Quebras nas rotinas
1. As interrupções para os jogos das diferentes selecções nacionais têm impactos de diferente ordem, estando dependente da contribuição dada por cada equipa. Verifica-se nestes períodos quebras nas rotinas, bem como nos padrões de treino e de jogo sendo substituídas por outras ideias, conceitos e missões tácticas. Esta questão torna-se mais sensível, quanto mais próximo de um jogo europeu. Além do referido facto, a presente partida tinha como aliciante verificar como o Benfica iria reagir à derrota caseira na 3.ª jornada e conhecer quanto vale este Gil Vicente fora de casa, pois, até ao momento, só tinha realizado um jogo sendo derrotado pelo Moreirense.
Manter os equilíbrios
2. O Benfica apresentou-se no seu sistema táctico habitual 1x4x4x2, mantendo o sector defensivo e ofensivo, mas, alterando a dupla de médios centro (Gabriel e Florentino). Aparentemente, são os jogadores mais rotinados no cumprimento das missões tácticas em duas etapas essenciais da fase defensiva, isto é, no equilíbrio defensivo e na reacção à perda da bola. Mas também, na ligação entre o sector defensivo e ofensivo, variando a trajectória e a direcionalidade do processo. O Benfica coloca Fejsa (mais fixo e circulando a bola à largura) e Taarabt (mais liberdade de acções no passe na profundidade e na penetração com bola=. Manteve-se os equilíbrios, mas não tão eficaz na reacção à perda.
Entreajuda e contra-ataque
3. O Gil Vicente em termos de dispositivo táctico manteve o que tinha apresentado nos outros jogos num 1x4x3x3. Mas com alguma alterações, relativamente aos jogos anteriores. Fernandes passa para a esquerda, Fonseca para a direita e Nogueira para central. O sector médio mantém-se inalterável e no sector ofensivo estreia um novo jogador (Baraye). Em termos defensivos o Gil Vicente estrutura-se num 1x4x1x4x1, baixando os seus sectores, e a entreajuda dos extremos com os laterais. O jogo interior adversário é bloqueado pelos três médios (Kraev, Soares e Afonso). Ofensivamente a equipa procurou transitar rápido e na profundidade assumido situações de contra-ataque e ataque rápido, evitando perder facilmente a bola, tendo como referencial Sandro Lima. Mas raramente o conseguiu, em virtude do equilíbrio defensivo do adversário.
Iniciativa do jogo
4. O Benfica rapidamente assegurou a iniciativa do jogo, podendo chegar à vantagem de uma penalidade, deixou posteriormente o Gil Vicente ganhar confiança no jogo e sacudir a dimensão ofensiva do Benfica. Pizzi tem uma nova excelente oportunidade (38') mas o Gil Vicente respondendo de imediato, aos 39'. Aos 45' RDT vê gorar-se uma oportunidade única para o golo, e filma, para mais tarde recordar, mais um autogolo.
Jogo com mais espaços
5. A segunda parte começa com excelente oportunidade por Kraev, e Pizzi 5 minutos depois responde com o segundo golo. A partir desse resultado o jogo torna-se mais fluído em termos ofensivos, havendo mais espaço para as aproximações a cada uma das balizas. Apesar desse facto o resultado não se altera, para uns o resultado é honroso, para outros terça-feira há mais. Os melhores jogadores foram os médios das suas equipas Taarabt e Kraev (sem esquecer Denis)."
Jorge Castelo, in A Bola
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