"Em primeiro lugar, já estamos em 2019, e a verdade é que os anos passam a correr a uma velocidade vertiginosa que desafia todas as leis do universo, se é que as leis do universo existem e se é que as mesmas, afinal, são mutáveis! Seja como for, mandam as boas regras que se deseje a todos, sem excepção, um excelente ano de 2019.
Algo que tem sempre suscitado dúvidas no espírito do signatário deste artigo é: afinal, onde se consubstancia o aumento brutal da dívida bancária que a FC Porto SAD teve, do exercício de 2016/17, para 2017/18?
É tempo de pararmos um pouco e perdermos tempo a fazer essa análise.
(...) respeita ao detalhe de empréstimos bancários e empréstimos obrigacionistas, existentes em 30/6/2017.
Já no que respeita à dívida bancária e obrigacionista existente em 30/6/2018, (...).
Não é necessário estarmos a explicar a diferença entre o valor pelo qual a dívida se encontra registada ser o do custo amortizado, ou o do valor nominal, pois a diferença no caso concreto não é grande, e tal explicação transportar-nos-ia para questões muitos complexas. Vamos trabalhar com a coluna dos calores nominais, ou seja, o título diz que são 1000 euros, são 1000 euros.
Em primeiro lugar, a dívida obrigacionista diminuiu de 80 para 70 milhões, ou seja, diminuiu 10 milhões.
Em segundo lugar, a dívida bancária a título de empréstimos bancários aumentou de 34 para 35 milhões, ou seja, 1 milhão.
Em terceiro lugar, a dívida bancária a título de papel comercial aumentou de 17,5 milhões para 25 milhões, ou seja, 7,5 milhões.
Em quarto lugar, o factoring aumentou de 64 milhões para 152 milhões, ou seja, 88 milhões.
Em 2018 também temos que existiu um aumento de 0 para 490 mil euros de leasing. Ora, tudo isto em termos globais e agregados significou um aumento aproximado de 87 milhões de dívidas bancárias e obrigacionistas. O factoringnão é mais do que um adiantamento feito por uma entidade financeira por conta da emissão de facturas a receber.
Imaginemos que temos uma empresa pequenina, a qual fez uma factura ao seu único cliente. Esse cliente costuma pagar tarde e a más horas, e nós, se precisamos do dinheiro, vamos ali ao banco da esquina, propomos um factoring, e o banco paga-nos o dinheiro da factura, descontando o preço que o mesmo banco cobra para fazer isso.
Mas afinal a que se deve este abrupto, para não dizer colossal, aumento de valor de factoring? (...)
Temos que 111 milhões de euros correspondem a facturação já emitida à Altice, de jogos de épocas futuras.
Ora, o contrato com a Altice começou a vigorar apenas a partir de 1 de Julho de 2018, e antes disso já estavam facturados 111 milhões, acrescidos das despesas que o Star Fund e a Sagasta cobraram por estes adiantamentos.
Mas afinal de contas que é esta Sagasta? É uma sociedade criada em 2016, com um capital social de 50 000,00€, (...)
Posteriormente, aumentou o capital social para 250 mil euros, (...)
Como é que uma sociedade constituída em 2016, que tem um capital social de 250 000,00€, faz factoring de 115 milhões de euros é o que saberemos no próximo artigo."
Pragal Colaço, in O Benfica
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