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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

"VENCER É DETERMINANTE"


FUTEBOL
O treinador encarnado fez a antevisão ao Benfica-Rio Ave, relativo à 10.ª jornada da Liga NOS.
Benfica e Rio Ave têm encontro marcado para as 18h00 de sábado no Estádio da Luz, relativamente à 10.ª jornada da Liga NOS. Bruno Lage lançou a partida, dividiu o jogo em dois planos e relembrou que o adversário tem muita qualidade.
Bruno Lage
Sendo que trabalhou com Carlos Carvalhal, que tipo de Rio Ave espera encontrar?
Há que dividir este jogo em dois planos. O primeiro é o emocional por aquilo que me liga à equipa técnica: ao Carlos Carvalhal, ao João Mário e ao Luís. Depois, de uma forma fria, ver o jogo por aquilo que são os 90 minutos, por aquilo que é o mais estratégico, tático, e perceber realmente a competência do Rio Ave, pela sua forma de jogar e nós estamos preparados para essa qualidade que o Rio Ave tem apresentado. Tem dois avançados de grande qualidade. As dinâmicas de corredor são muito diferentes, mas temos de olhar para aquilo que os jogadores do Rio Ave fazem dentro de campo. Temos de estar ao nosso melhor para vencer, para voltarmos a fazer uma boa exibição perante os nossos adeptos e para alcançarmos o nosso objetivo que é conquistar os três pontos.
Bruno Lage
Relativamente ao conhecimento que existe entre Bruno Lage e Carlos Carvalhal. Acha que algum dos treinadores está mais preparado para este desafio?
O jogo não é entre treinadores. É entre duas equipas, Benfica e Rio Ave. A curiosidade é que há um reencontro. Temos um passado em comum. Quando cheguei ao Benfica e enquanto treinava a equipa de Juvenis tive a oportunidade de estagiar com ele [Carlos Carvalhal] no Belenenses, no V. Setúbal, posteriormente houve a oportunidade de o encontrar no Dubai e depois surgiu o convite para trabalhar em Inglaterra na sua equipa técnica. Já são muitos anos. É um treinador por quem tenho uma enorme admiração. Tem como seu adjunto uma pessoa por quem também tenho um enorme respeito e admiração, que é o João Mário e o outro adjunto é meu irmão de sangue. São situações que acontecem.
Bruno Lage
A última coisa que disse no fim do jogo com o Portimonense foi que iria começar a pensar no jogo com o Rio Ave. Vai repetir este procedimento em relação ao jogo com o Lyon?
É um jogo de cada vez. A nossa dinâmica parte essencialmente disso. Temos de encontrar respostas a cada momento. Às vezes as exibições não vão ao encontro daquilo que nós pretendemos, mas vencer é determinante. Temos de viver o nosso dia a dia, um jogo de cada vez e procurar sempre a vitória e as melhores soluções para cada momento. O melhor onze entrará em campo para vencer.
Bruno Lage
Relativamente aos últimos jogos, o Tondela utilizou uma linha de cinco, o Portimonense utilizou uma linha de cinco e o V. Setúbal chegou a ter uma linha de seis. Acha que os adversários estão a mudar a sua estratégia quando defrontam o Benfica? Acha que Carlos Carvalhal poderá adotar uma estratégia semelhante?
                    
O ano passado poucas equipas jogavam com uma linha defensiva composta por cinco jogadores. Recordo-me do Sporting, do Belenenses, do D. Aves, mas há que perceber que cada sistema oferece espaços e temos de saber jogar com isso. Se jogar com uma linha de cinco e depois com uma linha de quatro à frente e apenas um ponta de lança vai permitir-nos ter alguns espaços, sobretudo entrelinhas, com aproximações muito fortes dos homens da linha de cinco. Eventualmente, se o adversário jogar com uma linha de cinco, três médios e dois avançados, outros espaços eventualmente vão surgir. Mas acho que o Rio Ave vai fazer um jogo, tal como fez com o Sporting. Uma equipa pressionante, organizada e a jogar em toda a largura do campo.
Bruno Lage
Estando na liderança agora isolado, vive-se melhor o dia a dia? A propósito de Carlos Vinícius e Seferovic, pode ser uma dupla a ponderar para este jogo ou futuramente?
Sim, para isso é que eles estão cá. A qualquer momento teremos a oportunidade de poder jogar com os dois. Já o fizemos com Vinícius a entrar do banco e deu-nos resultados positivos, por isso, o mais importante é com o treino, com o trabalho e com o dia a dia eles criarem ligações para que tal aconteça. É uma curiosidade o facto de ambos serem esquerdinos. Não é tão fácil quando são os dois destros, porque o jogador de pé direito tem sempre uma relação diferente com a bola. Normalmente, ainda são jogadores que ocupam os mesmos espaços, mas são situações que com o trabalho, com o treino e que quando perceberem que tipo de movimentos é que cada um pode fazer, as coisas poderão encaixar. Tivemos uma boa resposta nesse tipo de situações com o jogo do V. Setúbal, por isso a qualquer momento podemos repetir.
Bruno Lage
Sobre a primeira questão, a nossa maneira de ver a vida, o jogo e o treino é olharmos fundamentalmente para dentro. Primeiro olhar para o resultado, para a classificação, mas acima de tudo olhar para o que vamos fazer dentro de campo, quer em jogo, quer em treino e é sobre isso que tem de ser a nossa forma de trabalhar, porque temos de ter sempre a evolução do nosso entendimento do jogo, pois os problemas acontecem em função daquilo que são os pontes fortes e fracos do adversário e nós temos de estar sempre preparados para evoluir.
Bruno Lage
Se fosse hoje, tendo em conta a evolução que o Odysseas teve, pediria com tanta veemência os nomes que pediu e que assumiu depois publicamente, como Gulacsi por exemplo?
Há aqui uma questão fundamental, que é a qualidade do Odysseas que nunca foi posta em causa, depois, a qualidade do nosso treinador de guarda-redes. Fernando Ferreira é um excelente treinador e ainda bem que eu o encontrei nesta aventura. Já trabalhei com ele na equipa B, fizemos uma evolução fantástica também com o Ivan. O ano passado, com o processo em andamento, as coisas foram feitas de uma forma tranquila, equilibrada e sempre com a segurança de que o Odysseas, quando a bola lhe fosse passada, se sentisse sempre confortável nas suas decisões. Sabia que pela qualidade do Odysseas e do trabalho do Fernando que as coisas iam ter um crescimento favorável. Portanto, hoje estar a falar de uma situação de há quatro meses, não se justifica, porque as funções são para ser feitas a cada momento. A nossa intenção nunca foi pôr, nem o trabalho do Odysseas, nem do Fernando, nem de ninguém, em causa, foi sim ter um papel competitivo para que tivéssemos sempre soluções muito fortes em cada posição, da baliza aos avançados.

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