"Comité Olímpico de Portugal (COP), Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Direcção da Liga, Sindicato de Jogadores, APAF e Governo estão de acordo numa coisa: o estado de demência em que vive o futebol português não pode continuar. Porque, por um lado, fere de morte esta indústria e, por outro e mais importante, configura um retrocesso civilizacional e uma ameaça à segurança que a sociedade não pode tolerar. A natureza do futebol é ser um meio de vida, um espaço de festa e alegria, baseado em paixões que tornem as pessoas melhores e não o contrário.
Por tudo o que foi possível ver ao longo do último ano, não será crível que os pirómanos de serviço - uns por dever de ofício, outros por maneira de ser e outros ainda em nome de uma linha estratégica - sejam sensíveis a qualquer chamamento à razão. Daí que, para que possamos contar com uma alteração de paradigma, os regulamentos precisem de ser alterados, no sentido do que disseram ontem na Assembleia da República os presidentes da FPF, do COP e o secretário de Estado da Juventude e Desporto. Dura lex, sed lex, sanções que realmente sejam dissuasoras para quem teimar na política de terra queimada e uma nova abordagem à questão das claques, que seja eficaz e regule o que anda à solta sem rei nem roque. Corajosas as palavras de José Manuel Constantino, presidente do COP, a este propósito: «Tratar os líderes das claques como uma espécie de parceiros sociais, respeitáveis cidadãos, os quais há que ouvir, é qualquer coisa que choca para quem tenha da vida em sociedade valores e princípios cujo limite, se ultrapassados, nos desqualificam»."
José Manuel Delgado, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário