"Estamos na antecâmara de mudanças profundas nas competições da UEFA e corremos sérios riscos de ficar fora da primeira classe
A festa da Taça de Portugal marcou o fim de semana cheia de picardias que não engrandecem o futebol português. Haverá alguma razão que nos leve a pensar que a temporada que agora vem será diferente, para melhor? Os sinais não são muitos animadores e os clubes não parecem preparados para desmobilizar os franco-atiradores que, entre jogos, incendeiam o ambiente. Sendo verdade que no discurso de Bruno Lage e na forma elevada como Frederico Varandas esteve na Tribuna do Jamor, podem ser vistos alguns sinais de esperança, fará falta que mais protagonistas se juntem à causa, aceitando que em cada fim da época só pode haver um campeão.
É certo que nunca, como agora, no futebol português, houve tanta necessidade de conquistar o título, não só pela honra, mas também pelo acesso a uma plataforma milionária que dá pelo nome de Champions. Para quem fica de fora desses milhões, torna-se difícil encontrar argumentos para competir ao mesmo nível de quem participa, e daí à radicalização do discurso e demais desproporções, vai apenas um pequeno passo.
Também por tudo isto, é urgente acelerar, entre nós, o processo de centralização dos direitos televisivos, forma usada em toda a Europa e garante de um rendimento mínimo capaz de promover algum equilíbrio na competição.
Na actual fórmula, os clubes que menos recebem em Portugal, arrecadam menos dez vezes do que os emblemas em iguais circunstâncias em Espanha e menos vinte e cinco vezes que os mais mal pagos na Premier League.
Em vez de se andarem a ofender, directamente ou por interpostas pessoas, os clubes nacionais deviam era encontrar plataformas de entendimento que criassem um colectivo forte, que pudesse alavancar uma indústria que é tratada, se calhar por ser do futebol, ao pontapé. Não é a primeira vez que, neste espaço, lanço um apelo ao bom senso e à racionalidade. Até agora, foi como se estivesse a pregar aos peixes. Mas chegará o dia em que a situação irá estar de tal forma degradada que não haverá alternativa no entendimento. Mas, quando isso acontecer, corremos o seríssimo risco de ser tarde demais. Até parece que não estamos na antecâmara de mudanças muito profundas nos quadro competitivos da UEFA, onde corremos o risco de não ter lugar em nenhuma das carruagens da primeira classe. Acreditem, que é verdade!
O descontrolo emocional de Sérgio Conceição
«A questão aqui são formas de estar, valores e educação diferentes...»
Frederico Varandas, Presidente do Sporting
A época do treinador do FC Porto foi dura e emocionalmente desgastante, com frentes de batalha internas e externas que acabaram por fazer mossa. Uma semana depois de ter-se envolvido numa confusão com o guarda-redes do Sporting, no último sábado deixou o presidente dos leões de mão estendida. As férias chegam na altura certa, para Sérgio arrefecer a cabeça.
Valência em grande
Depois de uma época marcada por uma enorme inconsistência exibicional, o Valência recuperou sobre a meta, garantiu o quarto lugar de La Liga, que lhe abriu as portas da fase de grupos da Champions, e fechou em festa, em Sevilha, ao derrotar o Barcelona na final da Taça do Rei, utilizando quatro jogadores com ligação ao futebol português, Gonçalo Guedes, Garay, Rodrigo e Piccini. Já o Barcelona, que foi ao tapete em Anfield, nunca mais foi o mesmo, arrastando-se em modo zombie, a sugerir que o tempo de Valverde está esgotado.
Os Raptors depois dos Maple Leafs e Blue Jays
Pela primeira vez, uma equipa canadiana de basquetebol atinge a final da NBA, proeza que coloca os Raptors na senda das outras equipas de Toronto, os Maple Leafs, do hóquei no gelo e os Blue Jays do basebol, já campeões da América do Norte. Seguem-se os Warriors, último obstáculo ao sonho maior..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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