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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

ANTEVISÃO AO BENFICA- BELENENSES SAD


BRUNO LAGE: “COLAR MAIS UM BOM MOMENTO AOS QUE TRAZEMOS DO PASSADO”
FUTEBOL
O treinador do Benfica alertou para as dificuldades que o Belenenses SAD pode causar, mas a receita é “entrar em campo, jogar bem e ganhar”.
Bruno Lage anteviu, em conferência de Imprensa, o embate entre o Benfica e o Belenenses SAD, a contar para a 19.ª jornada da Liga NOS. Perspetivou dificuldades no jogo, mas garantiu que o foco está na conquista dos três pontos.
O técnico aproveitou, ainda, para deixar elogios a Fejsa, chutou o tema mercado de transferências para a próxima antevisão, assumiu a felicidade por poder contar com todos os futebolistas disponíveis e não esqueceu um grande amigo que faria 78 anos, se estivesse vivo: Jaime Graça.
Já notou, nos dois jogos de Petit como treinador, diferenças neste Belenenses SAD?
Há uma diferença em relação ao sistema tático. Jogam com uma linha de cinco [defesas]. É uma equipa consistente no que faz, até porque, como sabem, durante muito tempo este era o sistema que Silas usava no Belenenses SAD. Depois, têm qualidade nos homens da frente. Têm Varela, Marco Matias, que conheço bem, o André Santos no meio-campo… São homens experientes, a jogar por dentro ou por fora, a jogar à profundidade e é um sistema que nos obriga a ter dinâmicas ofensivas e defensivas diferentes do que se tivéssemos de jogar com uma linha de quatro defesas. Foco total neste jogo. O Belenenses SAD cria-nos muitas dificuldades e temos de estar com uma tremenda motivação em fazer um grande jogo, ter uma entrada forte como aconteceu nos últimos dois jogos – Paços de Ferreira e Sporting –, dando a indicação de que estamos em campo para fazer um grande jogo e vencê-lo. Esse é o nosso foco e motivação.
O Belenenses SAD roubou dois pontos ao Benfica no Estádio da Luz [em 2018/19]. Tem lembrado o grupo desse empate?
Não. Tal como não recordo o percurso de vitórias, também não vou recordar um eventual empate. Olho para a nossa evolução enquanto equipa e em função do que o adversário faz. Não olho para o Belenenses SAD que empatou connosco, mas sim para o Belenenses SAD que tem uma dinâmica muito boa, tem jogadores de qualidade interessante e que nos pode criar dificuldades. Temos feito bons jogos, independentemente do sistema do adversário. Temos de estar preocupados em relação ao que o adversário faz, mas também em relação ao que fazemos. É entrar em campo, jogar bem e ganhar.
O mercado de transferências está a fechar. Está mais satisfeito com o plantel que tem agora? Haverá algum reforço? Taremi insere-se numa possibilidade de tornar o Benfica mais forte?
Para vós, o mercado está quase a fechar, para nós, ainda falta muito. Na próxima conferência de Imprensa poderei falar sobre os assuntos do mercado. O que posso dizer é que estamos a ir ao encontro do número ideal de jogadores, com dois por posição. Pela qualidade e pelas funções que podem desempenhar em cada posição, estamos a chegar ao número equilibrado e competitivo, e dá a oportunidade justa para todos poderem jogar e lutarem por um lugar. Vamos analisar. Eventualmente podemos ter uma entrada, mas não é esse nome. Temos de falar com esse jogador e se estiver disposto a correr por nós – jogar, ele sabe – pode entrar na equipa, e não é fácil entrar.
Esse jogador é Pedrinho? No que toca a Zivkovic… como lida com a falta de flexibilidade de um jogador que não tem espaço no plantel?
Fazemos como temos feito até aqui. Respeitamos o homem e o jogador. Em função do rendimento, e a nossa ideia para o futuro, é o jogador com menos minutos do plantel. Sobre o eventual jogador, falo na próxima conferência de Imprensa.

