"O Espanhol, de Barcelona, fundado em 1900, foi comprado há três anos pelo grupo chinês Rastar, que se dedica à comercialização de miniaturas de automóveis e videojogos. Há poucos dias, os periquitos, como são conhecidos em Espanha, contrataram ao Shangai SIPG de Vítor Pereira o internacional chinês Wu Lei, melhor marcador das últimas três edições no campeonato da China, apontado como um dos maiores valores do futebol daquele país. Na estreia com a camisola do Espanhol, no estádio de La Cerâmica, frente ao Villarreal (2-2), Wu Lei foi suplente utilizado, mas nem essa circunstância impediu que o jogo fosse visto na China por 40 milhões de telespectadores.
De facto, apesar de ter ficado amputada do principal combustível da última década - a rivalidade entre Cristiano Ronaldo e Messi - La Liga tem procurando não perder espaço para outros campeonatos, através de novas formas de angariação de receitas.
Aqui ao lado, passando a fronteira para Badajoz, Ayamonte ou Tuy, respeita-se o negócio do futebol, não há quem denigra o produto e as querelas são resolvidos dentro de portas. E este comportamento é também visto nas outras grandes ligas europeias, que há muito centralizaram receitas televisivas e passaram a olhar pelo interesse colectivo e não pela quintarola de cada um. Assim se explica o susseso de uns e o declínio de outros, que tenderá a aumentar se não arrepiarem caminho. E a verdade é que, por cá, não se vislumbram quaisquer sinais exteriores de bom senso, é a lei do salve-se quem puder a imperar, sem a perspectiva global onde assenta sempre o êxito dos grandes projectos."
José Manuel Delgado, in A Bola
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