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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

CIRCO


"1. Os jogadores do Sporting entraram em campo, no jogo com Rio Ave, com uma camisola alusiva aos incêndios da Amazónia. E no final deixaram Alvalade a arder. Insólita coincidência.
2. Um homem extraordinário pode ter um dia ordinário, um homem ordinário dificilmente pode ter um dia extraordinário, mas Coates (ou Coatis) conseguiu-o da pior forma possível.
3. Diz Frederico Varandas que com a saída de Keizer se fecha um ciclo. O que não se fecha é o circo. As últimas horas do mercado foram esquizofrénicas, como quem joga Football Manager, vendendo e rescindindo com tudo o que mexia e contratando tudo o que não mexia (mais um pouco, Varandas transferiu-se a si próprio por engano). Tudo em cima de joelho, à pressa, como um aluno que corre desesperado a entregar o teste ao professor que já abandona a sala, rezando para ter respondido bem às últimas perguntas. No dia seguinte, cereja no topo do bolo, despede-se o treinador (vítima e culpado) e até o nome do homem é mal escrito no comunicado (Keiser).
4. Samaris é um cortador de relva que abraça causas (não era preciso mais quando mais quando havia Félix), Taarabt rega o jogo e dita sentenças. É a diferença.
5. O que se passa com os avançados do Benfica? Seferovic está com a pontaria de um tipo que rompe o pano da mesa de snooker enquanto joga nos dardos no salão de jogos, RDT parece que está constantemente a rematar numa bola furada e contra o vento. A estes deputados-fantasmas vale a democracia do golo na equipa.
6. Foram inventadas umas lentes de contracto (biomiméticas) que permitem fazer zoom ao que está a ver-se, basta piscar os olhos duas vezes. O CA da FPF já encomendou umas para Carlos Xistra, que expulsou (mal) Tapsoba no Dragão. Num piscar de olhos.
7. O treinador espanhol Luís Enrique perdeu a filha de 9 anos. De facto, «o futebol é a mais importante das coisas menos importantes da vida»."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

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