"O Benfica aproveitou a Gala do 114.º aniversário para juntar ex-campeões nacionais de futebol ao serviço do clube e quase cinco dezenas de antigas glórias marcaram presença no Coliseu dos Recreios. Entre eles, sentados na mesma zona da plateia, estiveram dois guarda-redes, campeões de águia ao peito em anos muito dispares: José Bastos (herói da Taça Latina) ajudou o Benfica a chegar ao título nacional de 1949/50 e esteve no Coliseu ostentando uns invejáveis quase 88 anos, com lucidez imaculada e o porte garboso de sempre; Artur Moraes, 51 anos mais novo que Bastos, foi campeão pelo Benfica entre 2013 e 2015 e também fez questão de não faltar à Gala de 2018. A intemporalidade desta comunhão deve fazer parte do ADN de qualquer clube que perceba que é impossível construir o futuro sem honrar o passado.
Na mesma linha de rumo insere-se a homenagem a Nené, um dos mais extraordinários jogadores da história encarnada, símbolo para muitas gerações. A ligação de Nené ao Benfica já vai nuns emblemáticos e ininterruptos 52 anos, uma vida inteira em que se confunde o individuo com a instituição. Nené sempre foi um homem de família; aliás, de famílias. Porque àquela que construiu com a mulher, Tina, junta-se a relação familiar e indissolúvel que tem com o Benfica.
Estes dois exemplos, José Bastos e Artur Moraes lado a lado e Nené, uma vida de dedicação à causa benfiquista, representam o cimento de que o Benfica mais necessita para ultrapassar tormentas e borrascas.
Nas horas mais complicadas, buscar inspiração nos princípios fundadores será sempre medida acertada."
José Manuel Delgado, in A Bola
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