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sábado, 3 de março de 2018

SERENATA À CHUVA


'Hat-trick' de Jonas, a piscar o olho ao selecionador do Brasil, mantém a equipa de Rui Vitória na perseguição ao FC Porto. Grimaldo e Zivkovic completaram a 'manita'.
Numa entrevista recente ao 'Esporte Interativo', Jonas traçou três metas pessoais e profissionais para o final da temporada: festejar o pentacampeonato pelo Benfica, ser chamado à seleção brasileira, algo que nunca aconteceu na era Tite, e acabar o ano desportivo como melhor marcador da Primeira Liga. Comecemos pelo fim. O avançado brasileiro segue destacadíssimo na liderança do 'ranking de goleadores da prova, com 30 remates certeiros. Esta noite foram mais três, a coroar uma exibição de antologia na vitória por 5-0 frente ao Marítimo.
Grimaldo e Zivkovic ajudaram a completar a 'manita', que mantém os encarnados na perseguição ao FC Porto, estando agora com três pontos de vantagem sobre o Sporting. Tivesse o Benfica apresentado esta qualidade de jogo no início do campeonato e a luta pelo título estaria agora bem mais renhida em termos pontuais. Mas Jonas ainda pode sonhar. Tal como pode sonhar com a 'canarinha'.
Mas voltemos à receção ao Marítimo. Rui Vitória manteve o mesmo onze que foi a Paços de Ferreira bater os ‘castores’ por 3-1, equipa que, de resto, continua intocável há três jornadas. Nesse sentido, o destaque óbvio vai para Rafa Silva, que cumpriu o quarto jogo consecutivo a titular no clube da Luz. Zivkovic, por sua vez, voltou a ser opção para a posição mais avançada do meio-campo ‘encarnado’. No lado dos insulares, Daniel Ramos optou por lançar Fábio China no lugar de Edgar Costa, que se lesionou no último jogo contra o Vitória de Guimarães.
O Benfica iniciou a partida como gosta, com bola, mas foi do Marítimo o primeiro sinal de perigo: aos quatro minutos, uma perda de bola de Pizzi permitiu a Correa atirar de fora da área. Varela estava atento e defendeu para o lado. Os insulares não se deixaram intimidar pelo registo imaculado das ‘águias’ na Luz e continuaram a pressionar na primeira fase de construção, mas sem efeitos práticos.
Aos 16’, altura em que a chuva caía com mais intensidade, o Benfica deu início à ‘serenata’ no primeiro remate que fez à baliza de Charles: Rafa tocou para André Almeida, que serviu, em esforço, Jonas. Jardel ainda se fez ao lance, mas o avançado fez sinal ao colega para sair da frente, acabando por atirar para o fundo da baliza.
Minutos depois, um corte de Zainadine contra Fábio Pacheco por pouco não deu em autogolo, mas o 2-0 estava mesmo ao virar da esquina. Alex Grimaldo (22’) tabelou com Zivkovic, recebendo depois na área e desviando a bola de Charles - alguma permissividade dos homens do Marítimo no lance.
Mais confortável, a equipa de Rui Vitória não baixou o ritmo e continuou a colecionar golos. Aos 35’, depois de uma perdida incrível de Cervi e de um lance caricato com Varela e Ricardo Valente, Jonas chegou ao terceiro da noite (segundo da contagem pessoal) com enorme classe, bem ao seu jeito, e uma vez mais assistido por André Almeida. Excelente cruzamento do lateral direito, com o camisola 10 a antecipar-se ao defesa e, com um toque subtil de primeira, a colocar a bola por cima de Charles, acabando no fundo das redes.

Ao minuto 42, Hélder Malheiro assinala falta na área de Pablo sobre Rafa. Chamado à conversão, Jonas atirou em força ao canto superior direito, com o guarda-redes maritimista a cair para o lado oposto. O avançado brasileiro fazia, assim, o 30.º golo no campeonato em 25 jogos. Para Tite ver.
A vencer por 4-0, as 'águias' optaram por baixar consideravelmente o ritmo na segunda parte. Muito também pelo estado do relvado, bastante afetado pela chuva, a deixar os jogadores mais cuidadosos na troca de bola. Ao minuto 53', Jonas cabeceou ao lado da baliza adversária, após cruzamento de Rafa ao segundo poste.
Pouco depois, uma entrada duríssima de Gamboa sobre Zivkovic levou o árbitro a expulsar o médio do Marítimo, após consultar o videoárbitro para decidir a cor do cartão. Com menos um homem em campo, Daniel Ramos aproveitou para trocar Ricardo Valente por Baiano. Rui Vitória também mexeu na equipa, lançando Samaris e Jiménez para os lugares de Fejsa e Rafa.
O Benfica jogava com menos intensidade mas nem assim deixou de procurar a baliza de Charles. Aos 76', Jonas rematou de primeira após cruzamento de Pizzi, mas falhou o alvo. Minutos depois, novo cruzamento do médio português e Cervi quase a chegar à bola.
Acabou por ser Zivkovic a sentenciar a partida, aos 81', também ele com um golo de se lhe tirar o chapéu: o sérvio recolheu a bola sobre a esquerda e colocou-a com classe no canto superior direito.

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