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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O LABIRINTO DE MOURINHO


A estrela de José Mourinho está mesmo a empalidecer e o destino de sonho que parecia ser o cadeirão de Old Trafford ameaça tornar-se, afinal, num labirinto interminável. O último desgosto aconteceu ontem: mais um desaire, mais uma frustração caseira, mais uma exibição sofrível e, assim, a possibilidade de ver já hoje os ‘inimigos’ (Manchester City e Guardiola) distanciarem-se para quilométricos 15 pontos (!) quando o campeonato ainda vai a meio. O pior de tudo, desta vez, não foi a fraca qualidade do futebol do United, nem sequer o 2-2 frente ao surpreendente Burnley. O pior, agora, foi perceber que o treinador está a perder o pé.

Mourinho tocou o céu em 2004 (FC Porto) e 2010 (Inter) quando venceu a Champions contra adversários com muito mais dinheiro. Para justificar o atual atraso para o City diz agora que "323 milhões de euros não são suficientes para competir". Chega a ser perturbador ouvir um treinador com um percurso tão notável argumentar desta forma.
Quem tem Pogba, Matic, Lukaku, De Gea, Mata, Mkhitaryan, Martial ou Ibrahimovic não se pode queixar. O que realmente separa os dois rivais de Manchester é aquilo que se vê em campo. E é aí, naquilo que está à vista de todos, que Mourinho precisa de encurtar distâncias e voltar a ser o génio que já mostrou ser. Hoje, o futebol do City é um sonho e o do United é um sono.
Nuno Farinha, in Record

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