"O que valem as competições europeias para os clubes portugueses? São uma oportunidade ou um incómodo?
Portugal recuperou pontos-UEFA à Rússia na temporada 2018/2019 e isso representa, sem dúvida, uma boa notícia. Porém, além da má temporada dos clubes russos, que também ficaram atrás da Holanda e da Bélgica, a representação nacional teve intérpretes muitos dispares. E se o FC Porto foi bem eliminado pelo Liverpool, segundo da Premier League, e o Benfica foi mal eliminado pelo Eintracht Frankfurt, quarto da Bundesliga, já o Sporting abandonou a Liga Europa em confronto com o Villarral, décimo sétimo em, La Liga, enquanto que o SC Braga foi afastado pelo Zorya, que ocupa a quinta posição na Liga da Ucrânia e o Rio Ave despediu-se frente ao Jagliellonia, quarto do campeonato da Polónia.
Mas o mais grave na abordagem lusa às provas europeias é a sensação de que, ou é para meter as fichas todas nos milhões da Liga dos Campeões, ou então não vale a pena muito esforço, e o melhor mesmo é guardar energias para a competição interna.
E como será no futuro, na certeza de que, mesmo que não se chegue às Ligas europeias fechadas, o poder dos clubes mais ricos far-se-á crescentemente sentir?
Estarão os clubes nacionais minimamente motivados para competirem na 3.ª divisão da UEFA, que constará do calendário internacional a partir de 2021?
A competição interna é apaixonante e a rivalidade entre clubes representa um factor indissociável do impacto do futebol na sociedade. Mas os grandes saltos, em popularidade, dados pelos clubes portugueses, deveram-se ao sucesso fora de portas. Foi na competição internacional que se lhes abriram horizontes e ganharam dimensão e perspectiva.
Nesta fase, em que claramente 18 clubes na Liga são de mais, era preciso que houvesse vontade de formatar a competição à medida de interesses que transcendessem o umbigo de cada um dos clubes; e que cada um estivesse virado para a qualidade do jogo e a evolução da indústria do futebol. Mas não devemos perder tempo com essa utopia. De um país futebolístico onde os direitos televisivos não estão centralizados, os intervenientes directos clamam que o negócio está inquinado, e não há nenhuma entidade com força suficiente para devolver a sanidade à equação, não há muito a esperar.
PS - A recente rábula da fuga de informação das nomeações dos árbitros reflecte o estado da arte...
Ás
Augusto Inácio
O Desportivo das Aves meteu uma lança em África ao triunfar em Guimarães, fazendo crescer para cinco os pontos que o separam da linha de água. Esgotado o (histórico e brilhante!) ciclo de José Mota nas Aves, eis como uma chicotada psicológica produziu efeitos tão positivos. Muito mérito de Augusto Inácio.
Ás
José Mota
A visita ao excelente Moreirense era uma espécie de match-point que o Desportivo de Chaves devia salvar para continuar a sonhar com a manutenção. A vitória da equipa de José Mota, sofrida e suada, manteve vivos os transmontanos, que a seguir têm um mata-mata caseiro com o Nacional. Grandes emoções a caminho.
Duque
Costinha
O Nacional da Madeira está com a permanência na Liga muito complicada. A derrota com o Sporting foi, para os insulares, duplamente preocupante: em primeiro lugar porque necessitavam de pontos e não conseguiram; em segundo, porque não demonstraram aquele inconformismo próprio de quem luta pela salvação...
Uma lição de vida em forma de entrevista
«Era sempre eu que pagava tudo e tinha de emprestar dinheiro para tudo...»
Rúben Semedo, jogador do Rio Ave
A magnífica entrevista de Irene Palma a Rúben Semedo, que foi ontem destaque na Bola TV e no jogar A Bola, devia ser de leitura obrigatória para todos os candidatos a profissionais de futebol. É um manual sobre os amigos de ocasião que se colam, como sanguessugas, aos mais incautos e sobre todos os erros, de A a Z, que um jogador pode cometer Oxalá Rúben vá a tempo de se reinventar.
'Vecchia' Juve é dona e 'signora' de Itália
As nuvens negras que toldaram os céus de Turim após a eliminação da Juventus, às mãos do Ajax, na Liga dos Campeões, dissiparam-se com a conquista do 35.º scudetto da vecchia signora, oitavo consecutivo. Quem pára a Juve em Itália? Para já, não há rival à vista e os Agnelli continuam a ter a mira na Champions.
Projecto ganhador
Quando apostou no futebol feminino, o Benfica construiu uma equipa de nível europeu para disputar a 2.ª Divisão nacional, o que provocou uma distorção competitiva assinalável, em muitas circunstâncias perniciosa para o próprio futebol. Cedo se percebeu que o grande objectivo da época encarnada seria a Taça de Portugal (além de criar uma base sólida para o futuro). Porém, uma derrota caseira na primeira mão das meias-finais, frente ao SC Braga, colocou em causa o êxito dessa demanda. No sábado, milhares de pessoas no Estádio 1.ª de Maio e muitos milhares mais através da Bola TV, viram a reviravolta do Benfica, num jogo que terá granjeado inúmeros adeptos para o futebol feminino. Em perspectiva uma final de casa cheia, quando, no Jamor, se defrontarem Benfica e Valadares-Gaia."
José Manuel Delgado, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário