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sábado, 19 de janeiro de 2019

SEFEROVIC MUDA O JOGO


"Pizzi perde o melhor do jogo dele quando joga no corredor

Jogo interior
1. Só depois de conseguir libertar-se da pressão, nos últimos 15 minutos, após a entrada de Seferovic, o Benfica conseguiu marcar o golo da  vitória sobre o V. Guimarães. Durante grande parte do jogo, os minhotos conseguiram ter bola, controlar o meio-campo e impor superioridade. Os vimaranenses condicionaram ao máximo a primeira fase de construção do Benfica, beneficiaram da superioridade numérica no meio-campo e tiveram posse de bola. O Benfica, por sua vez, sentiu muitas dificuldades, especialmente porque Pizzi perde o melhor do jogo dele quando joga na ala. Sem jogo interior, os encarnados procuraram, sem grande sucesso, os corredores. Não tiveram profundidade. Nem Castillo foi capaz de oferecê-la. O chileno não foi a presença ofensiva de que o Benfica precisava.

O que mudou
2. Os minutos foram passando com V. Guimarães a ganhar superioridade - nunca baixou o bloco e foi capaz de provocar intranquilidade no Benfica. Só faltou à equipa de Luís Castro mais poder ofensivo, no centro do ataque e nos corredores, e criar oportunidades de golo para ferir o adversário. O jogo mudou quando Bruno Lage faz as substituições, retirando Pizzi (o melhor Pizzi não joga nos corredores o que joga por dentro) e lançando Rafa, aos 62 minutos, e, sobretudo, quando substituiu Castillo por Seferovic (71'). O avançado suíço marcou logo do Benfica mais dinâmica ofensiva e profundidade. Isso mexeu logo com o adversário, que teve de passar a lidar com mais chegadas do Benfica à área. Benfica passou a respirar melhor e libertou-se de colete de forças. Seria, aliás, Seferovic a fazer o golo da vitória, após assistência de André Almeida. Foi fundamental no pouco tempo em que esteve em campo.

O que falta
3. Benfica, viu-se ontem, precisa de consolidar o 4x4x2. O sistema, cuja dinâmica teve altos e baixos, ainda não é muito forte. E não será fácil, tendo em conta a série de jogos consecutivos. Por outro lado, neste contexto, Lage tem de gerir o esforço físico dos jogadores, o que dificulta a consolidação de processos. Já o V. Guimarães tem princípios bem definidos, mostrou que joga olhos nos olhos com qualquer adversário. Tem identidade bem vincada que tenta impor em todos os jogos."

Domingos Paciência, in A Bola

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