"No final do jogo de Alvalade, que o Benfica venceu com uma superioridade indiscutível, Luís Filipe Vieira falou aos jornalistas para pedir aos benfiquistas que acreditem no Seixal como o futuro do futebol do clube. Acredito que não seja difícil o consenso. O Seixal será, certamente, o futuro do Benfica, como Alcochete será o futuro do Sporting, o Olival será o futuro do FC Porto e a formação de jogadores será, obviamente, o futuro de todos os clubes que quiserem, mesmo, ter futuro no futebol em Portugal. Mas importa não confundir as coisas. A formação é o pilar central de uma estrutura, o eixo essencial de uma politica, a linha fulcral de uma estratégia. Porém, o futuro de um clube de dimensão internacional, sobretudo no caso português, não se esgota na formação, mesmo que seja de excepcional qualidade. Exige mais, é muito mais complexo, abrange áreas diversas e uma enorme capacidade de juntar e coordenar competências.
Figura central será, sempre, o treinador. Aqui, há que ter alguma paciência, dar tempo ao tempo, para se poder avaliar, devidamente, Bruno Lage. Importante é dar-lhe as melhores condições para evoluir. Potencialmente, parece ser um caso muito interessante e, sobretudo, muito prometedor, mas não é bom pensar que se trata de um jovem que já nasceu ensinado, ou de um génio precoce, que já não tem nada para aprender. A pouco e pouco, degrau a degrau, o que não elimina o quase dever de ser profissionalmente ambicioso, Lage é ainda jovem em processo de crescimento, que precisa mais de uma estrutura que o acompanhe e proteja do que propriamente de uma corte que o enalteça."
Vítor Serpa, in A Bola
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