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sábado, 31 de agosto de 2019

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"Esta semana foi um ver se te avias com os corifeus do desatino vergados à tontice que nem sequer sabe o que é o Benfica, nem (ainda menos!) terá a menor ideia do que seja a História do Sport Lisboa e Benfica.
Por muito que alguns se queiram fazer passar por essa condição sublime em ocasiões como esta, não foi certamente de benfiquistas autênticos que ouvimos e lemos toda a caterva de disparates que nos foi dado observar com profundo nojo e desprezo, na maior parte das catastróficas pseudo-análises que atulharam as televisões, as páginas de jornais e bastantes minutos de rádio: ainda que a surpresa ou a tristeza diante de uma adversidade inesperada os faça soçobrar temporariamente, os verdadeiros benfiquistas não se deixam abater. E são eles - como foram, de novo - os primeiros e reerguer-se, sempre com veemente indignação, perante os hipócritas que, então, costumam pregar a miséria da desunião, da dúvida e da incerteza.
A nossa equipa não jogou sozinho. E não jogou bem. Foi concludentemente derrotada perante um adversário que, desta vez, lhe foi superior. O que mais nos custou foi que tenha sido surpreendida diante de nós.
Em todo o caso, perante uma situação tão profundamente desagradável como inesperada, não nos resta senão começar de imediato a tirar partido da circunstância de termos sido confrontados com o peso dos nossos erros, equívocos e insuficiências, quando se jogava apenas a terceira jornada do campeonato. Isto é, que certamente não os voltaremos a repetir. Tanto mais que, para a definitiva questão dos pontos, a verdade objectiva é termos agora pela frente um total de noventa e três pontos para disputar com aquele rival e com todos os restantes...
Noventa e três pontos não serão coisa pouca, quando, de um momento para o outro, as nossas expectativas aumentaram fortemente e os nossos encargos se terão melhor definido na adversidade temporã. Mas noventa e três passou a ser outro número mágico para os verdadeiros benfiquistas, que jamais descrêem do Benfica.
Os benfiquistas de raiz, os benfiquistas genuínos jamais vacilarão no esforço que há de empurrar a nossa equipa de elite para a consagração da grande vitória final. Essa determinação de unidade em torno dos nossos atletas e técnicos, em todos os campos e em todas as modalidades, não se nos desvanceceu. E mais do que nunca, não lhes faltará a eles, em circunstâncias alguma.
Com os outros (ainda mais claramente isolados e que, agora, cada um de nós passou a conhecer até bem demais...) já nós não contávamos. Porque não prestam. Só servem para reforçar as ilusões dos nossos inimigos e dos nossos adversários e rivais."

José Nuno Martins, in O Benfica

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