escolha é nossa e só nossa: o futebol português pode ser grandioso ou mesquinho. Nos últimos anos, dia a dia, e cada vez pior, temo-nos defrontado com o futebol do conflito, que todos lamentam mas ao mesmo tempo todos sustentam. Esta incompreensível excitação é sobretudo promovida por Benfica, FC Porto e Sporting – António Salvador tem razão quando denuncia tal facto –, pois não há semana em que os seus responsáveis não se agridem verbalmente por insignificantes histórias que, muitas das vezes, não lembram ao diabo. É este o nosso futebol com o livro de reclamações bem preenchido, em que cada um vem defender os seus interesses e daí não sai, apesar das boas intenções manifestadas.
A ideia de Fernando Gomes na criação de uma escola para dirigentes que permita a pacificação deste ambiente poluído é merecedora de atenção, embora Bruno de Carvalho tenha sido ainda mais ousado ao candidatar-se ao seu corpo docente. Como ele diz, e muito bem, tem pai e mãe que "lhe deram educação, princípios e valores", currículo que pode ser igualmente alegado por Filipe Vieira e Pinto da Costa, o que contribuirá para que esta iniciativa de Fernando Gomes seja um grande sucesso. Até lá, são muito mais importantes os exemplos do que as palavras. Sim, os exemplos. A começar por qualquer um deles. Se o conseguirem, talvez o curso nem chegue a abrir.
P.S.: Sérgio Conceição ‘castigou’ Casillas por falta de aplicação nos treinos e durante 15 dias. O que não se compreende é como é que é possível que o treinador tenha permitido um relaxamento tão prolongado...
Jorge Barbosa, in Record
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