Páginas

domingo, 3 de dezembro de 2017

O QUE GANHA O BENFICA COM O CLÁSSICO


"Nulo poderá ajudar a consolidar novas ideias de Rui Vitória.

O bom Benfica durou, na melhor das hipóteses, 20 minutos no Dragão.
Um bom Benfica sustentado pelo 4x3x3 e pela qualidade que Krovinovic acrescenta à construção ofensiva da equipa, permitindo-lhe ter mais bola mesmo em ambientes mais adversos.
O que os encarnados ganham em controlo, e até em melhor posicionamento defensivo, perdem em presença na área, tornando-se mais evidente fora do seu estádio e em partidas de maior grau de dificuldade.
Depois desses 20 minutos, o FC Porto foi crescendo e acabou a desperdiçar oportunidades, perante um rival que, ao ver que lhe escapava cada vez mais o controlo e tinha dificuldades evidentes em voltar à fórmula inicial, preferiu baixar ainda um pouco mais as linhas.
Samaris em campo significava, claramente, que o empate chegava naquela altura.
O que o Benfica ganha na realidade com o clássico?
Um plano cada vez «mais A» para atacar a segunda metade da época, que precisa de trabalhar e explorar mais, sobretudo para compensar essa falta de presença ou profundidade junto das balizas rivais – e que terá de ser assente na chegada do resto da equipa, extremos e médios de ataque.
A manutenção de um plano B já consolidado como alternativa para jogos em teoria mais acessíveis, ou até para usar como mudança estratégica durante os 90 minutos.
O nulo no Dragão anula, de certa forma, os efeitos negativos da derrota em Moscovo – claro que não apaga o fracasso completo na Liga dos Campeões – e parece confirmar um ou outro sinal de retoma dado com o novo sistema na visita ao Vitória de Guimarães, e nos dois triunfos frente ao Vitória de Setúbal.
O empate frente a um rival que tem estado a um nível muito alto dará essa garantia até aos jogadores, que a certo ponto já pareciam descrentes. Ou seja, não há por que o Benfica não se possa reconstruir a partir deste resultado, embora esteja longe de estar tudo feito.
Uma equipa «em crise» apresenta-se, para já, a três pontos da liderança. Os próximos jogos, e também o dérbi de janeiro frente ao Sporting, confirmarão ou não a aparente tendência de retoma. 

P.S. O FC Porto foi melhor e, por culpa própria, não venceu. Continua a parecer estar um nível acima de intensidade em relação aos rivais. Os dois nulos frente aos rivais, que não traduzem que a equipa de Sérgio Conceição foi melhor em jogo jogado em ambos os clássicos, terá de ficar para a segunda volta."

Sem comentários:

Enviar um comentário