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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

QUANDO ENTRA FRIO OU... SAI ASNEIRA


"Falta menos de uma semana para abrir a janela do mercado de Janeiro. É uma daquelas janelas, onde raramente entra uma luz. Aliás, nestas famosas janelas de Janeiro, atendendo às circunstâncias em que clubes aflitos procuram o milagre de uma nova estrela que os guie às mais esplendorosas vitórias e em que clubes com equipas estabilizadas acabam por não resistir à tentação de trocar a segurança e a solidez de um projecto por um punhado de euros, salvo honrosas excepções, ou entra muito frio ou sai asneira.
Mesmo assim, os alegres gestores de muitos dos nossos queridos clubes (e não só) aliam-se dos contentes gestores de carreira dos jogadores e fazem do primeiro mês do ano um mercado aberto com negócios fechados. Sobram quase sempre em comissões o que acaba por faltar em lógica, em critério, em planeamento, em racionalidade. No entanto, o povo do futebol não só não lamenta os excessos e a ausência de rigor das escolhas em saldos, como até aplaude com o vigor próprio de quem se acha revigorado na esperança sem ter de depender ou chavo do seu bolso.
Não serei eu a negar, porém, o aproveitamento da oportunidade. Uma vez que ela existe, pois que se transforme num trunfo. O que eu alerto é para a exibição a céu aberto de uma prática repetida de falta de profissionalismo, quando não, mesmo, de falta de vergonha. O futebol desperta muitos interesses, o menor dos quais não é o económico. Daí que as compras e vendasde jogadores de torne um negócio apetecível e nem sempre pelas melhores razões. Nesta fase, as contratações devem ser particularmente cirúrgicas, precisas, rigorosas."

José Manuel Delgado, in A Bola

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