O jogo com o Belenenses SAD ganha uma carga especial por poder manter ou até alargar a distância para a próxima jornada, com o FC Porto? Considera que mantendo esta distância ou alargando-a, vai ter uma espécie de match point no próximo jogo para fechar o campeonato?
A sua pergunta vem cheia de “ses”. Só falo em coisas concretas e o mais importante é vencer o próximo jogo.
Que reação lhe merece a saída de Bruno Fernandes?
O Sporting e o futebol português deixam de poder ver um grande jogador nos seus estádios. Por outro lado, e sei porque já lá estive, vai viver uma experiência fantástica. Um grande jogador como ele ou outros que aqui temos têm de viver uma época ou meia época o futebol inglês.
O André Almeida tem quatro cartões amarelos e pode ficar fora do jogo com o FC Porto, caso veja cartão com o Belenenses SAD. Vai haver uma gestão mais cuidada? Outro aspeto é a organização do meio-campo nos últimos jogos, com Weigl e Gabriel… Esta consistência defensiva é importante?
A consistência temos, independentemente do jogador. Para essa posição temos três excelentes jogadores: Weigl, Florentino e Samaris. Aproveito a sua pergunta para deixar uma palavra a Fejsa. Durante o tempo cá esteve a trabalhar comigo foi um excelente profissional e como homem é dos melhores com quem trabalhei. Saiu daqui um jogador carregado de títulos. Quem dera a um jovem no início de carreira um dia ter os títulos que o Fejsa tem, quer no Benfica, quer por onde tem passado. Desejo-lhe a melhor sorte do mundo. Não é um atleta que se expresse tanto, não dá entrevistas, mas só nós sabemos como foi a despedida dele, a emoção. É um campeão, um jogador e um homem top.
O que pretendemos como treinadores? Equilíbrio, mas pensando jogo a jogo. Queremos ser consistentes e que a ideia de jogo não mude, independentemente de quem jogue. O que pode mudar? O contributo que cada um pode dar à equipa ou naquela posição. Vamos olhar para o jogo com o Belenenses SAD e é sobre isso que vão ser as nossas decisões.
No final do último jogo disse que esperava uma resposta do FC Porto [à derrota na Taça da Liga] no jogo seguinte. A vitória frente ao Gil Vicente foi essa resposta? O Benfica também tem de dar essa resposta com o Belenenses SAD?
Não é falar do FC Porto em concreto, mas qualquer equipa com esta dimensão tem de dar resposta no jogo seguinte independentemente do resultado no jogo anterior. Os bons momentos são colar bons jogos ao que passou. Estamos a falar de um momento menos bom, a seguir há um jogo bom, outro bom, outro bom… É colar coisas boas ao que aconteceu. É por aqui que me oriento: tentar colar sempre bons momentos e prolongá-los. É o que queremos fazer amanhã [sexta-feira]: entrar em campo e colar um bom momento aos que trazemos do passado.
Que evolução tem sentido na equipa do Benfica? Que aspetos é que a equipa está mais longe e mais perto do que idealiza?
Uma das questões em que sentimos evolução é termos todos os jogadores disponíveis. Sempre sentimos que a equipa seria mais forte, nomeadamente com os regressos de Rafa e Chiquinho, que tiveram lesões mais prolongadas, e é isso que está a acontecer. Neste momento tenho soluções, num mês muito complicado e com muitos jogos, para resolver os problemas, independentemente de os jogadores começarem de início ou no banco de suplentes. Seferovic já saltou do banco e resolveu um problema [Rio Ave na Taça de Portugal], Rafa igual [Sporting, na Liga NOS]. É esta a maior evolução que sinto na equipa. Independentemente de serem ou não titulares, sinto que os jogadores correspondem quando são chamados.
Jaime Graça faria 78 anos, se estivesse vivo
No dia de hoje não poderia deixar de recordar um grande amigo meu, que faria anos [Jaime Graça] e estaríamos a comer umas belas sardinhas e um rodízio de bolos como sobremesa. E a falar muito de futebol. Aproveito estar aqui para mandar um grande beijinho à senhora Celeste Graça e aos filhos. É uma data inesquecível; a dor é menor, mas as saudades continuam presentes, porque foi uma pessoa que me marcou a mim e uma série de treinadores no Benfica Campus.

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