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sábado, 7 de abril de 2018

QUEM NÃO TEM JONAS, CAÇA COM JIMÉNEZ


'Encarnados' sofreram para vencer no Bonfim, mas mantêm-se na liderança do campeonato.
O Benfica teve de puxar dos galões para bater o Vitória de Setúbal, este sábado, num jogo em que chegou a estar em desvantagem. Jonas não jogou, mas estava lá Jiménez, que consumou a reviravolta 'encarnada', depois do golo madrugador de Costinha. Com este resultado, as 'águias' mantêm-se na liderança, colocando a pressão no lado do FC Porto, a uma jornada do clássico. Mas rebobinemos este filme.
Ainda o jogo não tinha começado no Bonfim e o Benfica sofria a primeira contrariedade. Jonas abandonou o aquecimento com dores na região lombar, saltando Jiménez para a equipa inicial. Recorde-se que o avançado mexicano não era titular desde a visita das ‘águias’ a Old Trafford, para a Liga dos Campeões. Fica a dúvida se o brasileiro estará em condições de jogar o clássico contra o FC Porto, na próxima jornada.
Rui Vitória não pôde, assim, manter a fórmula das últimas jornadas – fórmula 100 por cento vitoriosa, diga-se - para a visita aos sadinos. A saída forçada de Jonas foi, de resto, a única mudança no onze benfiquista, mesmo com Jardel e Fejsa em risco de não jogarem o clássico.
No lado do Vitória de Setúbal, José Couceiro apostou em Arnold e Wallyson (jogador emprestado pelo Sporting) para os lugares de Patrick e João Teixeira, que não puderam alinhar esta noite por estarem cedidos pelo Benfica. Destaque ainda para a não inclusão de João Amaral na ficha de jogo.
As contrariedades para Rui Vitória continuaram logo a seguir ao pontapé de saída. Costinha só precisou de três minutos para inaugurar o marcador, no primeiro remate dos sadinos à baliza, a aproveitar uma entrada frouxa do emblema da Luz. Nuno Pinto cruzou tenso para as costas da defesa encarnada, onde surgiu o extremo, a rematar de primeira de pé direito para o fundo das redes.
Em desvantagem e sem o seu melhor marcador, o Benfica não tinha outra hipótese se não correr atrás do prejuízo. Ao minuto 7, Jiménez levantou em balão para a área, onde estava Franco Cervi, mas o remate de primeira saiu ao lado da baliza de Cristiano. Aos 14’, na sequência de um canto, a equipa ‘encarnada’ pediu mão na bola de José Semedo na área. O árbitro Luís Godinho não marcou qualquer infração.
O golo madrugador deixou o Vitória mais confortável no jogo, ao passo que o Benfica começava a revelar alguma intranquilidade, incapaz de abrir linhas de passe na defesa adversária. José Couceiro montou uma estratégia para anular o jogo interior de Pizzi e Zivkovic, obrigando as 'águias' a jogar quase exclusivamente pelos flancos.
Só que o conjunto de Rui Vitória sabia que não podia escorregar, ainda mais na jornada anterior ao clássico. Ao minuto 27, Pizzi cruzou bombeado para a entrada de Jardel. O cabeceamento do central sai com força para uma grande defesa de Cristiano para canto. Logo a seguir, foi a vez de Cervi desperdiçar o 1-1: cruzamento o de Zivkovic para o coração da área, com o argentino em boa posição, mas Nuno Reis atrapalha e a bola sai ao lado do segundo poste.
Cheirava a empate no Bonfim. E assim foi. Aos 29’, Raúl Jiménez aproveitou a maré ofensiva do Benfica e a desatenção da defesa sadina para voltar aos golos. Rafa cruzou para o segundo poste, onde estava o mexicano, livre de marcação, a atirar para o fundo das redes. Há sete meses que o ponta de lança não marcava como titular no Benfica - a última vez tinha sido na Taça da Liga frente ao SC Braga, em setembro de 2017.


Seguiram-se momentos de alguma tensão nas bancadas - adeptos do Benfica que estavam a ver o jogo numa bancada da equipa da casa travaram-se de razões com apoiantes sadinos - que obrigaram à intervenção das forças policiais, mas nem assim o jogo 'arrefeceu' dentro das quatro linhas. Aos 39', Edinho colocou a bola dentro da baliza de Bruno Varela, mas o juiz assistente assinalou fora de jogo ao avançado vitoriano. No minuto seguinte, jogada de envolvimento pelo corredor esquerdo, com Cervi a cruzar para Jiménez. O mexicano amorteceu no peito, mas adiantou demasiado a bola, permitindo o corte da defesa adversária.
O segundo tempo começou disputado muito a meio campo. Uma vez mais, os 'encarnados' procuravam desequilibrar pelo corredor esquerdo mas faltava o instinto matador de Jonas na área. Ao minuto 53', uma boa combinação entre Zivkovic e Cervi só não deu em algo mais, porque Semedo estava atento e afastou para canto. Pouco depois, foi a vez de Jiménez chegar atrasado a um cruzamento de André Almeida.
Face ao desacerto ofensivo do Benfica, o Vitória de Setúbal aproveitou para recuperar o fôlego e aos 63', Nuno Pinto fintou Grimaldo e cruzou atrasado para Edinho, que atira muito por cima da baliza 'encarnada'. No lance seguinte, André Pereira caiu na área com Jardel, com Luís Godinho a assinalar falta do avançado do Vitória, motivando muitos protestos dos adeptos da equipa da casa.
Depois de mais uma oportunidade falhada pelo Vitória - remate ao lado de André Pereira - Rui Vitória procurou imprimir mais dinâmica no ataque, lançando Seferovic para o lugar de Rafa (66') - Zivkovic caiu para a esquerda - e Salvio por troca com Grimaldo (77'). O Benfica, contudo, continuava desinspirado. Jiménez ainda tentou a sorte de 'bicicleta' (84'), mas Cristiano estava atento. Pouco depois, foi Salvio, isolado, a rematar por cima da baliza.
Ao minuto 90, o árbitro assinala grande penalidade a favor do Benfica. Chamado à conversão, Jiménez não vacilou e fez o 2-1 com classe, embora Cristiano tenha adivinhado o lado.

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