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sábado, 25 de novembro de 2017

O QUE LHE DÓI


"10 de Agosto de 2013. Foi nesse distante dia que o FC Porto ergueu o seu último troféu oficial de Futebol. Tratou-se de uma Supertaça, diante do V. Guimarães. Era Paulo Fonseca o treinador, então acabado de chegar ao clube. Helton e Lucho eram alguns dos jogadores da equipa que, meses antes, tinha conseguido milagrosamente sagrar-se campeã, com um golo aos 92 minutos num jogo frente ao Benfica. De então para cá, nem o próprio Fonseca, nem Luís Castro, nem Lopetegui, nem Peseiro, nem Nuno Espírito Santo, nem, para já, Sérgio Conceição conseguiram vencer fosse o que fosse. Nada! Zero! Entraram jogadores, saíram jogadores, entraram directores desportivos, saíram directores desportivos, entraram directores de comunicação, saíram directores de comunicação, entraram administradores, saíram administradores. Gastaram dinheiro e mais dinheiro. Por entre macacos e macacadas, manteve-se alguém que, à beira dos 80 anos, já só vê o tempo ficar para trás.
28 de Abril de 2002. O Benfica derrotava o Boavista na antiga Luz, e oferecia o título ao Sporting. Os mais jovens leitores certamente não se recordam. Também tive de recorrer aos arquivos para me lembrar. A minha filha adolescente não era nascida, e eu ainda tinha cabelo. Jogavam o Paulo Bento e o Jardel. O Estádio de Alvalade era velho. Cinco primeiros-ministros e três presidentes da República depois, não mais comemoraram um campeonato.
O tempo é impiedoso. Os últimos anos foram pintados a vermelho vivo, e tal como na tauromaquia, a cor parece enfurecer algumas espécies. Basta ouvi-las para perceber o significado da palavra inveja."

Luís Fialho, in O Benfica

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